• Capítulo 33 •

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• Luana •

Ouço um som de rádio e franzo a testa ainda dormindo, sentindo uma movimentação na cama. Abro os olhos bem devagarinho e já os fecho de novo, por não ter forças nem pra isso.

Ontem, depois de vermos um filme na televisão, comemos umas sobras de comida que tinha na geladeira do Henrique e ficamos deitados no sofá por mais muito tempo. Não lembro de ter dormido, nem de como vim parar no quarto. Mas sei que isso é coisa do dele.

: Colfoi, truta. Nem da mais condição pros parceiro, tá sumidão, pô. Nós ta combinado um churrasco daqui a pouco, cê topa? - ouço uma voz desconhecida falar, mas mesmo confusa de sono, sei que essa voz vem do radinho do Falcão.

Falcão: Ih, essas horas me cobrando, Kitin? Acabei de acordar, pô. - murmura lento, soltando um bocejo logo em seguida e sinto sua mão fazer carrinho na minha cintura, já que eu estou deitada com a cabeça no peito dele. - Tô com a minha mulher aqui, mas vou ver com ela.

Meu coração da um saltinho e eu fico com vergonha por ficar tão feliz ouvindo ele me chamar assim, mas faço um esforço enorme em não esboçar nenhuma reação para ele não ver que eu acordei. Logo em seguida, ouço uma risada do cara que tá falando com ele.

Kitin: Ih, nem sabia que tava amarrado, Falcão! Colfoi, ta escondendo tua mina dos parceiros?

Falcão: Tô, vocês são olho junto demais, tudo talarico! - brinca e agora parece que tem mais homens do outro lado da linha falando com eles.

Me sentindo mais dispersa, olho para cima, levantando um pouco meu corpo para ver o rosto do Henrique melhor. Ele sorri de lado, ainda respondendo o que o cara pergunta e se inclina pra me beijar.

Sorrio entre o beijo, feliz com as suas demonstrações, mas me afasto antes que role língua. Acabamos de acordar e não tem nada pior do que bafo matinal. E, distraída olhando toda bobinha pra ele, tomo um susto com o grito de bebê que atravessa o quarto.

Me sento rápido da cama e olho em volta, vendo Miguel deitado no mesmo colchão que estava na sala, só que agora está no chão do quarto. Ele está só de frauda e a chupeta está caído do lado dele, enquanto ele tenta desesperadamente pegar.

Faço bico com pena e passo por cima do Falcão, já que eu dormi na parede, e ando até o meu bebê, o pegando no colo e pegando a chupeta junto. Coloco o mesmo na sua boquinha e o ingrato recusa, afastando a cabeça.

Luana: O que você quer, filho? - pergunto, balançando ele.

Kitin: Falcão? - o cara pergunta devagar por ele, que responde com um resmungo. Noto que Henrique está me olhando fixamente e eu sorrio de lado, envergonhada. - Cê não teve um filho e não contou pra mim, né?

Falcão: Tive, mas não é de sangue. É de coração, pô. - sorri de lado, ainda olhando pra mim e pro Miguel - Cê ouviu o filho da minha mina, pô.

Kitin: Muita informação de uma vez só. Vou te ligar por vídeo, atende esse caralho que eu já tô puto contigo.

Eu rio nasalado, sentando no lugar onde eu estava deitada antes e ajeito Miguel no meu colo, levantando a minha blusa para ver se ele quer peito. Na hora o esfomeado para de chorar e arregala os olhos, grudando a boca no meu peito com o maior desespero.

Crime PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora