Camila se sentiu confusa com as palavras de Juliana. Como assim os pais de Oliver estavam mortos? Isso era impossível! Eles estavam morando ali, com Heliberto. Os viu nas últimas vezes que foi visitá-lo. Não tinha como isso ser verdade.
— Do que está falando, Juliana?
— Então vocês não sabiam? — Ela olhou com pesar para Heliberto, que olhava para o nada com a mesma expressão que fazia em situações que lhe eram estressantes demais. Porém, Camila sabia que não havia nenhuma relação com a notícia envolvendo os pais de Oliver. — Meus sentimentos.
— Você matou o Wolemberg... — Ele disse em um sussurro quase inaudível.
— Sério isso? Acabei de te contar que seus pais estão mortos e você está chateado com a barata? — Juliana balançou a cabeça negativamente, parecendo incrédula. — Impressionante.
— Juliana, isso é impossível! — Camila começou. — Eles não estão mortos, pois estão morando aqui!
— Não é hora para essas brincadeiras idiotas! — Ela disse impacientemente.
— Não é brincadeira.
— Olha, eu mesmo já vi eles aqui. — Dian confirmou. — Não tem como eles estarem mortos.
— Há um mês recebi uma ligação. Parecia que meu número estava como um dos contatos de emergência da Matilde. — Juliana explicou. — As autoridades moçambicanas encontraram o corpo deles... em estado de decomposição. — Ela disse com cautela. — Eles disseram que como o Oliver não havia atendido, eles ligaram para mim. Mas achei que a essa altura, ele já soubesse.
— Não quero saber se humanos morreram ou não, você acabou de matar mais um de nosso povo! — Godofredo urrou de raiva.
— Encontrados mortos em estado de decomposição? Mas... — Dian pareceu confuso. — Não estou entendendo. Como pode?
Camila também se sentia do mesmo jeito. Porém, por mais que não fizesse sentido nenhum, Juliana não parecia estar blefando.
— Bom, parece que eles já estavam mortos há um pouco mais de um mês no período da ligação, pelo estado dos corpos.
— Então, significa que eles supostamente estão mortos há mais ou menos dois meses. Esse não foi o período em que eles chegaram aqui? — Dian olhou com uma expressão assustada para Camila, que sentiu um arrepio subir pelo seu corpo. — Será que todo esse tempo, eram fantasmas ou... zumbis?
— Se isso for verdade, receio que seja algo bem pior do que uma manifestação paranormal, Dian. Precisamos entender melhor isso. — Camila olhou para Juliana, ansiosa para saber mais. — O que mais você sabe?
— Pelo o que os Policiais me disseram, parece que foi assassinato.
— E o que mais? — Camila indagou.
— Me fizeram perguntas, apenas, e também perguntaram sobre o Oliver. Mas desde então, não sei de mais nada. Apenas vim hoje para saber como ele estava com tudo isso.
Camila ainda estava confusa, e se viu pensativa com as informações. Sua cabeça começou a doer, e sentiu-se tonta por um momento. Como eles estariam mortos se estavam ali, morando com Heliberto por mais de dois meses?
Se lembrou do Dian que viu andando pelo corredor do quarto andar e que sumiu, sem seguida. Era ele, mas ao mesmo tempo não era. Não teria o porquê de ele ter mentido sobre isso. Com tudo o que havia acontecido, se esqueceu completamente desse ocorrido. Porém, agora se recordava exatamente. Se não foi Dian aquele dia, e nem era os pais de Oliver que estavam morando ali, quem...?
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A Viajante - A Resistência Secreta (Livro 2)
Ficção Científica⚠ Atenção, este é o segundo livro da triologia "A Viajante". A sinopse pode conter spoilers! ⚠ Sem a ajuda de Henry Danly, os Viajantes se veem perdidos e sem nenhum rumo para seguir em frente ou encontrar as soluções de seus problemas. Após se liv...