Matando a saudade

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— Comprei umas doze mamadeira, acho que dá, ne? — arregalei os olhos para Joe.

— Considerando que ela toma seis mamadeiras por dia....acho que sim. — concordei rindo, ele começou a me mostrar as madeirinhas.

— Você sabe tirar leite? — neguei. — A moça da loja me explicou, eu posso fazer pra você.

— Ah, ela te ensinou na prática? — ele virou os olhos rindo. — Brincadeira, poxa me explicar que eu faço isso sozinha.

— Bem....ok. — ele riu, estava bastante animado para a chegada dos pais no dia seguinte. — A moça falou pra você massagear só redor pra estimular o leite a fazer o caminho, e aí quando começar a vazar você só segura e vai apertando, é que nem uma vaca.

— Eu vou fingir que você não disse essa última parte, meu amor. — dei um selinho, e peguei cinco mamadeiras dispostas na mesa, como Brianna estava dormindo eu poderia lava-las agora. 

— Foi só modo de dizer. — ele me abraçou por trás, enquanto eu passava a bucha cheia de detergente no interior da mamadeira rosa clara.

— Sei. — ele fungou meu pescoço, ri com a cosquinha. — Mês que vem podemos começar a dar comida para ela, mas não sei se vou parar de amamentar tão cedo.

— Não tem necessidade de parar, ela está crescendo e engordando de forma saudável só com seus nutrientes, amor. — ele sentou na bancada ao meu lado.

— Ela está tão fofa né? Os risinhos e o jeitinho, você viu ela virando na cama esses dias?

— Virando? Ela já virou?

— Sim! — ri. — Foi muito lindo, ela riu pra mim como se dissesse "eu consegui, mamãe."

— Ahhh meu Deus, que princesa! — ele sorriu orgulhoso. — Ela está crescendo tão rápido.

— Pois é....isso é bom por um lado. — ele assentiu. — Mas devemos aproveitar cada fase. — comecei a lavar a outra mamadeira.

Ouvi resmungos, Brianna avisando que tinha acordado, eu tinha feito um cercadinho no sofá para que ela dormisse perto de mim durante a tarde.

— Alguém está chamando o papai. — ao ouvir isso, ele se levantou, e me deu um selinho, indo buscá-la.

— Oi bebê do pai! — ouvi sua voz, ela deu gritinhos de felicidade. — Acordou de bom humor....e uma fralda cheia....— Joe voltou para a cozinha, o cheirinho da fralda invadiu meu olfato, foi impossível não fazer careta.

— Papai vai trocar, mamãe tá ocupada. — fugi, ele riu.

— Sua safada aproveitadora. — Brianna deu um gritinho ao chegar perto de mim.

— Ei, ei bebê. — dei um beijinho em seu pescoço suado, bebês cheiravam frango molhado.  — Troca a fralda, amor? — pedi fazendo beiço.

— Prometi fazer tudo por você, né. — ele disse me fazendo rir, Joseph arrumou o tapetinho portátil em cima da mesa, a colocando ali.

Abri  as janelas para que o fedor se dissipasse, e terminei de lavar as mamadeiras.

Fui em direção a sala, vendo Joe e Brianna sob o tapete no chão, com vários brinquedinhos dela espalhados, tirei uma foto e fui aproveitar o momento com minha família.

— Fala com a mamãe que você está começando a ter dentinho, fale.

— O que? — Exclamei surpresa.

— Seu leite deve ter bastante cálcio. — ele a pegou, e puxou o lábio inferior levemente para baixo, vi uma sombra clarinha prestes a sair da gengiva.

The perfect girl • Joseph QuinnOnde histórias criam vida. Descubra agora