• Falcão •
Na moral, nunca tinha visto os pais da Luana, só ouvido as paradas que ela fala. Mas vendo agora, nem preciso pensar para saber que ela sempre me disse a verdade, pô.
Os dois me olham com um nojo fodido, como se eu fosse um rato saído do esgoto. Papo reto, isso daí ia me deixa virado, mas eu nem falo nada. Não quero arrumar caô e Luana ficar bolada comigo porque criei problema com os pais dela.
Sérgio: Cê ta grávida de novo, Luana? - pergunta ríspido, pulado seu olhar entre eu e ela.
Respiro fundo e encaro esse filho da puta sem dizer nada. Quem pergunta uma parada dessas pra filha desse jeito, tá ligado? Na moral, é bom ele ir mudando o rumo dessa conversa, porque se rolar falta de respeito com a Luana, o bagulho vai ficar doido, truta!
Luana: O que? Não! - nega com a cabeça, arregalando os olhos.
Carmen: Pelo amor de Deus, Sérgio. Tenha o mínimo de respeito pela sua filha. - se levanta.
Sérgio: Não se mete, porque se criasse uma putinha que adora abrir as pernas agiria do mesmo jeito.
Eu sinto Luana se encolher do meu lado e puxo sua mão para o meu colo, mesmo ela fazendo força para eu soltar. Ela me deixou vir por um motivo e eu não vou deixar ela ficar sendo humilhada sem se defender.
Falcão: Acho melhor cê medir tuas palavras na hora de falar da Luana, truta. Quer sentar e falar merda? Tranquilo, mas fala pra mim, não pra ela! - digo bem sério, sem me alterar.
Ivone: E quem é você pra dar opinião aqui, moleque? - cruza os braços e eu abro a boca para responder, mas Luana é mais rápido.
Luana: Ele veio comigo, então se vocês não tem o mínimo de respeito por mim, criem por ele que não tem nada haver com essa situação! - diz firme, sériona mermo.
Sérgio: Corajosa, é só arranjar um otario do teu lado que fica cheia de fogo. - debocha e eu percebo que só não estou levantando, porque Luana segura minha mão com força.
Papo reto, minha vontade é meter porrada nesse filho da puta, deixar ele desconfigurado mermo. Mas não vou fazer isso agora sabendo que Luana precisa de mim aqui, sentadinho do lado dela. Não saio daqui por nada, truta!
Vera: Ivone, tira essa homem da minha casa agora. - diz baixo, apenas por Miguel estar em seu colo.
Ivone: Ele está certo, mãe. - nega com a cabeça, olhando com decepção para Luana - Olha o que a sua neta está fazendo, só dando desgosto para essa família.
Luana explode, levantando e batendo na mesa com força, fazendo um barulho do cacete. Seu rosto está todo vermelho, mas sei que é de raiva pelo jeito que olha para os pais.
Luana: Eu me mato de estudar e trabalho todo o dia, além de criar um bebê sozinha, porra! Então desculpa se isso não supre as suas expectativas de mim, me desculpa se não consigo ser a filha perfeita, Ivone!
Um silêncio recai sobre a cozinha, ninguém fala nada, acho que ninguém esperada uma reação como essa vindo dela. Bom, todos menos eu, que estou sorrindo de orelha a orelha, pouco me fodendo.
Luana bufa alguns segundos depois e anda até a vó, pegando o Miguel do seu colo, que está bastante agitado e manhoso. Levanto também, a seguindo quando entendo que é a hora de piar daqui.
Na moral, eu tô tranquilo na minha, nem ia arrumar briga, mas quando a Luana tenta passar do lado do pai e ele segura o braço dela com força, quase fazendo ela sair no chão, saio de mim, mermão.
Sérgio: Onde pensa que vai, vagabunda? - levanta a outra mão, pronto para dar nela e eu nem meço as consequências quando tiro a minha arma da cintura.
Falcão: Não encosta nela, caralho. - digo puto, apontando pra ele, que arregala os olhos.
Esse filho da puta tá maluco de achar que vou deixar ele contar um dedo na Luana e não vou fazer nada!
O pai dela respira ofegante, vermelho de raiva e provavelmente iria partir pra cima de mim se eu não tivesse armado. Mas ainda sim, ele é burro pra caralho, porque não solta a Luana antes de dizer merda.
Sérgio: Se sair com esse vagabundo, tá expulsa de casa, entendeu? - fala entre dentes e a solta com força, a fazendo tropeçar para trás - Não vou aceitar mais uma filha agindo igual puta!
Luana parece perder completamente a força nas pernas, só não caindo porque me apresso em chegar para a segurar. Aninho seu corpo perto do meu, cuidando com o Miguel entre nós e não guardo a arma, apenas seguro de um jeito que não machuque eles.
Luana: O que? - sussurra com a voz falhada - Você não pode estar falando sério...
Ivone: Nunca falamos tão sério com você. Se sair desta casa com esse marginal e continuar agindo assim, você está na rua! - grita, apontando o dedo na cara da Luana, que se retrai nos meus braços.
Vera: Na rua não! - fala alto, chamando a atenção de todo mundo - Ela fica aqui, não importa se vocês estão a expulsando ou não.
Ivone: Mãe, por favor, não se meta...
Vera: Cala essa tua boca, Ivone! - fala, olhando triste para a filha - Olhar pra você agora me da tanto nojo que nem tenho palavras. Carmen já havia me dito o jeito como Luana sofria com vocês, mas ver a realidade dói no fundo da minha alma. Eu não criei uma filha para tratar minha neta assim.
Sérgio começa a gritar com a dona Vera, que grita muito mais alto. Tudo vira uma bagunça do caralho e, na moral, sinto meu peito rasgar em ouvir no meio dessa gritaria toda Luana chorando baixinho.
A abraço com muita força e beijo sua cabeça, tentando falar que vai ficar tudo bem, porque vai, pô. Luana não tá na rua nem fodendo, porque mesmo se a vó dela desista da ideia dela ficar aqui, eu não vou deixar ela ficar em uma pensão fodida.
Vai morar comigo sim, pode ir revirando os olhos e fazendo bico, tô nem aí! Não vai ficar passando trabalho comigo, não vai ter discussão.
Sinto tocarem meu ombros e eu minhas costas tencionam de automático, ficando em alerta de quem seja. Mas quando Carmen entra na minha visão com um sorriso fraco, relaxo um pouco. Ela lança um olhar de canto para a arma na minha mão e suspira, voltando seu olhar para Luana.
Carmen: Vai buscar suas coisas, eu e sua vó vamos resolver as coisas por aqui. - diz para a mesma, tocando seus cabelos.
Luana: Eu não posso... - funga, negando com a cabeça.
Carmen: Pode sim! Tem um quarto de entulhos que a amanhã mesmo podemos arrumar para ser seu e do Miguel.
Acho que Luana vá relutar um pouco, mas ela se rende, deixando o corpo relaxar nos meus braços. A perto mais contra mim, descendo a boca para falar no seu ouvido.
Falcão: Essa noite vocês podem dormir lá em casa. - ofereço, mesmo que seja mais que isso. Eu preciso que ela durma perto de mim hoje, não vou ficar tranquilo não sabendo onde ela passou a noite.
Carmen: Dorme bem, sobrinha. Você é incrível, não deixa ninguém dizer ao contrário, por favor.
Se depender de mim ninguém nem mais olha torto na pra Luana, pô, quem dirá ter coragem de abrir a boca pra falar merda.
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Crime Perfeito
Fanfiction||+16|| "Ela é o meu crime perfeito, a mulher da minha vida e nem tô falando na emoção não, pô. Nosso amor é muito mais forte do que toda a maldade desse mundo"