Capítulo 14 ; você não entende!

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Eleanor bebia mais um gole do vinho, a segunda garrafa estava na metade e essa era uma das coisas que ela sentia falta, sentar na varanda com uma bebida e ficar observando a rua, quase deserta, que morava. Mas dessa vez era diferente, ela estava esperando pelo pai.

O carro estacionou e segundos depois Eleanor ouviu a batida da porta e em seguida a segunda porta se fechando. Seu pai não estava sozinho e ela poderia apostar que era Lily que o acompanhava.

O sensor da luz do pequeno jardim, que envolvia a frente da casa, foi ativado no momento em que os dois se aproximaram da escada que dava acesso à varanda, revelando Eleanor sentada no sofá balanço que havia no canto. 

Ela sorriu, mais para si mesma do que para eles, estava certa, afinal  era Lily a responsável por sua casa estar com aroma de baunilha e o pote de biscoitos abastecido.

— Eleanor, que surpresa filha — Franco disse abrindo um sorriso, sentido a mão de Lily soltando seu braço — eu estava te esperando amanhã, me desculpa por não estar em casa para te receber.

— Resolvemos vim direto para cá, mas não precisa se desculpar papai — disse abrindo um largo sorriso para ele e em seguida direcionando seu olhar para Lily, que estava visivelmente constrangida. — Boa noite Lily.

— Boa noite Eleanor.

— Fiz milkshake de café com baunilha para acompanhar os biscoitos, está no congelador.

— Então vou aproveitar e ir experimentar um pouco — Lily respondeu com um sorriso no rosto, ela havia entendido o olhar carinhoso de Eleanor e principalmente o de Franco.

— Me desculpa não ter deixado um bilhete avisando que iria sair e que estava com Lily.

— Eu sabia que você estava com ela.

— Como?

— O aroma da baunilha na casa, Lily adora às velas aromáticas de baunilha e o pote de biscoitos, é claro.

— É, ela Realmente ama as velas de baunilha — ele se limitou a dizer, pegando a garrafa de vinho quando a filha ofereceu, dando um gole.

— Isso significa que ela está passando um tempo aqui? Vocês meio que estão morando juntos?

— Não, não é bem isso — Franco começou a dizer — Na verdade sim, ela está passando uns dias aqui, mas não estamos morando juntos. Ela ia embora amanhã, antes de bem…

— Antes de eu chegar — Eleanor completou a frase rindo.

Franco deu um longo gole no vinho, assentindo.

— Papai, porque você nunca se casou novamente?

— Você demorou para me fazer essa pergunta, achei que ela viria anos antes — Franco disse rindo —  Eu amava a sua mãe, amava muito mais do que ela merecia e hoje eu consigo ver isso, mas quando tudo aconteceu meu sentimento era de que eu não merecia o amor dela — Franco passou o braço pelo ombro da filha, beijando sua cabeça — e por muitos anos minha preocupação era te fazer feliz, merecer o seu amor.

— Você sabe que eu nunca te culpei, certo?

— Eu sei, você sempre foi uma garotinha incrível e com um coração enorme — Franco disse sorrindo para a filha — Mas por muito tempo eu não conseguia pensar em mais nada ou ninguém, você era minha prioridade, sempre pensei que você não estaria pronta para ter alguém por perto, então pensar em ter alguém nesse lugar se tornou um pouco mais complicado. 

—  Você se arrepende, sabe, de ter largado a fórmula 1 por minha causa? 

— É claro que não, Eleanor — Franco disse a olhando — não  trocaria o que nós vivemos por nada. A fórmula 1 era uma paixão, meu trabalho, mas criar você, te ver crescendo, te ver correndo pela pista de kart, às suas risadas, nada é mais valioso do que isso. 

Grand Chelem | Lando NorrisOnde histórias criam vida. Descubra agora