• Capítulo 32 •

2.2K 207 37
                                    

• Luana •

Acordo assustada com o choro do Miguel e um barulho de coisa caindo no chão. Meu coração bombeia contra o peito e parece que eu vou vomitar ele pra fora.

Falcão: Droga, foi mal, não queria acordar vocês não. - ouço sua voz e me sento no sofá, olhando para ele ajeitando o fuzil na parede de um jeito que não caia de novo.

Luana: Que horas são? - pergunto ainda meio zonza de sono, me levantando para ir pegar o Miguel, que está deitado em um colchão no chão. Eu eu não eu sei porque Henrique tem isso aqui, mas nem perguntei também.

O mesmo, vendo o que eu iria fazer, me impede e me senta de volta no sofá.

Falcão: Deixa que eu pego, pô, volta a dormir. - se agacha na frente do meu filho, tirando ele de lá enquanto sussurra umas coisas que eu nem ouço.

Falcão me faz sentar com as costas no apoio de braço, de pernas cruzadas e deita a cabeça no meu colo, deixando as pernas flexionadas para apoiar as costas do Miguel ali, o deixando meio setado e meio deitado em seu colo.

Toco com os pezinhos do meu filho, vendo ele agitar as pernas que estão esticadas na barriga do Henrique. Agora ele já parou de chorar, só está agitado e com o narizinho vermelho.

Luana: Ele gosta de você, fica sempre calmo quando você assobia. - digo distraída para Henrique, que levanta os olhos para me olhar sorrindo.

Abaixo a cabeça e dou um selinho nele, fazendo carinho no seu rosto. Miguel da um gritinho, seguido de resmungos e eu olho pra ele, rindo quando percebo que está com a testa franzida e um bico enorme. Henrique segura os pezinhos dele quando um quase acerta a sua cara.

Falcão: Ih, colfoi? Tua mãe também é minha, menor, nem adianta fazer essa cara feia não, pô. - balança a cabeça - Tem que aprender a dividir!

Luana: Ai, para de irritar o meu bebê. - faço bico também, vendo Miguel abrindo e fechando as mãozinhas na minha direção - Vem com a mãe, filho, vem cá.

Falcão é obrigado a levantar quando Miguel tá no meu colo e agora é ele que tá de braços cruzados e de bico. Sinceramente, não sei o que eu faço com esses dois se decidirem ter ciúmes de mim. Só me dividindo no meio pra resolver!

Falcão: Vai pro canto, vai. - me empurra pro canto e se deita na ponta do sofá, praticamente me espremendo ali com o Miguel.

Logo depois ele pega o meu filho e coloca ele deitado de barriga pra baixo no peito dele, me puxando pra deitar a cabeça ali também. Sinto uma emoção enorme me invadir como uma tsunami, tendo que morder o lábio inferior para não chorar.

Nunca pensei que iria me apaixonar tanto e ter alguém pra sentir a mesma coisa que eu. Alguém pra cuidar de mim. Henrique é a segunda melhor coisa que aconteceu na minha vida, só perdendo pro nascimento do meu filho. Não sei mais pensar em ficar longe dele, essa se tornou a verdade assustadora que eu não queria admitir.

Luana: Como foi lá? Voltou com nenhum arranhãozinho. - digo um tempo depois, passando a mão pelo seu rosto.

Falcão: Fiquei de motorista hoje, porque sabia que cê ia ficar toda nervosa se eu voltasse machucado. - eu sorrio de lado, feliz por ele ter pensado em mim - Os cara que assaltaram ficaram tudo mal mermo, mas ninguém morreu.

Luana: Menos mal. - murmuro e ficamos em silêncio de novo.

Sinceramente, prefiro não tecer comentários sobre esses esquemas que o Falcão faz. Não entendo e não vou dar uma de sabichona, falar que é errado, dar lição de moral e tudo mais. Ele é maior de idade já, sabe sabe o que é certo e errado e o que não é. 

Além do mais, prefiro me envolver o menos possível. Me fazer de louca parece ser melhor do que descobrir coisas que eu não quero.

Falcão: Pô, quase esqueci, trouxe uma parada pra ti, garota. - levanta do nada do sofá, segurando Miguel contra o peito e anda até uma mochila jogada no chão, enquanto eu o olho com a testa franzida - Oh, uma pulseira de diamante para a minha joia preciosa.

Arregalo os olhos e me sento rápido no sofá, vendo ele vir todo sorridente pra perto de mim com a pulseira na mão, toda hora a afastando para o Miguel não pegar. O meu bebê grita, franzindo a testa pra mostrar que está bravo e Henrique faz uma careta pelo gritão no ouvido.

Ele se senta do meu lado e coloca a pulseira na minha mão e eu a olho como se fosse a coisa mais preciosa da minha vida. Porque é! Meu Deus, uma pulseira dessas custa pelo menos dez mil reais.

Luana: É linda, Henrique, eu amei. - falo ainda chocada e ele sorri ainda mais, beijando o meu rosto.

Falcão: Se soubesse que pra te fazer sorrir assim era só te dar uma pulseira, eu teria dado assim que a gente se conheceu, pô.

Luana: Ridículo. - reviro os olhos com um pequeno sorriso, concentrada em por a pulseira.

Assim que consigo, olho para Falcão como uma criança que acabou de ganhar um brinquedo e balanço meu pulso, fazendo a pulseira fazer um barulhinho das joias batendo e Miguel novamente está todo vidrado nela.

Crime PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora