• Capítulo 28 •

2.1K 210 50
                                    


Fernanda: Relaxa, vai dar tudo certo. - ela toca meu ombro, tentando me acalmar. Assinto, dando um sorriso falso.

Porra, eu acho que vou vomitar todo o meu café da manhã, sério. Nunca senti tanto nervosismo e expectativa para algo dar certo, além do medo de dar errado, que horror essa sensação!

Ontem a mãe da Fernanda chegou em casa muito tarde e saiu bem cedo, então nem consegui conhecer ela ainda. Mas vou conhecer agora, já que a Fernanda conseguiu convencer a mãe dela a falar comigo sobre o emprego.

Assim que entramos no salão, na vejo que está tudo uma loucura, gente saindo pelos bueiros de tão cheio, o que só me deixa mais ansiosa. Fernanda me puxa até onde a mãe dela está e eu engulo seco, sentindo um frio na barriga.

Fernanda: Essa é a amiga que eu disse, mãe. - me da um empurrãozinho pra frente, fazendo ela me encarar.

Luana: Oi, eu sou a Luana. - sorrio nervosa, estendendo a mão e ela pega a mesma - Eu estou muito interessada em uma vaga de emprego aqui.

Rose: Eu sou a Rose. Fernanda me disse quem você é, vamos conversar na minha sala em particular. - me chama com a mão e eu arregalo os olhos para a minha amiga, em completo desespero.

Ela sorri e me incentiva a seguir sua mãe. Faço isso, tentando ficar tranquila, mas cada passo que eu dou só me sinto mais nervosa. Assim que entramos na sala da Rose, ela se senta atrás da mesa e eu na cadeira da sua frente.

Rose: Desculpa a bagunça, ainda estamos de mudança e tá tudo uma zona. - sorri - Então, Luana, me conta um pouco sobre a sua experiência no mercado de trabalho.

Luana: Eu trabalho atualmente em uma loja de roupas femininas, foi o único lugar que eu trabalhei a vida toda... - puxo o ar, respirando fundo - Vou ser sincera, não tenho tanta experiência, mas sou boa em manicure e posso ser uma ótima assistente para cabeleireiro também.

Fico pensando se eu disse alguma merda, por ela só estar me encarando sem dizer nada. Por fim, ela passa a mão pelo rosto e suspira. Não era a reação que eu estava esperando.

Rose: Você viu como está lá fora? Cheio, né? - pergunta calma e eu balanço a cabeça.

Luana: Isso é ótimo, inclusive, parabéns.

Rose: Obrigada, querida. - sorri fraco, como se estivesse com dó de mim - Olha, no momento eu não estou precisando de uma manicure ou de uma assistente para cabeleireiro. Você tem algum curso, maquiadora ou de unhas de fibra?

Luana: Não, não tenho nenhum curso. - me forço a falar firme, mesmo que eu esteja sem esperança nenhuma agora.

Eu sempre quis fazer esses curso, principalmente o de unha de gel, já que eu amo mexer com isso. Mas é muito caro, quase mil reais, e no momento não é a minha prioridade. É uma das minhas metas, claro, mas não é uma das prioridades, já que o dinheiro que eu tenho é contadinho e todo gasto com o Miguel.

Respiro fundo e seguro uma mão na outra, controlando a vontade de chorar. Já está sendo humilhante essa situação, se eu chorar, só irá mostrar para Rose que eu sou uma criança sem nenhum controle emocional.

Rose: Eu sinto muito. - diz suspirando e eu assinto, forçando um sorriso - Talvez um dia possamos nos encontrar e trabalhar juntas, quem sabe.

Luana: Quem sabe. - repito com a voz um pouco falhada, dando de ombros e já me levanto - Obrigada de qualquer jeito, foi um prazer conhecer a senhora.

Ela balança a cabeça e levanta também, abrindo a porta para sairmos. Andamos até o salão, onde Fernanda me espera conversando com uma senhora que está cortando o cabelo. Quando ela me vê, vem até mim e eu vou até ela.

Crime PerfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora