Ludmilla POV
Já fazem 7 dias que não tenho notícias da Brunna. Ela trocou sua escala de shows com as meninas, já que estava há vários shows seguidos indo e simplesmente sumiu.
Eu tentava arrancar das meninas, de leve, notícias dela, mas sem sucesso. Não sei se era algum combinado delas mas a resposta era sempre a mesma: "Ih, quase não tenho falado com ela" "Da última vez que falei ela disse que tava tudo certo". Aquela situação me agoniava. Eu não conseguia mais fazer nada além de cumprir com meus compromissos e maratonar uma porrada de série nos tempos vagos. Já tinha escrito diversos textos no meu bloco de notas, ensaiando mandar para ela, mas, eu lembrava que estava bloqueada e apenas desistia.
Nesse exato momento, eu estava na minha posição mais frequente nos últimos tempos: deitada, de pijama, olhando pro teto e sentindo a brisa lá de fora. Sentia que não vivia mais os dias, só existia. Eu não conseguia chorar, me sentia vazia por dentro. Só queria ter minha bru de volta.
Despertei ao ouvir uma batida forte na minha porta, seguida de uma entrada sem cerimônias.
— Posso saber porque você permanece desse jeito, Ludmilla? Você só vive dentro desse quarto, quieta, olhando pro teto, mal fala, mal come. — Dona Silvana tentava, mais uma vez, arrancar qualquer resposta minha, sem sucesso. Ela sentou na beira da cama e olhava fixa pra mim
— Nada, mãe. Vai passar.
— Porque eu sinto que tem algo a ver com a Bru? Ela nunca mais apareceu aqui, nos últimos shows tenho percebido que ela não está. Vocês brigaram?
Senti o choro, pela primeira vez em todos esses dias, travar na minha garganta, mas não queria chorar. Não podia. Sabia que, se começasse, eu choraria tudo o que não chorei em dias.
— Ludmilla... consigo sentir daqui sua tristeza, minha filha. Isso deixa meu coração aflito. Sempre fomos amigas... porque não quer me contar?
Suspirei fundo e me ajeitei na cama, me sentando. Meus olhos começaram a ficar marejados assim que minha memória trouxe a lembrança da Brunna dizendo que acabou, que não queria mais. Deixei uma lágrima teimosa invadir meu rosto e abaixei o mesmo em direção as minhas mãos, enquanto tentava unir coragem suficiente para contar tudo pra minha mãe.
— Mãe, eu e a bru estamos namorando — disse de uma vez, num só respiro — ou estávamos... agora não sei mais. Acho que a perdi de vez — finalizei minha última frase já aos prantos, liberando um choro guardado em meu peito há dias e recebendo o abraço forte da minha mãe
— Ô minha filha, mas o que é isso? Eu nunca te vi chorar tanto assim, Ludmilla! Se acalma — minha mãe dizia enquanto fazia um cafuné de leve em minha cabeça, na tentativa falha de me acalmar
— Mãe, eu sinto que o mundo parou depois que ela me deixou... eu não posso viver sem ela, não posso — dizia em meio a soluços, deixando minha mãe ainda mais assustada
— Ludmilla, minha filha, eu preciso que você se acalme pra conversarmos com calma, ok? Respira fundo, levanta essa cabeça e me conta direitinho tudo o que aconteceu
Minha mãe se manteve firme nessas e em mais outras frases genéricas sobre colocar a cabeça no lugar e se acalmar. Percebendo que meu estado era mais agitado do que ela imaginava, ela se levantou até meu frigobar e pegou uma garrafa de água, me estendendo em silêncio, enquanto eu refrescava minha garganta já irritada de tanto que eu chorei
Após um breve momento de silêncio, consegui me acalmar e contei toda a história pra ela, que se sentia levemente culpada enquanto esfregava sua mão no rosto
— Me sinto mal por ter dado brecha pra Isabelly se sentir à vontade pra estar aqui, te peço desculpas! Sempre achei que vocês ainda se gostavam, mesmo que eu suspeitasse, no fundo, de você e da Bru