16. Te amo demais

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Sai do banho, botei uma roupa confortável e decidi fazer algo diferente pra receber a Bru. Como eu sabia que ela provavelmente chegaria com fome e sei qual tipo de lanche ela gosta, fiz questão de pedir um bem completão, com cada detalhe que a draga gosta e um docinho do agrado dela também.

Estava ansiosa pra ela chegar e eu poder esquecer meus problemas, grudadinha nela. Era raro eu ter dias como hoje, sem nada para fazer, e é óbvio que eu iria querer curtir ele do lado dela, né?

Não demorou muito e ouvi uma voz familiar gritando da ponta da escada um sonoro "Lud". Sorri ao reconhecer a voz. Era a Bru.

— Sobe logo, Bu! — gritei de volta, ainda deitada na minha cama.

Ouvi seus passinhos subindo a escada até que a porta se abriu e seu cheiro de 212 invadiu o espaço em questão de segundos. Eu amo esse cheiro.

— É assim que tu me recebe, garota? — disse ela com cara emburrada e os braços cruzados debaixo do peito

Levantei prontamente e agarrei ela pela cintura, puxando seu corpo que caiu sobre o meu na cama. Ficamos abraçadas enquanto Brunna ria da minha atitude.

— Mas tá cheirosa demais hein, querida! Assim eu apaixono — falei dando um cheiro profundo no seu cangote, arrancando mais risadas, agora de cosquinha, da Bru

— Tô toda cheirosa pra te ver, ué! — respondeu a Bru se afastando um pouco do meu corpo e sorrindo ao ter uma visão ampla do meu rosto

A Brunna era genuinamente linda. Quando eu digo isso, é porque ela poderia estar toda borrada ou ter acabado de acordar ou sem maquiagem... sua beleza permaneceria intacta. Eu juro que ainda não consigo me acostumar com a beleza dela.

— Que foi que tá aí igual uma babona me olhando? Morreu, foi? — disse a Bru, me acordando do "transe" que entrei

— Tô babando na sua beleza! — respondi sapeca, tirando um sorriso tímido da Bru

Passamos o restante do dia vendo série, comendo nossos lanches — que aliás, ela amou, como eu já previa — e contando sobre as situações chatas que passamos hoje. Se falar da Isabelly me deixava enojada, não queiram ver como eu fico ouvindo a Brunna falar sobre o infeliz do Caio. Queria conseguir proteger a Bru de tudo de ruim que o mundo possa fazer a ela. Sou muito protetora dela. Saber que um cara foi capaz de aprontar assim com ela, me vira a cabeça. Conversa vai, conversa vem e ouvi um leve ronquinho no meu peito. Ela tinha adormecido.

Ela tinha sua cabeça encostada no meu ombro e suas mãos penduradas no meu pescoço, completamente confortáveis. A cada vez que eu via a Brunna assim, tão aconchegada nos meu braços, eu sentia algo diferente no meu peito. Já não é de hoje que ela mexe comigo, mas eu nem sei se ela gosta de mulheres ou pior: eu não sei se teria qualquer chance com ela. Eu amo tanto essa mulher, amo tanto ter ela na minha vida que eu jamais arriscaria perder a nossa amizade.

— Eu te amo, pequena... — disse sussurrando ao olhar Brunna adormecida

Fechei meus olhos afim de tentar acompanhar a Brunna nesse soninho, até que levei um susto

— Eu também te amo, grandona — respondeu a Bru com uma voz amassada de sono enquanto abraçava mais meu pescoço e se ajeitava no meu colo, manhosa

Abri um sorriso instantâneo que ela se quer pode ver mas que foi do fundo da minha alma.

Eu amo a Brunna. Demais.

Após esse momento fofo, adormeci com a Bru em meus braços e despertei tempos depois com uma falatório no meu quarto. Acordei lentamente, me sentando na cama, enquanto abria meus olhos e tentava assimilar se a cena que eu via era real ou um sonho.

Brunna estava com uma toalha enrolada no cabelo, de lingerie vermelha, com o celular grudado entre sua orelha e ombro, falando igual uma matraca, enquanto andava pelo meu quarto ansiosa, lixando suas unhas.

— Tá bom Mário Jorge, mas quem é que vai nisso? Eu conheço alguém? Sabe que eu não gosto desse povo daí da nossa terra... — dizia ela empolgada

Eu não sabia se ria do jeito tagarela dela empolgado no telefone ou se eu tentava disfarçar meu nervosismo ao ver a Brunna seminua na minha frente. Apesar de sermos coladas, Brunna nunca ficou de roupas íntimas ou nua na minha frente. Ela é muito tímida e por eu respeitar isso, também nunca fiquei dessa forma na sua frente. Não sabia se reagia à sua animação ou se fingia que estava dormindo pra que ela não ficasse constrangida por estar dessa forma.

— Tá bom garoto, mas eu vou ver se a Lud anima de ir senão eu não vou não... Tirei o dia pra cuidar dela e fazer companhia então nem pensar de deixar ela sozinha!

Brunna desligou o telefone e eu fiquei congelada sem saber como agir. Ela virou bruscamente e se deparou comigo sentada, dura, na minha cama, com um semblante de nervosismo. Diferente do que eu esperava, a reação de Brunna foi um tanto quanto... provocativa.

— Que foi, Ludmilla? Nunca viu uma mulher de lingerie? Até parece que é a primeira vez — disse ela normalmente, enquanto tirava a toalha do cabelo, me encarando

Se a intenção dela era me deixar constrangida, em partes, ela conseguiu. Mas eu sou a Ludmilla, né? Ela mexeu, agora ela que aguente.

— Gostosa desse jeito eu nunca vi, de fato. Primeira vez tendo contato com tamanha beldade num corpo tão pequeno.

Brunna arregalou os olhos, demonstrando vergonha, e eu apenas soltei um sorriso sapeca.

— Você tá de parabéns hein, Bru! — Levantei da cama, passando por ela, em direção ao banheiro, batendo palmas. Fiz questão de fitar cada pedaço do seu corpo lentamente, o que fez com que ela ficasse congelada.

Quando entrei no banheiro, soltei uma alta gargalhada e pude ouvir uma espécie de rosnado, seguido de "eu te odeio, Ludmilla"

Dei boas risadas no banheiro e, quando sai, Bru estava com um blusão que era meu e penteava o cabelo enquanto parecia ouvir um áudio no WhatsApp, concentrada.

— Agora você pode me contar qual era o trelele todo com o Mário Jorge no telefone? — perguntei enquanto parava na ponta da cama, olhando pra ela

— Ah, nem te contei, né? Ele e Marcos agora tão amiguinhos e aparentemente marcaram uma social na casa de um povo conhecido deles, em comum. Vai ser lá no Rio, acho que na barra. Daí ele chamou a gente pra ir, mas eu falei que só iríamos se você tivesse afim porque vim pra cá pra ficar contigo — disse Bru enquanto olhava pro celular

— Vamos sim! Sabe se o Marcos chamou o resto da tropa?

— Menor ideia, Lud! Dá uma ligadinha pra ele enquanto eu seco meu celular, pode ser? — respondeu a Bru já levantando da cama, indo em direção ao banheiro

Liguei para o Marcos, confirmei a ida de toda a tropinha e avisei que nós iríamos. Acho que nos faria bem estar com a galera, beber um pouco e tentar não lembrar dos nossos exs insuportáveis.

Levantei da cama animada, em busca de alguma roupa pra vestir, enquanto Bru cantarolava alguma música no banheiro, secando seu cabelo.

Horas depois, conseguimos ficar prontas pra sairmos de casa. Como a Bru passava muito tempo aqui comigo, tinha um pedacinho do meu armário com várias roupas dela, inclusive de sair. Ela colocou um body branco decotado, com um short jeans bem curtinho e um salto alto rosa pink. Já eu estava com um top preto é uma calça cargo bem soltinha. Claro que estava com um dos meus jordans no pé, né?

Não demorou muito e fomos para o carro para Rock nos deixar na tal resenha.

Que seja uma noite boa!

Seja bem-vinda • Brumilla Onde histórias criam vida. Descubra agora