Capítulo 60

18 2 6
                                    

Sua alegria era imensa. Tinha perdido as esperanças sobre voltar a vê-la, e agora não sabia descrever em palavras o que estava sentindo com sua presença ali. Queria correr até ela e abraçá-la. Estava morrendo de saudades.

— Eu sabia que voltaria. — Heliberto sorriu e fez menção de ir até ela, mas ela apenas o parou com um gesto de mão.

— Estou morrendo de vontade de abraçar vocês também, mas não temos tempo para isso agora. Venham comigo. — Ela deu meia volta e seguiu na direção que os Viajantes haviam acabado de sair. Todos a seguiram, e viraram no corredor em que o os dois Agentes que atacaram o grupo haviam saído.

Continuaram seguindo por ele, e após verem um outro grupo de Agentes mais a frente, viraram à direita, e continuaram correndo, e após alguns passos, viraram novamente à direita.

— Acho que é aqui. — Ximú parou de repente, em frente a uma parede. Ela passou o olho pelo local com pressa. Após isso, começou a procurar impacientemente por algo no bolso da jaqueta preta de couro que vestia.

Camila se sentiu confusa. Por que ela havia parado ali, no meio do nada? Todos pareciam tão curiosos quanto ela.

— O que está fazendo? — Herick perguntou. — Temos que sair daqui, ou vão apanhar-nos!

— Estou ganhando tempo para vocês. Achei! — Ela pegou algo que se assemelhava com um cartão e o colocou na parede. O objeto colou no local, e no segundo seguinte, a parede azulada com uma superfície semelhante a vidro começou a mudar. Como se fosse uma imagem carregando em volta do cartão, se espalhou por todo o resto, dentro de um pequeno espaço, e Camila viu uma porta azul escura surgir. — Vamos, entrem!

Apesar de abismados e confusos, os Viajantes não reclamaram e obedeceram. Após todos terem entrado, Ximú fechou a porta atrás de si.

— Mas que coisa é essa? — Kari pareceu surpresa.

— É uma sala secreta. Estamos seguros aqui fora. A única maneira de ter acesso é por meio desse chip. — Ela amostrou o objeto retangular de cor azulada, que era do tamanho de sua mão. — É uma Chave de Umbral, a única maneira de entrar em lugares como esse. Consegui com o Henry.

— Henry? — Camila se sentia mais confusa do que nunca. — Mas como...?

— É uma longa história.

Heliberto rapidamente foi até o encontro de sua irmã e a abraçou. Ximú apenas retribuiu.

— Eu estava com saudades.

— Eu também, muitas. Mas o que está fazendo aqui, Heliberto? É perigoso! — Sua voz continha um misto de preocupação e impaciência.

— Viemos deter a O.P.U!

— E salvar você. — Godofredo finalmente se pronunciou. — Nunca iríamos te deixar na mão desses humanos nojentos.

Ximú sorriu timidamente.

— Senti saudades, Godofredo.

— Eu também. — Ele sorriu, e os dois se encararam por um bom tempo, antes de se aproximarem e encostarem suas cabeças, o que pareceu deixar os Viajantes confusos. Após se separarem, eles continuaram olhando nos olhos um do outro. A expressão de felicidade era percebida no rosto de Ximú, assim como no de Godofredo, que possuía um meio sorriso.

— Como sabemos que você é mesmo a Ximú? — Dian disse de repente, e pareceu desconfiado. — Como sabemos que não é um Agente da O.P.U disfarçado? Eles já conseguiram fazer antes.

Todos a olharam com dúvida e temor. Camila teve que admitir que sentiu um pouco de medo dessa possibilidade.

— Os nomes dos meus pais eram Herivelto e Asdontina. No Natal de dois mil e vinte e cinco, disse à Camila o quão corajosa ela era, e parece que eu estava certa. — Ela sorriu, e Camila retribuiu. — Na primeira vez que encontrei Heliberto e Godofredo, nesse mundo, experimentamos café e chocolate quente; o Godofredo bebeu toda a jarra de café sozinho, pois eu e Heliberto não havíamos gostado, e acabamos com o chocolate quente.

A Viajante - A Resistência Secreta (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora