13. Amnésia

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O sábado chegou e com ele uma ressaca que eu não tinha há tempos. Não sabia como havia chegado no meu quarto, muito menos quem havia tirado meus sapatos por mim. Levantei da cama com uma dor de cabeça insuportável e fiquei tentando lembrar do que aconteceu ontem. Nada. Total amnésia.

Entrei direto no banho e suspirei ao me prometer, pela décima vez, só nesse mês, que eu nunca mais iria beber.

Terminei meu banho, desci e lá estavam os principais integrantes da minha tropa: minha família.

Minha mãe, ao ver meu estado, apenas soltou uma risada e se virou para minha vó, que estava do outro lado da mesa.

— Tá vendo, mamãe? A gente cria com tanto amor e carinho pra virar pinguça bagunceira — disse cutucando o braço da minha vó sob a mesa.

— Bebeu mais que a conta foi, filha? — questionou minha vó em meio a risinhos.

Eu apenas assenti com a cabeça, indo em direção a geladeira, em busca de uma garrafa de água. Peguei a água e me sentei ao lado de minha mãe, que seguia rindo de mim.

— Você se lembra da mobilização que você gerou entre seus amigos só pra te carregar lá pra cima? Você e senhor Marcos...

— Que amigos? Que mobilização? Como assim, gente?

Percebi que minha amnésia alcoólica foi maior do que pensei. Que história é essa que meus amigos vieram pra cá? Em que momento isso rolou?

— Ué Ludmilla, os de sempre... Paty, Renatinho, Bibiu e as meninas novas do seu ballet, não lembro o nome da outra, só sei da Brunna mesmo

Engasguei da água quando minha mãe mencionou o nome dela. A Brunna me viu pagar essas vergonhas? Será que falei alguma besteira pra ela?

— Mas o que eu fiz exatamente, mãe?

Minha mãe me seguiu contando todas as palhaçadas que fiz, até chegar na parte onde virei o pé enquanto dançava e pulava com Marquito nas minhas costas. Rimos juntas das histórias apesar de eu não lembrar de nenhuma delas.

— E o que mais aconteceu? Me conta

— Ah, eu conversei com a Brunna pela primeira vez! Que menina graciosa ela é, né? Mas ela não me parecia bem... tentei fazer ela se abrir comigo mas ela permaneceu relutante e calada.

Nova nóia desbloqueada. Será que fiz algo pra Brunna? Eu preciso falar com ela. Quero ter uma amizade com ela e estamos começando agora, não posso dar motivos pra ela desistir de ser minha amiga assim tão fácil.

Levantei num movimento busco da cadeira, deixando minha mãe sem entender nada, e apenas sai pegando a garrafa de água e um saco de biscoito que tinha perdido ali na bancada da cozinha.

— Vai aonde, Ludmilla? Tá louca? Tô falando contigo

— Preciso resolver algo urgente lá no quarto que só me lembrei agora. Depois você me conta o resto das histórias, tá?

Mal terminei a frase e subi correndo atrás do meu celular pra falar com o Bibiu.

— Ei Biu, tudo bem? Lud aqui! Queria saber se você passaria o número da Brunna pra mim, tô precisando falar com ela.

Em menos de 5 minutos Bibiu me trouxe uma resposta, que me gerou boas gargalhadas

— Mas minha filha, que mel foi esse que a brunekah jogou em você, hein? tu tá que tá, Ludiene!

— Aí Bibiu, parou! Que besteira. Me passa logo o que te pedi, por favor.

Depois das brincadeiras de Bibiu, consegui o telefone da Bru e passei pelo menos 5 minutos com sua conversa no WhatsApp aberta. Nem eu sabia exatamente o que queria falar, só precisava falar com ela.

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