• Capítulo 26 •

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• Luana •

Fernanda: Minha mãe tá maluca com o salão dela. - diz de boca cheia depois de morder seu pão de queijo - A casa seria só nossa.

Assinto e tento esconder a minha emoção com a informação que eu nem sabia. Fernanda me chamou pra ir na casa dela amanhã pra nós fazermos uma noite das garotas e eu tô aceitando meio com o pé atrás né.

Não sei, ela tem sido tão legal comigo, na verdade, a única pessoa nessa escola que está sendo legal comigo. Mas sou toda desconfiada e tô tentando ir com calma pra não me decepcionar.

Luana: Sua mãe tem um salão? - pergunto me fazendo de louca - Nossa, não sabia.

Fernanda: Tem sim, tá contratando várias mulher nova porque tá expandindo o negócio, sabe. - para, me olhando maliciosa - Porque, tá interessada?

Luana: Eu? Não, tá louca? - nego com a cabeça e ela estreita os olhos, me fazendo suspirar - Tô interessada sim, pra caralho. - admito baixo.

A verdade é que eu sempre amei essas paradas de salão. Quando eu era pequena, brincava de arrumar as minhas bonecas, pintar as unhas dela e fazer o cabelo. Eu amava fazer isso.

Na minha adolescência eu fazia as unhas de todas as minhas amigas e as minhas, já que eu sou realmente boa nisso. E sempre cuidei do meu cabelo sozinha, então me viro bem fazendo chapinha e essas coisas.

Meu sonho desde de sempre era ter o meu próprio salão um dia, fazer curso pro bagulho ficar outro nível. Mas depois do Miguel esse se tornou um sonho muito distante e eu meio que desisti da ideia.

Mal tenho dinheiro para sustentar eu e ele, imagina montar um negócio do zero? Nem da! Mas começar trabalhando em um salão já me da aquela esperança de que talvez um dia eu consiga.

Fernanda: Ela não contrata menor aprendiz, mas convenço ela sem problemas. - da de ombros.

Luana: Nossa, sério? Isso ia ser ótimo. - sorrio de lado e ela retribui.

Fernanda: O que cê sabe fazer pra eu falar pra ela?

Luana: Sei fazer unha, acho que é o que mais amo. - mordo o lábio inferior pensando - Mas me viro fazendo cabelo, só escova, chapinha e lavagem mesmo, corte não me garanto nada.

Fernanda: Tá tranquilo, então vou falar com ela e te aviso depois. - fala e eu assinto feliz - E sobre amanhã, vai lá em casa?

Luana: Não sei, vou ver se alguém vai poder ficar com o Miguel.

Ele não está agora aqui comigo, deixei na casa da minha tia, já que elas disseram que iriam ficar cuidando dele enquanto eu estivesse na escola. Tentei negar, mas foi quase impossível, além de que vai facilitar muito a minha vida.

Vou perguntar se tem problema elas ficarem amanhã com ele, já que a minha tia deve trabalhar e a minha vó não pode ficar cuidando de bebê o tempo todo. Mesmo ela tendo pique, eu tenho que ter a noção que ela ainda é uma senhora de idade né.

Fernanda: Leva junto, pô. - enfia o resto do pão de queijo na boca - Problema nenhum não.

Luana: Sério? - pergunto arregalando os olhos e balanço a cabeça quando ela assente - Tem certeza?

Fernanda: Claro, gata! - ri de mim - Amo aquelas bochechas gordas, pode levar ele sim.

>>><<<

Entro no carro do Falcão e assim que eu fecho a porta, o maluco já vem me agarrando e beijando a minha boca. Eu tomo um susto, mas sorrio e seguro seu rosto, o beijando de volta. Nem parece que a gente praticamente passou o dia juntos, só ficando essas horinhas de aula separados.

Falcão: Oi, amor. - murmura e se afasta, pondo o carro em movimento - Tava afim de comer um dogão, cê topa ou quer comida mesmo?

Luana: Pode ser pra mim, tem problema não.

Falcão: Felicidade então. Como foi teu dia? - pergunta e eu sorrio arqueando uma sobrancelha.

Luana: Cê passou praticamente o dia todo comigo, Henrique. - lembro e ele faz careta - Só ficamos, sei lá, umas cinco horas no dia todo separados.

Falcão: Tá, então como foi a aula?

Luana: Mais tranquila, eu acho. - suspiro e mordo a boca, ficando em silêncio alguns segundos - Fernanda disse que a mãe dela tem um salão.

Falcão: Idai? - a pergunta sai tão sincera, que eu demoro até pra raciocinar.

Juro que o meu peito da uma pontada e eu cruzo os braços, demonstrando que eu estou brava e não chateada. Já é difícil pra caralho eu dividir meus sonhos com alguém, não preciso levar patada né.

Luana: Grosso, não tem nada não, deixa. - resmungo virando o rosto e ele ri.

Falcão: Ah, para! Eu não perguntei desse jeito, pô. - coloca a mão na minha coxa, apertando e dando um tapinha - Só não entendi essa informação aleatória. Quer que eu diga o que, caraí? Que bom pra mãe da Fernanda!

Eu suspiro e olho pra ele de novo, que está concentrado estacionando o carro na frente de um dogão, sem tirar a mão da minha perna. Mordo o lábio inferior nervosa e descruzo os braços, olhando pras minhas mãos no colo.

Quando o carro para completamente, ele tira a mão da minha perna e tira o cinto também, virando pra ficar mais de frente para mim e fica lá parado, me encarando sem dizer nada, só esperando eu começar a falar.

Luana: Ela tá contratando e... sei lá, é besteira também, deixa. - falo baixo e levanto um pouco a cabeça, vendo Falcão ainda quieto me encarando. Eu suspiro e me viro pra ficar na mesma posição que ele - Eu gosto dessas coisas, tipo, pintar unha e mexer em cabelo, entendeu?

Falcão: Cê quer trabalhar lá, é isso, pô?

Luana: Quero. Mas ela não contrata menor de idade, então a Fe vai tentar convencer ela. - digo dando um sorriso sem graça e Falcão sorri de lado antes de ficar todo estranho - Ih, colfoi dessa cara Henrique? - cruzo os braços de novo e ele nega com a cabeça.

O cara já tava pronto pra sair do carro e eu logo puxo ele de volta, olhando com a pior expressão que eu tenho. Que nem chega perto de ser assustadora, que nem o próprio Henrique já disse, eu não assusto ninguém nem se eu quisesse. Mereço uma coisa dessas né.

Falcão: Nada. - se faz de louco e eu sou obrigada a dar um tapa nele pro garoto me olhar no olho - Aí, porra! Deixa de ser agressiva, Luana. - me olha puto, esfregando o braço.

Luana: Então me fala, que cara foi essa? - insisto e ele bufa.

Falcão: Eu só achei fofo você fazendo uma amiga, porra, mas agora eu me sinto um boiola do caralho falando isso e se tivesse uns maluco pra me ver falando essas paradas eu tava sendo zoado até a morte, além de tá... - ele para de falar quando eu já tô quase morrendo de tanto rir - Viu? Cê tá rindo, caralho! - xinga alto e bufa, ficando de bico igual criança.

Luana: Você é completamente maluco. - eu falo ainda rindo e tento pegar sua mão, mas ele se afasta e sai do carro antes que eu consiga.

Acho que ele vai sair andando me deixar aqui sozinha, mas logo a porta do passageiro é aberta e ele me puxa pra fora, ainda com a carinha azeda.

Falcão: Por você eu sou mesmo. - resmunga e eu sorrio grandão, me pendurando nele enquanto andamos.

Se dissessem que eu estaria tão agarrada no Falcão como eu tô agora, morreria negando. Mas o que eu mais sei fazer é pagar com a língua, é um talento, sério!

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Postando de novo, juntei o próximo capítulo nesse, agr sim ta de respeito

(não revisado)

Crime PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora