Camila nem percebeu quando as semanas passaram voando. Já estavam no final de abril, e os alunos da I.E.T encontravam-se novamente agitados por conta das provas que viriam no mês seguinte. Lucas parecia o mais nervoso com a situação. Ultimamente, vivia perturbando Paty para que ela o ajudasse a estudar, o que a fazia perder a paciência todas as vezes com ele.
— O que tem de mais, Paty? — Lucas começou, enquanto eles caminhavam pelo corredor do quinto andar, em direção à sala de aula. — Não custa nada para você!
— Não custa mesmo, mas sabe o que é engraçado? O fato de eu ter dito para você prestar atenção nas aulas o ano letivo inteiro. E o que você fez? Preferiu se preocupar com o que as outras pessoas estavam fazendo.
— Foi uma situação de vida ou morte. Você não entenderia.
— Realmente, eu nunca entenderia como alguém poderia deixar os estudos de lado para ficar falando o tempo todo sobre dor de cotovelo. Agora me deixa em paz! — Ela saiu apressadamente em direção à sala.
— Paty! Espera aí, você não entende a minha situação! — Ele saiu correndo para alcançá-la.
Camila olhou para Henrique, que caminhava ao seu lado. Ele lhe lançou um sorriso tímido, o que a fez fazer o mesmo.
— Sabe... hoje é segunda. — Ele comentou. — E como saímos cedo, o que acha de irmos novamente àquele parque?
Alargou seu sorriso ainda mais com o convite. Desde o dia em que fora até lá com ele, pela primeira vez, haviam se tornado ainda mais próximos, e toda segunda procuravam ir até lá, o que a fez perceber que adorava passar um tempo com Henrique. Quando estava com ele, se sentia bem, como nunca se sentiu antes. Nada mais parecia existir; nenhum de seus problemas. Não existia O.P.U, Tiago, nem nada mais. Estar com ele lhe era mais que o suficiente.
Porém, quando chegava naquela mansão enorme, tudo voltava à tona, junto com a angústia e solidão que sentia todos os dias, onde a hora de dormir era a pior. Entretanto, algumas vezes conversava por mensagem com Henrique, o que a fazia se sentir um pouco melhor.
— É claro!
Os dois entraram na sala de aula, e logo atrás viram Venice e Melina chegando.
— Aí está você, Henrique. — Venice começou. — Eu estava te procurando. O que acha de ser novamente meu par no baile?
— E tudo aquela história de você esperar mais de mim?
— Ainda tenho esperanças. Como eu disse, você é bonitinho, e até que não é de se jogar fora. — Ela sorriu desdenhosamente.
Por algum motivo que não soube explicar, Camila se sentiu incomodada e desconfortável com a declaração. Sentiu uma estranha necessidade de sair dali, mas não o fez.
— Leyla já é o meu par, mas agradeço o convite. — Foi tudo o que Henrique disse, e Venice fechou a cara no mesmo instante.
— Claro. E suponho que vocês dois também já sejam par um do outro, no baile. — Ela olhou para Paty e Lucas. — O par dos mortos de fome. — Ela riu desdenhosamente, acompanhada de Melina, que estava ao seu lado. — Bem que vocês combinam. São do mesmo lugar, não? Só tenha cuidado, Patrícia. Ele pode acabar roubando a sua bolsa de estudos. Mas admito, seria muito bom se acontecesse.
— A Água de Salsicha e a Miss Roxinho não cansam de ficarem perturbando as pessoas? — Lucas comentou.
Elas fecharam a cara.
— Quem é Água de Salsicha? — Melina pareceu irritada.
— Quem mais aqui parece uma salsicha ambulante? — Lucas riu debochadamente.
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A Viajante - A Resistência Secreta (Livro 2)
Ciencia Ficción⚠ Atenção, este é o segundo livro da triologia "A Viajante". A sinopse pode conter spoilers! ⚠ Sem a ajuda de Henry Danly, os Viajantes se veem perdidos e sem nenhum rumo para seguir em frente ou encontrar as soluções de seus problemas. Após se liv...