Into You (Taekook-Vkook)

Dois

ღ Oi, amores, como vocês estão? 

ღ Mais um capítulo de Into You pra vocês, esse é na visão do Tae

ღ Eu espero que gostem

ღ Nos vemos lá embaixo nas notas finais

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Point of view Kim Taehyung

Acordei com o barulho estridente do meu despertador e o desliguei em seguida. O céu ainda estava escuro do lado de fora mas eu precisava adiantar as coisas, pois hoje teria uma entrevista de emprego. Bom, não era um emprego comum, eu teria que cuidar de um jovem de vinte e poucos anos, e aquilo me desanimava um pouco. Mas eu precisava trabalhar e não podia me dar o luxo de escolher, esse foi o preço que paguei por nunca ter frequentado a faculdade.

Caminhei a passos lentos, praticamente me arrastando para o banheiro, eu estava muito cansado. Tomei um banho quente para espantar o frio e voltei para o quarto, logo vestindo o terno que Namjoon me emprestou, ficou um pouco grande em mim mas teria que servir enquanto eu não pudesse comprar um novo. Me arrumei e desci para a cozinha, tratando de deixar o café da manhã pronto, separei os remédios da minha mãe enquanto sentia meus olhos arderem por conta do sono.

Era por volta das seis e meia quando Ahra acordou. Ela apareceu na cozinha descalça e segurando seu ursinho que ganhou da avó em seu primeiro dia de vida. Eu sorri para ela e a pequena pulou em meu colo.

— Por que acordou tão cedo, pequena? Pode dormir mais um pouco. — ela estava comprida e bem mais pesada do que costumava ser. Eu e essa minha mania de tratá-la como um bebê, às vezes eu me esquecia de que ela havia acabado de completar sete anos.

— Eu tive pesadelos de novo. — a pequena fez um bico, uma fofa — Eu sempre sonho com aquela moça, ela é má e sempre me bate.

O meu sorriso se desfez, não eram apenas sonhos que minha filha tinha, eram lembranças. Eu fui pai aos vinte e três, me lembro de como era difícil ter que conciliar escola e trabalho, sim, eu ainda frequentava a escola aos vinte e três porque tive que pausar os estudos para cuidar da saúde da minha mãe em um certo período. Eu trabalhava em uma lojinha de conveniência durante o dia e de noite tinha que ir para a escola. Perdi as contas de quantas vezes acordei de madrugada assustado em cima dos meus cadernos enquanto fazia minhas tarefas.

Guhara, a mãe da minha filha, era da minha turma na escola. Eu estava sozinho e exausto, nunca reclamei de ter que cuidar da minha mãe, mas os cuidados exigiam muito do meu tempo. Ela me entendia, me ajudava com as tarefas, era bonita e inteligente, eu me apaixonei sem perceber. Quando ela me contou que estava grávida, foi um choque para nós dois, como eu faria para sustentar aquela criança? Faltava apenas um ano para concluir o ensino médio, mas parecia tão distante, eu estava lutando com todas as forças para concluir.

Naquela noite, eu parei em um bar, bebi tanto que nem me lembrava como cheguei em casa. Além de jogar aquela bomba em cima de mim, Guhara insistia que era culpa minha e que eu não deveria ter tirado a virgindade dela. Mas ela queria, e como queria, foram várias as vezes em que ela pedia para dormir na minha casa e transávamos várias vezes durante a madrugada. Ela me disse que tomava remédio, então não me preocupei em usar preservativo e eu sei que não era desculpa, mas ela também foi a minha primeira. Sei que posso ter errado nessa parte mas a culpa não era apenas minhas.

Eu passei quase seis meses sem vê-la, tendo notícias dela e de nossa filha apenas por mensagem, ela já sabia que era uma menininha. Mas o que mais machucou meu coração foi quando ela apareceu na escola chorando muito, eu tive que sair da sala e tentar acalmá-la do lado de fora do prédio. Ela me disse que não queria passar por aquilo, queria abortar.