10. Verdade ou brincadeira?

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Cheguei em casa animada por sair pela primeira vez com a Lari e, claro, porque eu iria curtir um belo pagodinho.

Botei um vestido preto colado, uma lace preta bem cumprida e caprichei na maquiagem. Sentia que aquela noite seria incrível.

Lari se arrumava empolgada após esbarrar com o Bruno — meu irmão mais velho — assim que chegamos aqui em casa.

— Amiga, tem certeza que não rola chamar ele pra ir com a gente? Eu ia amar se ele fosse — dizia Lari sentada no chão, na frente do meu espelho, fazendo sua maquiagem.

— Seria tudo se ele fosse mas dessa vez realmente não vai rolar, amiga. Parece que ele já tinha marcado uma resenha com uns amigos e ele já se programou todo pra esse rolê. Mas não faltaram oportunidades de sairmos com ele, fica tranquila — dizia enquanto terminava de colocar meu salto alto.

Terminamos de nos arrumar, tiramos algumas fotos e ligamos pra o Bibiu para saber dele.

— E aí Biu, já tá pronto? Estamos só te esperando — disse enquanto juntava um pouco da minha bagunça, com o telefone preso entre meu ombro e meu ouvido.

— Brunekah, tô pronto já! Passo aí em 5 minutos pra buscar vocês. Já vai descendo pra gente não demorar!

Desliguei o telefone com Biu e desci com Lari, que foi secada discretamente por Bruno — e amou essa situação.

Depois de alguns minutos, Biu chegou buzinando na porta da minha casa e nós embarcamos no seu carro. O caminho foi bem longo, mas fomos cantando, rindo e nos divertindo então passou muito rápido.

Assim que chegamos na porta do pagode, vi Marcos de longe e meu coração gelou me perguntando se Ludmilla estaria aqui ou não, mas preferi não perguntar.

Marcos sumiu do nosso campo de visão então preferi nem comentar com o Bibiu e a Lari, já que eles não tinham visto ele.

Entramos no pagode já direto para o bar do camarote que ficaríamos, caçando alguma bebida para começar a noite.

— Bora de cervejinha, Bru? — disse Lari debruçada no balcão, enquanto observava as opções no cardápio.

Apenas assenti e pegamos nossa cerveja animadas, dançando em direção ao nosso camarote. Quando chegamos lá, me deparei com Marcos e Bibiu conversando. Tinha uma menina e um rapaz junto deles que pareciam serem conhecidos, mas não fazia ideia de quem eram.

— Essas são as novas bailarinas da Lud? — disse a menina, olhando pra gente sorrindo.

— Sim! Essa aqui é a Larissa e essa é a Brunna — senti o olhar da menina brilhar ao ouvir meu nome, por algum motivo que eu não entendi.

— Olá meninas, prazer! Eu sou a Paty, melhor amiga da Lud — disse ela simpática vindo nos cumprimentar.

Devolvemos o sorriso e os cumprimentos e foi a hora do menino se apresentar.

— E eu sou o Renato, mas pode me chamar de Renatinho e eu também sou o melhor amigo da Lud, o melhor de todos aliás — disse Renatinho em um tom provocativo olhando pra Marcos, que apenas virou os olhos.

Fiquei matutando na minha mente se ela viria, afinal, todos os melhores amigos dela estavam aqui. Não me aguentei e precisei tirar minha dúvida.

— E a Lud? Vai vir também? — disse tentando transparecer costume, mas antes de receber minha resposta, senti um hálito quente no meu ouvido e uma mão grande e pesada na minha cintura.

— Opa! Ouvi meu nome? — era ela, com seu tom moleca de sempre e com uma presença que só ela tinha.

Me virei instantaneamente para cumprimentá-la com um abraço e um sorriso, tendo um retorno dela.

Começamos todos a conversar, dançar, beber e quando dei por mim, percebi que todos nós estávamos bêbados. No meu caso, isso significava duas coisas: danças incansáveis e muitas idas ao banheiro para fazer xixi.

Nesse momento, eu estava me ajeitando no espelho antes de sair do banheiro após a milésima mijada da noite. Quando cruzei a porta do banheiro, dei de cara com Ludmilla, que trazia um olhar malicioso em minha direção. Ela parou na minha frente e se esticou até meu ouvido para sussurrar algo.

— E ai, que horas? — disse com uma voz embargada, seguida de um sorriso desafiador.

Olhei para ela sem entender nada, demonstrando não ter entendido sua pergunta. Ela voltou a se aproximar do meu ouvido e concluiu sua frase.

— Que horas você vai me dar um beijo? — ela disse sem cerimônia, em meio a risadas.

Arregalei meus olhos sem acreditar no que eu tinha acabado de escutar. Olhei para os lados e a respondi.

— Que isso! Beijo? Mas aonde?

Ludmilla soltou uma larga gargalhada com seus olhos arregalados de surpresa.

— Ai Catarina!

Ludmilla me deu um beijo rápido na bochecha e saiu rindo, me deixando sem entender o que tinha acabado de acontecer.

Essa mulher vai me deixar maluca.

Seja bem-vinda • Brumilla Onde histórias criam vida. Descubra agora