Capítulo 05

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Porsche e Pete estavam sentados nos bancos da universidade conversando, quando Pete olhou para o nada e se levantou do banco apressadamente.

— Você vai fazer o que? A pouco tempo disse que tinha que fazer um relatório, e agora sai do nada... Espera aí, não é primeira vez que você faz isso.

Já fazia quase duas semanas que Pete saia correndo dos lugares, era como se estivesse fugindo de algo.

— Não seja paranoico. — Pete se solta de Porsche.

— Você está sentindo incômodo nos olhos, não está? — Diz acusadoramente. — Eles não estão nas cores originais, essa lente fajuta da para ver de longe, quem é o alfa?

— Já disse que não sei do que está falando.

— Sou seu amigo há mais de nove anos, nós até já moramos juntos, te conheço muito bem.

— Não quero um relacionamento agora, e se para isso eu tiver que fugir dele, eu irei.

— Mas quem é?

— Isso não importa.

— Onde ele está?

— Aquele idiota não para de mim seguir, para onde eu olho ele esta lá.

— Eu quero saber quem é, vai que eu conheça.

— Agora mesmo não irei te dizer. — Pete sai andando deixando Porsche para trás.

Ele não queria um romance, ele nunca pensou em ter tal coisa em sua vida. Tinha muitas coisas para lidar, e namorar não era uma delas. Agora só tinha que dar um jeito de tirar aquele alfa chato de seu pé.

— Pete.

Pete olha para trás e quando percebe quem era, fecha os olhos e respira fundo.

— Não chegue perto.

— Temos que conversar.

— Não tenho nada para falar com você.

— Mas eu tenho. — Segura o braço de Pete. — Só... Vamos conversar.

— Eu já disse que não, não quero a merda de um alfa idiota em minha vida, não me importo quem diabos você seja... Apenas me deixe em paz.

— Não posso.

— Pode, e vai. — Se solta de Vegas.

— Meu lobo e eu precisamos de você, ômega.

— Não seja idiota, você apenas quer um buraco para entrar.

— Não sou assim.

— Todos os alfas dizem isso.

— Pete, por favor.

— Eu disse que não, você sabe o que essa palavra significa? Já sei. — Encara Vegas friamente. — Aposto que nunca foi rejeitado, sempre teve tudo, todos os ômegas a seus pés.

— Não é isso.

— Irei virar, e sair andando, e você vai fazer o mesmo, só que para a outra direção.

— Não irei desistir tão fácil.

— Vai sim. — Pete revira os olhos, mas antes de conseguir dar um passo, Vegas o pega pelo braço, e o coloca atrás de se. — O qu... Puta merda isso é sangue? — Pete coloca a mão no braço de Vegas. — De onde isso veio? — Olha em volta. — Porque entrou no meio, seu idiota?

— Não posso deixar meu ômega se machucar.

— Não sou seu.

— Vamos sair daqui. — Vegas pega Pete pela mão e o puxa até a rua onde deixou sua moto estacionada.

— Você não vai dirigir com o braço ferido.

— Nem foi tão rui... AI. — Grita após Pete apertar o ferimento.

— Sei. — Sobe na moto. — Me dê as chaves. — Estende a mão para Vegas. — Anda logo.

— Ta. — Pega as chaves no bolso e entrega a Pete.

— Sobe logo.

E assim Pete saiu em alta velocidade com Vegas sangrando, o ômega levou o alfa para seu apartamento. Pete sabia que Vegas sabia muito bem onde ele morava. Então não fazia diferença, levar ou não o alfa até sua residência.

— Irei fazer um curativo, depois você vai embora. — Diz enquanto abre a porta do seu apartamento, que ficava no quinto andar. — Desde que conhece você e seu irmão, as coisas so veem dando arrado. — Joga as chaves do apartamento na messa e segue em direção ao banheiro, voltando minutos depois com uma caixinha de primeiros socoros. — Porque tentaram me matar hoje? — Senta no sofá e bate ao lado, para que Vegas se senta-se.

— Deve ter sido minha culpa. — Abaixa a cabeça triste.

— Quem seria você e seu irmão exatamente? — Começa a limpar o ferimento, a bala tinha pegado apenas de raspão.

— Não posso contar.

— Eu quase morri, e agora o bonitinho não quer me contar nada.

— Me acha bonito? — Pergunta com um sorriso de canto. — Ai! Isso dói.

— Deixe de gracinhas.

— Você sabe que estamos ligados para a eternidade, e todas as vidas.

— Nesta vida não.

— Deixe de ser teimoso, apenas aceite.

— Não sou obrigado a viver minha vida por um alfa. — Termina de fazer o curativo. — Não irei e nem pretendo depender de você, não sou uma criatura indefesa.

— Eu nunca disse que era.

— Está dizendo isso agora. — Pete se lembrava muito bem de como seu pai tratava sua mãe, de como ele chegava em casa bêbado quebrando as coisas e agredido sua mãe, verbalmente e fisicamente. Ele não queria aquilo para si.

— Tenta me dar uma chance, se em algum momento eu não for bom o suficiente para você, me deixe.

— Como se um alfa fosse deixar um omega ir embora, por vontade própria. — As leis desta sociedade privilegiam os alfas, e os ômegas que se fodem.

— O que posso fazer para você acreditar em mim?

— Não quero nada de você, apenas vá embora, ja fiz o que tinha que fazer. — Pete se levanta e assim que abre a porta, percebe que seu amigo está no pé da mesma com a mão levantada, pronto para bater.

— Nossa, isso fo... Vegas?

— Porsche?

— Vocês se conhecem?

If We Heve Each Other - PeteVegasOnde histórias criam vida. Descubra agora