Sem reagir, deixei que ele me levasse para as árvores, trilhando um caminho que parecia bravamente conhecer. Achei que estaríamos indo em direção à praia para encontrar nossos amigos. Eu ficaria feliz de encontrar a fogueira agora. Mas ele me levou até o que parecia ser um bosque. Já estava um pouco mais escuro, mas consegui enxergar um pequeno intervalo entre as árvores majestosas e com folhagens abundantes. Dali poderíamos olhar para cima e ver o céu tornando-se turvo ao invés das copas das árvores.
Deveria ser um lugar bonito durante o dia, e eu queria aproveitar mais detalhes se não estivesse tão confuso com as intenções de Mark. Sei que já é algo nosso buscar um local mais isolado quando perto da galera, mas isso normalmente acontecia quando cansamos ao menos um pouco da diversão em conjunto.
Mark soltou minha mão quando parecemos chegar e começou a procurar por alguma coisa no gramado que chegava na altura dos meus calcanhares. Notei que havia arbustos com poucas flores parecidas com a flor que eu segurava, só que em um tamanho menor. Parando de observar, eu finalmente pergunto:
— Que lugar é esse?
— Um lugar onde ninguém vai nos encontrar.
Ele responde sem me olhar, sumindo entre uns arbustos. Levei uns segundos a mais para entender porque seu tom de voz saiu baixo, e esperei que ele retornasse.
— Por que não quer que ninguém nos encontre? — Torno a questionar, vendo-o colocar a alça de uma bolsa pequena no ombro.
Dessa vez ele não responde, e apenas segue para o lado, em direção a uma pedra do chão e daí diz:
— Aqui não tem a vista do nosso lugar secreto em Gapyeong, mas eu acho que quando as estrelas saírem, vai compensar.
Desde quando o lugar secreto dele virou o nosso? Certo, tanto faz. Esqueço o que disse e apenas sigo-o até a rocha instalada no chão, me sentando primeiro.
Estava cheio de perguntas travadas na garganta, mas para mim não importava mais questionar o que estávamos fazendo ali. Era como se as dúvidas ainda não sanadas tivessem tomado uma menor forma, tornando-se insignificantes. Quer dizer, eu estava com Mark, mais uma vez esquecendo das minúcias sem fazer esforço algum. Deveria haver outra coisa superior a isso?
O silêncio entre a gente só fez reforçar a ideia de algo havia mudado. E eu não gostava. Após algum tempo, ele decide questionar:
— Está tão quieto, tem certeza que não te raptaram naquela montanha? — cutuca minha bochecha.
— Calado, ainda quero te dar um soco.
— Quer me bater por quê?
— Por ter me evitado durante toda a excursão — Quase cuspi as palavras, para me dar conta do que falei só quando já tinha dito e quando Mark já estava um pouco mais sem graça. Ele recolhe sua mão.
— Eu não estava te evitando.
— Okay, então vamos fingir que a gente não passou o acampamento todo sem se falar e eu nem sei direito por quê.
— Achei que você estivesse ocupado.
— Tenta de novo.
Mark respira e suga seu lábio inferior. Ele se concentra em girar o smartphone entre os dedos para evitar o meu olhar agora fixo em seu rosto. Parece afetado. Conheço-o o suficiente para saber que está nervoso.
— Tudo bem, eu só não sabia o que te dizer, então... Acho que piorei tudo quando só não disse nada.
— Que bom que sabe — eu digo e aproximo a flor da ponta do nariz, para ver se possuía algum aroma. Vai ser muito bom lembrar de seu cheiro antes que ela morra.
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Pelo Olhar Dele - Markhyuck
FanfictionAo ser expulso da terceira escola seguida, Donghyuck é enviado pelos pais para um colégio interno pensando que isso melhoraria o seu comportamento, mas tudo o que está em sua mente é causar problemas neste novo lugar até ser chutado para fora mais u...