Capítulo 10

558 72 14
                                    

Pete não queria sair daquele banheiro, ele sabe que assim que abrir a porta terá que encarar Vegas, e o ômega em nenhum momento de sua vida, imaginou que teria um alfa em sua sala, ou que esse mesmo alfa, fosse de uma máfia. Se bem que ele também descobriu que seu melhor amigo de infância também fazia parte, e ainda era ômega do líder, mas ele não quer pensar nisso agora.

— Mas que porra. — Pete fala após derrubar alguns produtos no chão do banheiro.

— Está tudo bem? — Vegas pergunta batendo duas vezes na porta do banheiro.

— Está.

— Certo. — Pete ouve os passos se afastando.

— O que eu faço? — Leva ambas as mãos ao cabelo, e os puxa em nervosismo. De duas uma, ele poderia mandar o alfa embora e fugir para o país mais longe que seu dinheiro permitia, ou ele abria aquela porta e encarava tudo aquilo de frente, e se deixava ser o ômega de um alfa, e não era um alfa qualquer, era Vegas Theerapanyakul. — Vamos lá Pete. — Diz encarando o espelho, e olhando para seus olhos vermelhos carmesim. — Não seja covarde, e confie nele. — Assim Pete sai do banheiro enrolado em uma toalha, e segue em direção ao seu quarto, lá ele veste uma roupa confortável, e volta para a sala, encontrando Vegas sentando no sofá e a sua frente uma caixa de primeiros socorros, e vários pratos de comida.

— Porsche me falou que você gosta de comida apimentada, então eu pedi para você. — Se levanta e puxa Pete para se sentar e depois volta a se sentar, ao lado do ômega. — Deve esta com fome, irei fazer seu curativo enquanto você se alimenta.

— Hum. — Pete encara Vegas, e pela primeira vez percebe que a cor de seus olhos era a mesma. Desde muito novo ele ouvia as histórias sobre a junção de almas, e como os seus olhos mudavam de cor quando achava a sua. Mas Pete nunca imaginou que aconteceria isso com ele. Ele sempre olhava como seu amigo encarava Kinn, e em como eles se completavam, de um jeito estranho, mas se completavam. Pete também lembra quando Porsche bateu na sua porta nervosamente, e contou sobre Kinn, e em como assim que pôs os olhos no alfa, ele sentiu a corrente elétrica, e que quando se olhou no espelhos seus olhos tinham uma cor preta, e não era um preto qualquer. Se alguma pessoa encarar os olhos de Kinn e Porsche, ela poderia se perder em um abismo profundo e se afogar no imenso breu, que parecia o vácuo do espaço. Poderia ser assustador, mas era lindo. Assim como a cor de seus olhos e os de Vegas.

O vermelho carmesim poderia ser lembrado como algo referente a sangue, isso pode dar medo ou nojo em algumas pessoas, mas se olhar bem, ele é tão lindo e enigmático. Aquele vermelho profundo que pode significar tantas coisas, de luxúria a morte, de amor a sofrimento... Tantas coisas pode vir de uma cor, até mesmo a traição, mas naquele momento, Pete via apenas amor, mas não era um amor simples, era algo mais fundo e misterioso, assim como o vermelho de seus olhos.

— Você não vai comer?

— O que? — Pete é tirado de seus pensamentos.

— Faz um bom tempo que está me encarando sem nem ao menos piscar.

— Não é nada. — Pete pega os talheres, mas para antes de começar a comer. — Não colocou veneno nisso, não é?

— Não mataria meu próprio ômega.

— Hum. — Pete enfim começa a comer, enquanto Vegas abre a caixa de primeiro socorros, e faz um curativo na ferida que tinha um pouco de sangue saindo.

— Deveria ir ao hospital.

— Não, estou bem. — Diz de boca cheia

— Venha morar comigo.

— Cof-cof... O que?... Cof-cof.

— Coma devagar. — Vegas dá tapinhas nas costas do ômega.

— O que disse?

— Que tem que comer devagar.

— Não, antes disso.

— Ah. — Vegas encara os olhos do ômega. — Venha morar comigo.

— Bebeu?

— Claro que não.

— Só pode estar bêbado, para dizer uma coisa dessas.

— Qual o problema de eu querer que meu ômega viva comigo?

— Não sou seu ômega.

— Claro que é.

— Não tenho nenhuma marca.

— E nossos olhos.

— Um mero detalhe.

— Pete.

— Vegas.

— Como pode ser tão teimoso, se fosse como os ômegas que eu já fi... — Vegas para na mesma hora que percebe o que iria falar.

— Termina. — Pete coloca os talheres na mesa violentamente, e encara Vegas.

— ...

— Vamos, Vegas. — Pete bate no peito do alfa. — Quer que eu seja uma puta como os vadios que você já comeu.

— Não.

— Então o que?

— Estou apenas cansado de sua teimosia...

— Saia. — Pete se levanta do sofá e aponta para a porta.

— Não.

— Estou mandando sair de minha casa.

— Não irei sair, você é meu ômega e tem que agir como tal.

— Olha aqui seu filho da puta, eu não sou um qualquer. — Bate no rosto do alfa, fazendo o mesmo se levantar. — O que? Vai me bater? Tenta a sorte bonitão. Eu não sou qualquer ômega, terá que me respeitar.

— Talvez eu te bata, mas será de um jeito que você nunca irá esquecer, e ainda vai pedir por mais. — Vegas pega Pete nos braços, e o joga em seu ombro.

— Me solta seu idiota. — Pete diz dando socos nas costas do alfa.

— Me bata assim quando estivermos na cama. — Vegas abre a porta do quarto do ômega e o joga na cama com violência.

— Tá maluco. — Pete diz ofegante e com raiva, mas essa raiva, tinha um sorrisinho escondido entre seus lábios. Afinal ele não era qualquer ômega.

— Só se for por você. — Volta até a porta e a tranca. — Irei te ensinar uma coisa hoje. — Diz tirando o sinto.

— Não se atreva a tocar em meu corpo. — Se levanta da cama e tenta sair do quarto, mas é segurado por Vegas, e jogado na cama de novo, mas dessa vez Pete cai de cara na cama. Fazendo sua bunda ficar para cima.

— Que bela vista. — Se aproxima da cama, e fica entre as pernas do ômega que estava para fora da cama. — Me diga para parar com isso, e irei parar.

— Não. — Pete olha para Vegas. — Não pare.

If We Heve Each Other - PeteVegasOnde histórias criam vida. Descubra agora