Capítulo 61

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Olhava estática para Diana. Apesar de aquele vidro parecer ser à prova daquelas armas que os Agentes da O.P.U possuíam, não se sentia nada segura. Aquela mulher lhe causava arrepios, e olhar para seu rosto só a fazia se lembrar do pesadelo. Seu sorriso sádico e o olhar frio que tanto temia em seus pesadelos, estavam ali naquele momento, de frente para ela, e sabia que sua vontade era fazer o mesmo que nos pesadelos: levantar sua arma e atirar contra Camila.

— Apesar de saber dos planos de vocês, confesso que considerei que poderiam dar para trás no último segundo. Mas é claro que vocês são idiotas o suficiente para sempre persistirem no mesmo erro. — Seu sorriso se alargou, ainda sem separar os lábios. — Porém, foi divertido brincar de gato e rato com vocês.

— E agora nós quem estamos aqui! — Tiago falou. — Vocês não vão nos tirar daqui de dentro, e temos poder para fazer o que quisermos com toda a estação.

— Não seja ingênuo. Acha mesmo que caso vocês fossem realmente uma ameaça, teríamos permitido que vocês se entocassem aí, sabendo do plano de vocês? Mas é óbvio que acredita nisso, já que pensou que podia me enganar. Nada passa despercebido por mim. Acha que foi coincidência Akemi estar no exato local em que vocês, quando chegaram? Sempre estarei a dois passos à frente de vocês. E vejam só, foram burros o suficiente para virem até mim antes. Tornaram isso fácil demais.

— Então podia poupar seus funcionários que morreram, e não o fez? — Camila finalmente falou, porém, apesar de tentar manter sua postura confiante, estava morrendo de medo por dentro. Sabia que foi apenas um pesadelo, mas também tinha noção das atrocidades que aquela mulher podia fazer.

— Não são funcionários, são soldados. E devem apenas servir à causa.

— E que causa é essa? — Herick perguntou.

— Aniquilar as Falhas, é claro.

— Ainda não entendo, quem é essa? — Heliberto parecia confuso.

— Essa é Diana Darc. — Ximú respondeu. — Diretora da O.P.U.

A atmosfera pareceu ficar ainda mais pesada. Camila, de alguma forma, conseguiu sentir todos ficando mais tensos do que já estavam. Viu Dian se abaixar de repente, e concluiu que ele estava com medo. Não pôde deixar de sentir pena dele, e de todos que estavam ali. Sabia como era essa sensação de pavor. Aquela mulher parecia ter esse efeito em qualquer um.

— Então, você voltou. — Diana olhou para Ximú com interesse. — Admito que fico curiosa para saber como você escapou, e por onde esteve. Você é realmente uma caixinha de surpresas, Ximú Robles. Me pergunto como um ser tão asqueroso e repugnante como você pode ser tão inteligente e traiçoeiro. As alterações criaram anomalias interessantes, apesar de insignificantes.

— Essa humana está chamando quem de insignificante? — Godofredo a olhou com raiva.

— Você não vai vencer, Diana. — Ximú tinha determinação em seu olhar, apesar do medo visível.

— Isso é um desafio, senhorita Robles? — Seu sorriso pareceu se alargar um pouco. — Pois eu adoro desafios, e te garanto que não perco nenhum.

— O que fizeram com nossos corpos de barata? — Heliberto perguntou.

Camila viu os Viajantes o olharem com espanto e confusão, e escutou uma risada que parecia ser de Tomas vinda do fundo da sala, seguida por um grunhido de dor.

— Não fizemos nada, pois eles se desintegraram com a matéria escura do Portal. — Seus olhos brilharam ao ver o desespero no rosto de Heliberto e Godofredo. Ximú, porém, não pareceu surpresa, e apenas fez uma careta de tristeza.

A Viajante - A Resistência Secreta (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora