Capítulo 09

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— Seu pai, suas regras. — Kinn diz para seu primo assim que os ômegas passam pela porta do porão.

— Como se esse inútil fosse fazer alguma coisa. — Gun debocha.

— Antes de mamãe morrer, ela me ensinou uma coisa valiosa, o poder do aprendizado através dos livros. — Se senta na cadeira de frente para Gun, que estava de joelhos no chão, com Kinn apontando uma arma para sua cabeça. — Cresce lendo livros e mais livros, e quando eu era criança li Harry Potter. Sempre amei os heróis, mas foi quando mamãe morreu que eu entendi que eles não são reais, mas os vilões são, e um dia eu seria um.

— Me poupe desse papinho.

— Harry Potter não me ensinou muito quando eu era criança, mas foi quando eu cresci, que aprende o verdadeiro ensinamento, vindo de Lord Voldemorte, quer saber qualquer... Papai. — Fala a última palavra com nojo.

— Como se não fosse falar, se eu dissesse que não quero saber, falaria do mesmo jeito.

— Quando lançava o avada kedavra, ele era misericordioso. Bondoso com seus inimigos, mas quando queria ser não misericordioso, sempre usava um crucio, os torturava, fazendo-os sentir uma dor que fazia-os querer desejar a morte, e quando eu era criança não entendia isso, sempre pensei que o avada seria a melhor coisa para acabar com aquilo de uma vez, mas olha só papai, não te darei um "avada", você merece um "crucio".

— Não entendo nada dessa baboseira. — Revira os olhos em deboche.

— Não irei te matar. — Se levanta. — Você vai ficar aqui. — Gira de braços abertos. — Sem ver a luz do dia, e o céu noturno, restrição de água e comida, falarei para sua esposa que você morreu, e aquela lá, irá sair sem nada. Enquanto eu... Irei continuar minha vida... Com meu ômega, e quem sabe não tenhamos filhos, que você nunca terrar a chance de ver. Vai perder tudo. 

— Você não pode fazer isso.

— Posso e vou. — Pega uma corrente e envolve a perna esquerda de Gun. — Estou fazendo isso por Macau, o filho que você mandou matar... E meu ômega. O mesmo ômega que você pôs essas patas nojentas.

— Se não me soltar, meus homens iram agir.

— Não existem mais seus homens, agora quem manda sou eu... Porque você... Está morto.

Vegas termina de acorrentar Gun, e sai do porão acompanhado de Kinn e o seu segurança pessoal.

— VOLTEM AQU... — A porta é fechada, e os gritos são abafados. 

— Qual o seu plano? — Kinn pergunta enquanto espera Vegas que estava colocando cadeado na porta.

— Não irei matar meu pai, ele vai ficar aqui... Melhor castigo. 

Os dois seguem em direção da sala, onde Pete e Porsche estavam sentados no sofá conversando. Os dois alfas param na entrada e acabam ouvindo a conversa sem querer.

— Não tenha medo, apenas se jogue nisso.

— Foi isso que você fez com Kinn?

— Tipo isso. Meu irmão não é diferente, parece que nos três temos uma atração por essa família. 

— Creio que temos muitos problemas. 

— Você está bem?

— Porque não estaria?

— Você foi sequestrado, e esta banhado de sangue.

— Isso sai com um belo banho.

— Você matou pessoas.

— Não eram pessoas.

— Pete...

— Chega Porsche. — Vegas intervêm. — Deixe ele. 

— Irei com você. — Pete diz se levantando e ficando do lado de Vegas. — Vamos nos da uma chance.

— Você tem certeza?

— Sim. — Assim que Pete confirma, Vegas pega sua mão e sai o arrastando daquele lugar.

— Isso é seguro? — Kinn pergunta para seu ômega.

— Pete sabe o que faz, ele não é um ômega qualquer. — Olha em volta. — O que fizeram com o... — Antes que Porsche termina-se a frase o celular de Kinn toca, e o mesmo atende.

— O que?... Como?... Quem foi?... Como assim não sabem? Como alguém entra em uma casa de segurança máxima e mata meu pai, e ninguém viu nada?

— O velho morreu?

— Agora não Porsche... Meus irmãos já estão ai?... Estou indo. — Kinn desliga o celular e passa sua mão direita nos cabelos. 

— Temos que reforçar a segurança, e descobrir quem fez isso. — Porsche se aproxima de Kinn, e o abraça. 

— Sei que ele não era uma boa pessoa, mas ainda era meu pai. — Abraça seu ômega de volta.

— Vamos para casa.

Enquanto Kinn e Porsche voltavam para a mansão, Vegas e Pete seguiam de carro para o apartamento do ômega, os dois não falavam nada, o ambiente erra preenchido apenas com suas respirações lentas, era tão lenta que quase não se era ouvido. 

— O que fez com ele? — Pete pergunta depois de minutos em um silencio sepulcral. 

— Isso não importa, ele não ira mexer com mais ninguém. — Vegas tira a mão do volante e tenta segurar a mão do ômega mas o mesmo se afasta. — Até quando ira me rejeitas? Você disse que nos daria uma chance.

— Não é isso.

— Então o que é? — Desvia os olhos da estrada e encara Pete, que olhava para suas mãos.

— Elas então sujas de sangue.

— As minhas também estão.

— Não vejo nenhuma gota nelas. — Pete diz olhando para as mãos de Vegas.

— Não é porque você não vê, que não exista sangue em minhas mãos. 

— ... — Pete não diz nada apenas encara a face misteriosa de Vegas. Ele fica tanto tempo olhando para o alfa, que nem percebe a hora que o carro para no estacionamento de seu prédio. 

— Vamos subir, você ira tomar um banho enquanto compro comida, depois irei fazer um curativo em seu ferimento.

— Você não precisa

— Sou seu alfa, claro que eu cuidaria de meu ômega.

— Não diga essas coisas.

Os dois sobem até o andar do quarto de Pete, e assim que chega em seu apartamento, o ômega corre direto para o banheiro, e Vegas se senta no sofá, e enquanto espera Pete, o mesmo pede comida. Vegas não era muito bom na cozinha, então não se aventuraria a cozinhar na cozinha alheia. 


If We Heve Each Other - PeteVegasOnde histórias criam vida. Descubra agora