sobremesa

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MALU
semanas depois
(quase 2 meses)

- Arthur, eu não vou falar de novo hein. - sai catando umas roupas do chão - Vai tomar banho pra gente almoçar, cara.

- Pô, tia. - levantou resmungando - Só por que eu tava ganhando na ranqueada.

Olhei pra ele tentando entender do que se tratava mas o safado deu risada e saiu em direção ao banheiro.

Arthur tá praticamente morando com a gente e eu confesso que tá sendo puxado mas é bom demais, eu amo essa criança. Ele tenta me passar a perna mas eu corto logo as asinhas dele.

- Cheguei, gostosa. - Victor falou alto da sala - Trouxe nosso rango.

Victor apareceu na cozinha e me abraçou por trás depositando um beijo no meu pescoço.

- Você demorou, viu. - neguei - Deu tudo certo na gravação?

- Porra, nem fale. - deu tapa na minha bunda e sentou na cadeira - Nóis gravou só uma parte, chovendo pra caralho mas tá ficando maneiro.

- Clipe teu, com uma música sobre a gente e sem mulher. - contei nos dedos - É claro que tá maneiro, amor.

Dei risada colocando os pratos na mesa.

- Tomara que tu goste do bagulho mermo. - coçou a nuca - Fazendo o bagulho pra tu minha deusa, chega fico nervosão. Cadê nossa cria?

- No banho, vai olhar ele lá.

Victor concordou e saiu atrás do Arthur enquanto eu terminava de arrumar a mesa pro almoço.

Essas últimas semanas que passaram foi sossegada na medida do possível, Carlos ainda tá na intenção daqueles dois que tomaram um chá de sumiço. E pensando bem, prefiro que continuem assim.

Eu não tenho psicológico pra lidar com essas coisas, preciso de paz. Diferente da Vanessa que tá doida pra macetar a Gisele na porrada.

Falando nela, não sei que milagre ainda não apareceu aqui em casa.

- Pronto. - os dois apareceram na cozinha - Moleque parece que é peixe, cara. Tava fazendo maior bagunça no banheiro.

- Para de caô, padrin. - deu risada já sentado - Tava ficando cheirosin pras gatinhas.

- Que gatinhas, moleque? - olhei pra ele séria - Se manca, vai crescer.

- Fala mermo, amor. - riu e deu um tapinha de leve na cabeça do garoto

Me sentei e começamos a comer, na verdade, eles mais faziam graça do que comiam.

Duas crianças mesmo, tem horas que eu tenho que ficar falando pro Victor que o único que é criança aqui é o Arthur.

- Tu quer viajar comigo não? - me olhou enquanto eu terminava de mastigar - Vou fazer uma sequência de show, vou nem parar em casa, frisou?

- Essa semana agora, né? - concordou - Vou sim amor, mas vou conversar com meu pai primeiro. Ele vai querer colocar um segurança dele com a gente.

- Tem problema não, não sendo aquele otário do teu amiguinho pô. - fez uma cara engraçada e eu olhei pra ele com deboche

- De novo ciúmes do Jorel, Victor? - ele negou de cara fechada - Para de maluquice, eu hein.

- Ele tá mermo, tia. - apontou os dedinhos pro Victor balançando a cabeça - Ele tava falando com o tio Rafael que não gosta desse Joel.

Arthur é muito sapeca, ele fica quietinho ouvindo tudo cara. Ele raramente se mete em conversa de adulto mas quando isso acontece, é só pérola.

- Ele tá muito...

- O que? Sentimental? - concordei rindo - É né.

Victor fez uma carinha fofa e deu risada, esse negócio dele não gostar do Jorel é por pura implicância. Ele não dá espaço pro cara por isso ficam nessa.

Terminamos de comer e a cozinha ficou pro Victor limpar.

- Qual foi meu de racinha, vai ajudar o padrin não? - colocou os pratos na pia e começou a lavar

- Eu sou criança, padrin. - riu sapeca e saiu da cozinha

- O menor tá broncudo mermo. - disse lavando os pratos

- Sua cópia. - ri e encostei no balcão do lado dele - Ele falou que quer fazer jiu-jitsu que nem tu.

- Sério mermo? - me olhou sorrindo - Quando eu voltar do shows vou falar com os cara. Porra, fiquei felizão agora.

- Amor, tu é espelho pra ele.

- Sou mermo. - terminou de lavar os pratos e veio me beijar - Hoje tu não me escapa não, vou te pegar bolado.

Dei risada e passei os braços em volta dele, Victor passou as mãos na bermuda pra poder pegar em minha cintura.

- Eu não tenho nem culpa, viu. - falei perto da boca dele - Nossa cria teve pesadelo, não ia deixar ele dormir sozinho.

- Tá certa tu mermo. - me deu um selinho e mordeu meu lábio - Gostosa.

Victor me deu um beijo e começou a ficar todo animadinho, tive que interromper esse momento já que não estávamos sós em casa.

- Da uma segurada, aí. - ri me afastando dele

- Tu corta muito minha onda, papo reto. - negou tirando um baseado e o esqueiro do bolso

- Vai fumar agora? - concordou - Acabou de comer, cara.

- Sobremesa. - acendeu o baseado

Demos risada e saímos da cozinha, Arthur como sempre tava jogando e Victor resolveu se juntar a ele.

Enquanto eles jogavam resolvi fazer um teste de gravidez, eu sei que é pouco tempo e que a chance de eu estar grávida é mínima, mas eu sentia necessidade em fazer isso.

Fiz o teste e como esperado deu negativo, voltei pra sala um pouco triste mas não deixei isso transparecer.

Fiquei mexendo no tiktok e vi uns vídeos do Victor no terreiro.

- Tá rolando vídeo teu lá no centro. - olhei pra ele

- Tô ligado. - me olhou e deu de ombros - Cansadão disso mermo, os cara ficam falando da minha religião.

- Liga não, amor. - me aproximei dele e beijei seu pescoço - É o que você acredita, inclusive acho linda a sua fé.

- Sério mermo? - concordei sorrindo recebendo um sorriso em troca

- Vou levar tu lá. - balancei a cabeça feliz e enchi ele de beijo pelo rosto

O que me rendeu uma reclamação já que atrapalhei o jogo deles.

oi bebês 💞 já sabem né?
era só um bebezinho desses dois né? kkk🥺

OUTRA DIMENSÃO  • MC CABELINHO Onde histórias criam vida. Descubra agora