Ludmilla me ligou e sinceramente? Era melhor nem ter ligado. Algo de estranho tava rolando e eu não consegui identificar, pra minha irritação.
Ela tava com uma voz estranha, me deu uma resposta completamente esquisita quando sugeri de ir mais cedo pra lá e enfim, minha cabeça agora tá a mil. Será que ela se arrependeu de me pedir em namoro? Será que tinha algum contatinho antigo marcado dela pegar nesse fervo e ela não lembrava?
Minha mente foi produzindo um milhão de histórias e pra me distrair, decidi pedir pro Mário Jorge vir mais cedo pra cá e se arrumar aqui em casa. Eu queria muito contar pra ele sobre eu e Lud mas depois disso tudo, nem sei mais se devo.
Mário Jorge chegou, ficamos ouvindo música, fofocando, rindo, se provocando até que anoiteceu e fomos nos arrumar.
Só de pirraça eu queria ir de um jeito que eu chegasse chegando na casa da Ludmilla. Coloquei um body preto transparente cavado na frente e atrás, um sutiã preto por baixo que deixava meus peitos bem realçados e um short preto bem curto. Para os mês, coloquei um sapato preto fino e optei pela minha lace loira, que enchi de ondas.
— Caralho chica, se existe mulher mais bonita nesse mundo que você e Beyoncé, eu não conheço!
Mário Jorge assobiava e batia palmas eu me ver pronta, arrancando risadas e me enchendo de autoestima e confiança de chegar naquele fervo, já pronta pro que estivesse me esperando lá.
Por hoje, iríamos só nós dois e Bibiu já que as meninas foram todas juntas na frente. Encontramos Bibiu, que, assim que me viu, também fez questão de me encher de elogios.
— Brunna, eu juro, se eu não fosse gay, eu rastejaria aos seus pés, de verdade! Você é gata demais, amiga
Abracei Bibiu sem graça mas sorrindo dos seus elogios. Assim que ele entrou no carro, fomos conversando e ele começou a fofocar sobre os fervos antigos da Lud.
— Cara, normalmente quando ela marca um fervo com antecedência, significa que vem uma galera da pesada mesmo, sabe? Gente muito famosa mesmo! Acho que hoje contaremos com umas presenças ilustres por lá
Meu estômago embrulhava enquanto minha mente voltava a produzir um milhão de histórias sobre o que teria feito a Ludmilla ficar estranha. Depois daquele telefonema estranho, não nos falamos nem por mensagem e ela só soube que estávamos indo porque mandou um áudio pra o Bibiu perguntando se ele estava vindo e se eu viria com ele.
Nosso uber parou na frente da casa da Ludmilla e eu pude sentir minha garganta fechando de nervoso, mas botei o sorriso mais expansivo que conseguia para manter minha pose.
Assim que as portas se abriram, me deparei com a parte externa repleta de pessoas, inclusive que eu nunca vi antes. Não deu 1 minuto e ela veio do outro lado do espaço, apressada, falar com a gente. Seu olhar grudou no meu corpo, minha boca e meus olhos de maneira escrachada, ela não teve o menor pudor ao me olhar.
— Que isso brunekah, mas tá uma gata hein! — ela disse enquanto me olhava propositalmente de cima pra baixo, soltando um sorriso sacana
— Não é, menina? Essa daí só sai sem um bofe gato daqui se quiser! Ou gata, né? Porque agora ela revelou que é xota na xota né? — Mário Jorge lançou essa resposta enquanto eu o olhava com um sorriso malicioso, a fim de provocar Ludmilla, que me olhou com certa dúvida mas soltou uma risada forçada para entrar no "clima" do meu melhor amigo.
— Pessoal, fiquem super a vontade pra pegar o que quiserem, tá? Nas geladeiras tem todo o tipo de cerveja e nos freezers tem mais bebidas também. Comida fica na lateral ali, perto da saída pra sauna, ok? Agora vou roubar a Bru rapidinho e já volto