26. Explodir

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Patrícia parecia ter sentido de longe meus pensamentos e veio até mim, falar comigo. Começamos a conversar e ela sempre soltava algum flerte, alguma graça, algo do tipo. Ao mesmo tempo que eu não queria, sentia que precisava disso para entender o que eu sentia pela Ludmilla — e para tentar apagar a cena que eu tinha visto, que estava me perturbando.

— Bru, podemos ir ali na varanda rapidinho? Queria te dar uma coisa — disse Patrícia

— Claro! Antes vamos só ali onde estão as meninas para eu avisa-las

Patrícia entrelaçou sua mão na minha, me deixando surpresa, e fomos até as meninas. Elas não entenderam nada quando me viram de mãos dadas com ela — a menos Emily, que estava em êxtase — e, em seguida, fomos em direção a parte da varanda, ainda de mãos dadas.

[POV Ludmilla]

Quando estava indo de encontro a Brunna, simplesmente captei a cena dela de mãos dadas com uma mulher lindíssima. Meu coração se partiu ao meio naquele momento e eu poderia sentir a dor nele. Suspirei fundo, afinal, ainda que aquilo estivesse acabando comigo, eu tinha acabado de ficar com outra pessoa.

Voltei para a rodinha com Luane e Marcos tentando me recompor mas na primeira frase que Marcos soltou me questionando o que havia acontecido, eu precisei abraçá-lo para esconder minha cabeça e algumas lágrimas teimosas no seu pescoço. Merda, eu nem sou de chorar.

— Ludmilla, você tá chorando? Que isso — ele disse sussurrando no meu ouvido, apenas para que eu conseguisse escutar

— Marcos, ela não me quer mais — soltei quase que vomitando as palavras, de tão angustiada

— Que? Quem não te quer, Lud? — Continuamos sussurrando no ouvido um do outro, enquanto Marcos fazia um cafuné de leve na minha cabeça. Fiquei em silêncio, sem coragem de dizer quem era — é a Bru, né?

Me separei dele, o olhando com uma cara de espantada.

— Dá pra perceber, eu já te falei... e posso te garantir que é recíproco — ele soltou um sorriso grande para mim

— Mas ela saiu de mãos dadas com outra, Marquitos — disse já querendo chorar de novo. aparentemente beber não foi a melhor escolha do dia.

— E você, Ludmilla, vai perder tua mulher assim? Vai entregar de bandeja?

Aquilo me gerou uma confiança e expectativa alta demais. Beijei o rosto de Marcos e sussurrei, agradecendo e pedindo que não contasse pra ninguém.

Fui andando apressada até a varanda, com medo do que poderia ver e eu acabei vendo justamente o que não queria.... As duas estavam se beijando. O corpo da Brunna não parecia estar respondendo de maneira tão confortável, o que me deixava secretamente feliz mas ali, vendo ela beijar outra pessoa, percebi que eu precisava ter a Brunna só minha. Não era só amizade.

Fiquei escondida esperando essa palhaçada acabar pra tirar ela dali e eu estava tranquila até ouvir a tal mulher chamá-la de pequena. Que ódio. Só eu posso chamá-la assim. Pra piorar, ela anunciou que daria uma saidinha da varanda e eu pude sentir um cheiro familiar vindo dela. Era ela. A dona do cheiro que Brunna estava. Do estado de boba apaixonada eu saí pro estado de raiva e assim que ela saiu da varanda, eu fiz questão de entrar assustando a Brunna.

— Então essa era a fã com cheiro de rica, né? — disse chegando por trás dela, sussurrando em seu ouvido

Ela virou assustada, com os olhos arregalados.

— Não sabia que você beijava mulheres, Brunna — disse enquanto cruzava os braços no meu peito e semicerrava meus olhos, me aproximando cada vez mais dela

— Ludmilla, eu não sei porque você tá vindo me alfinetar com isso se eu te vi praticamente agora com a mulher loira do almoço no seu colo, te engolindo

Sabíamos o que estava rolando ali. No fundo, o fato de não termos conversado sobre a gente estava afetando completamente o andamento das nossas vidas. Tudo virou uma grande confusão.

— Mas você nem viu o que aconteceu pra chegar naquele estado... você nem sabe se eu queria — eu disse me aproximando mais, me exaltando

— Não importa, mas tava lá você, se atracando com ela! Como acha que me senti vendo aquela cena?

Engoli a seco quando percebi que Brunna deixou escapar a última frase. Ela também sentia algum desconforto, assim como eu, com essas situações.

— E você acha que eu adorei ver o que eu vi agora? Eu tava chorando abraçada com o Marcos — Brunna me olhou nos olhos, depois intercalou entre a minha boca e eles. Seu olhar era um misto de ansiedade, de desejo, de saudade... de amor.

— E o que você quer que eu faça? — disse Brunna ainda mais próxima de mim, com as mãos na minha cintura

— Fica comigo — respondi quase em um sussurro, avançando na boca de Brunna e a beijando com intensidade. Minha língua  explorava cada canto da sua boca, enquanto minhas mãos estavam enfiadas na sua nuca, puxando seu cabelo

As mãos de Brunna me prendiam pela cintura e ela dava apertões gostosos no local. Quando nos faltou ar, finalizei o beijo com vários selinhos e um beijo final na sua testa. Ao abrirmos os olhos, consegui enxergar o sorriso lindo dela para mim.

Fomos interrompidas do nosso momento romântico quando ouvindo passos entrando na varanda, era a tal Patrícia.

— Oi Bru, tudo bem? Oi, você é a Ludmilla né?

— Oi, sou sim. Você quem é? — eu disse olhando pra ela.

— Eu sou a Patrícia. Tudo bem?

— Tudo certo, Patrícia. Desculpa por acabar com a diversão por aqui mas é porque a Bru vai precisar me acompanhar agora, tá?

Sai puxando a Bru pela mão, que se quer conseguiu se despedir da tal mulher. Passei feito um foguete por toda a equipe, com Brunna com as mãos entrelaçadas nas minhas e fui caminhando com ela até o elevador. Quando entramos no elevador, não me contive e precisei repetir a dose de lá embaixo.

Peguei Brunna no colo e a prendi entre meu corpo e a parede do elevador, esquentando o clima entre a gente. O vestido de Brunna já tinha virado uma blusa nessa altura do campeonato e sua calcinha estava completamente exposta.

De um lado eu segurava seu corpo e sua bunda e do outro eu segurava seu salto alto.

E assim fomos nos pegando até nosso quarto.

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