Capítulo Vinte e Dois

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Durante a atividade, a parte boa, foi que encontramos rapidamente uma espécie de briófita em uma amostra de musgo do rio. A parte ruim foi que me senti pressionado a lembrar de todas as informações a volta da reprodução assexuada desse reino vegetal durante meu exame em dupla no refeitório, que virou o nosso laboratório essa manhã. Com um pouco de sorte, Xiaojun e eu acertamos todas as perguntas — até mesmo as que chutamos.

E quem sabe isso mude a ideia de Eunhye em relação a nossas notas que quer abaixar devido ao acontecido de ontem.

Pela tarde, fomos todos reunidos para outra atividade. A professora queria tentar algo que fugisse um pouco da rotina de biologia, e nos deu a ideia de fazer algumas fotografias do Parque JeonMang, que visitaríamos logo em seguida. As fotos poderiam ser tiradas dos nossos próprios celulares.

Eu já não estava muito animado para conhecer o lugar, por mais belo que fosse, mas a professora deixou claro que dará pontos a mais para a foto que gostar, então entrei nessa.

Nos organizamos em grupos e partimos quando o sol já estava no centro do céu. Haviam carros de passeio parecidos com os famosos carrinhos de golf, que nos levaria até o parque.

Mal nos aprofundamos naquela estrada rodeada por árvores naquele verde vivo e escuro e o som dos cliques causados nos celulares dos meus colegas começaram de um jeito tão repetitivo que ficou enjoativo.

No carrinho onde eu estava, não tinha praticamente ninguém que eu conhecia.
Achei que estaria sozinho, mas logo a Seeun apareceu como um anjo que veio me salvar de ter que interagir entre desconhecidos da turma e assim nós dois poderíamos tentar uma proximidade também.

Para essa atividade, o reitor nos ensinou a importância de saber registrar os bons momentos — já que uma foto pode funcionar para nos causar memórias sejam elas boas ou ruins. O trajeto foi longo, mas conhecemos tantos pontos bonitos do lado de fora das florestas que tenho certeza que Mark voltará para casa com um álbum incrível de fotos.

Inclusive, ele está no carrinho de trás ao lado de Xiaojun, pelo que Seeun me contou, — já que eu não quis olhar para trás. Espero que tenham se divertido juntos e resolvido suas desavenças bobas.

O que parece estar dando certo, uma vez que estou ouvindo risadas constantes dos meninos em minhas costas. Algumas vozes soam reconhecíveis para mim. Minha perna balançava de um jeito involuntário, sinto minha atenção querendo se voltar para trás como se houvessem orelhas de gato em minha cabeça e elas tivessem se abaixado em um ângulo de 90 graus. Quero olhar para ele, mas fui ignorado praticamente o passeio inteiro por nada, então não darei o braço a torcer.

O Parque JeonMang, considerado atualmente um patrimônio nacional, foi um palácio real há alguns séculos atrás. O palácio era pequeno, construído em frente a uma vista privilegiada de toda a região, rodeado por templos e santuários.

Hoje em dia, restaram apenas as ruínas daquela construção, onde sua maior parte foi tomada por musgo e vegetação, mas ainda assim, parece como um jardim esquecido, florido e distante.

Os cliques que haviam começado no caminho se intensificaram antes mesmo de descermos dos carrinhos mais legais do mundo e esticarmos as pernas. Peguei meu celular e organizei alguns sistemas na câmera, exatamente como Mark me ensinou uma vez. Fiquei impressionado como a imagem ficou mais nítida e desejei usar esses truques essa vez.

Fiz algumas fotografias da paisagem e dos vestígios de tijolos, então parei e inclinei a cabeça, tendo noção do quão alta aquela fachada parecia. O luz solar que pousou ali feriu minha retina por um momento, onde abaixei o pescoço por estar vendo tudo em vermelho.

Sinto algo encostar em mim e vestir alguma coisa no meu cabelo, abro os olhos e vejo Xiaojun na minha frente. Ele havia me emprestado o seu boné.

— Cuidado com o sol, pequeno gafanhoto.

Pelo Olhar Dele - MarkhyuckOnde histórias criam vida. Descubra agora