Capítulo 12

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Já haviam alguns minutos que saíram de Marion. Estavam andando por uma estrada larga de várias vias, onde o tráfico de veículos era grande, porém, sem trânsito. A estrada Melrom passava por dentro de Nierfand e conectava todas as cidades, facilitando o acesso por todo o país.

Lembrou-se do dia em que chegou àquele mundo. O acidente em que causou assim que saiu do hospital, aconteceu naquela estrada. Porém, apesar de já ter passado por ela, não conhecia o caminho. Sempre que ia até Presépsis, ia por dentro de Marion, e não pela estrada.

— Acho que já passamos por aqui. — Heliberto comentou.

— Não, não passamos. — Paty contrapôs.

— Tem certeza? Acabamos de passar por um arco esquisito.

— Não era um arco, era uma ponte.

— Ponte?

— Você não sabe o que é? — Paty pareceu impaciente.

— Pontes são estruturas que transportam pessoas de um lado para o outro. — Dian comentou. — Quem não sabe o que é uma ponte? — Ele riu.

— Uma barata, talvez.

Dian olhou confuso para Paty.

— Mas por que tantas pontes? Godofredo então estava certo quando disse que os humanos são preguiçosos. — Heliberto disse, deixando o garoto ainda mais confuso.

— Falta muito, Paty? — Camila perguntou.

— Não. — Ela se curvou para frente do banco, olhando a estrada pelo para-brisa. Em seguida, abriu sua mochila e retirou o mapa, que estava um pouco amassado. — Bom, eu não vou me basear totalmente no percurso que o ônibus faz, porque leva para um local diferente, então isso vai nos ajudar. Odermore é perto da fronteira com Nierfand, o que significa que não estamos muito longe. Vamos chegar em breve. Entra em qualquer rua à direita. — A menina disse à Ximú.

Alguns segundos depois, o carro saiu da pista e entrou em uma rua sem asfaltamento. Estava cheia de areia e terra para tudo quanto é lado. Algumas casas de tijolos sem rebocos podiam serem vistas de rodem aleatória, e possuíam uma enorme distância uma das outras, sendo separadas por terrenos baldios com matos altos. Camila viu que uma placa azul em um poste com algo escrito, mais à frente. Quando o veículo se aproximou, conseguindo ler:

"Você está entrando em Pandiógeis".

— Isso é Odermore?

— Não. — Paty respondeu. — Apesar de aquela estrada ser o caminho mais rápido, não leva à um lugar agradável, se seguirmos reto.

Após algumas instruções de Paty, o carro parou em uma rua já asfaltada, bem diferente da qual estavam há alguns minutos.

— Tomem cuidado ao saírem. — Paty os alertou. — O carro em que estamos é bom demais para ser de alguém de Pandiógeis, e as pessoas provavelmente sabem disso. Então, se alguém correr em nossa direção, entrem para dentro novamente e tranquem as portas.

— Por quê? — Heliberto pareceu assustado.

— Porque podem tentar nos assaltar.

— Mas Odermore não é o melhor bairro? — Dian perguntou.

— Como eu disse antes, ainda estamos em Pandiógeis.

Todos saíram do carro. Paty olhou em volta de maneira compulsiva. A rua estava calma e vazia, e parecendo perceber isso, ela pareceu se acalmar. Camila olhou em volta, e notou que estavam em um local onde havia algumas pequenas casas bem bonitas, por sinal.

A Viajante - A Resistência Secreta (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora