Capítulo 56

18 4 4
                                    

Não conseguia dizer nada. Nenhum som saía de sua boca. Tudo o que conseguiu fazer foi continuar olhando boquiaberta para a mulher a sua frente. Não esperava que ela fosse descobrir; não esperava por nada disso.

— Pela sua reação, você confirmou para mim o que eu já sabia, e eu vou continuar indo a fundo nisso. Não pense que não vou descansar até descobrir quem, ou o que, está causando tudo isso.

— Não! — Disse tão repentinamente, que pareceu não ter surpreendido não só a si mesma, mas também à Coronel, que a olhou com surpresa. — Não pode continuar investigando! Precisa parar!

— E por quê? Tem algo acontecido que eu não deveria saber? Algo que te prejudicaria?

— Não... algo que pode prejudicar a você.

— O que quer dizer com isso?

— Pare de se meter no que não lhe é da sua conta, Coronel! — Viu sua expressão mudar para uma impaciente, mas não se importou se estava desacatando uma autoridade, e colocou o máximo de urgência em sua voz. — Se fizer isso, vai acabar se metendo com pessoas perigosas. Por favor, não quero mais ninguém inocente em perigo.

— Em perigo? — Ela agora parecia confusa. — Isso é algum tipo de ameaça?

— É um aviso. Por favor, só fique longe disso.

— Acha que isso vai ser o suficiente para me fazer parar de investigar o que está acontecendo? Além do mais, se é tão perigoso quanto diz, quero você longe do meu sobrinho. Se algo acontecer com Henrique por causa dessa história toda, vai ser culpa sua!

Ela tinha razão. O que estava fazendo? Se apaixonando por Henrique e indo a um baile com ele. Estava o colocando em perigo. Paty a havia alertado sobre não se apaixonar por ele, mas não se tratava apenas de ele gostar de Leyla ou não, e sim sobre estar o colocando em perigo. Pensou que havia tentado se afastar dele, mas estava ali, indo a um baile com ele. A verdade é que não podia se aproximar de ninguém, se não quisesse que a pessoa afundasse com ela, e isso não incluía só o garoto. A O.P.U já sabia sobre Henrique. Além de que não era garantido de que teriam vitória na invasão. E se depois de matarem todos os Viajantes, fossem atrás dos que lhe eram próximos?

Apenas saiu do veículo, ainda atordoada, e apenas caminhou para dentro da propriedade. Porém, não prestava atenção no caminho, muito menos em nada mais ao seu redor. Só pensava no que havia acabado de acontecer.

Não pareceu ter passado nem cinco segundos quando escutou uma voz a chamando de longe, e quando se deu por si, estava parada na entrada do saguão, com Henrique a sua frente, balançando a mão perto de seu rosto.

— Leyla?

— Ah...! — Piscou. — O quê?

— O que houve lá? Você está pálida. — Ele suspirou. — O que minha tia te falou?

— Nada. Está tudo bem. — Os acontecimentos ainda passavam como flashes em sua cabeça.

— Você pode me dizer. — O viu pegando em sua mão, e rapidamente, a tirou da dele, se afastando, em seguida.

— Apenas vamos entrar, tudo bem? — Começou a caminhar em direção ao local da cerimônia.

Ele pareceu pensativo por alguns segundos, e lançou lhe um olhar magoado antes de segui-la, o que partiu seu coração. Mas sabia que era necessário.

Ter ido ao baile com Henrique havia sido uma péssima ideia.

Ao chegarem no local, viu que não se encontrava nada diferente do ano anterior. Os mesmo e enormes globos de luz podiam serem vistos pendurados no teto alto do salão. Luzes de várias cores eram vistas pela local. Uma música de fundo era escutada, e Camila olhou para o grande palco que havia na frente do local, e viu uma banda desconhecida para ela, tocando alguma música; os alunos presentes dançavam animadamente.

A Viajante - A Resistência Secreta (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora