SADIE SINK POV
-- Chegamos! -- McCabe avisa assim que estaciona o carro.
O sorrisinho orgulhoso toma forma em seus lábios assim que descemos do veículo. Abro a boca em admiração enquanto olho ao redor.
Estávamos no meio de uma clareira, com grama verde e árvores altas ao redor. Havia um lago mais a frente com aguas cristalinas e vista para o sol que estava começando a ser pôr.
-- McCabe sabe surpreender alguém. -- S/n diz, se colocando ao meu lado.
Meus olhos automaticamente se dirigem para suas mãos a procura da garrafa de água. Sorrio ao ver que ela ainda segurava.
-- tem certeza que quer continuar? -- pergunto para ela -- eu só acho que...
-- está tudo bem! -- diz me interrompendo -- foi apenas um surto de desidratação. Não vamos desistir do que planejamos a semanas só por isso.
-- como assim "só por isso"? -- faço aspas com os dedos -- é a sua saúde. Tem noção do susto que me deu?
-- Sadie! -- ela sorri e coloca a mão em meu ombro -- está tudo bem! Eu estou bem e estou bem aqui.
-- mas e se não estivesse? -- olho no fundo dos seus olhos.
Ela retribui o olhar e sorri após alguns segundos. Não parecia um sorriso verdadeiro.
-- não pense sobre isso. Vamos nos divertir! -- e sai andando.
-- inferno de mulher teimosa. -- digo para mim mesma e vou ajudar os meninos a montar as barracas.
[...]
Após termos armado as barracas e pegado lenha para a fogueira na floresta, nós nos alimentavamos sentados ao redor da fogueira. O sol já havia se posto, mas a noite estava sendo bastante iluminada pela lua cheia.
S/n estava deitada na grama com as mãos sobre a barriga. Olhava para o céu com um sorriso admirado. Seus olhos brilhavam de forma diferente e não soube distinguir se era pela luz da lua. Apenas havia um brilho ali.
-- vocês sabem sobre a tradição, não é? -- Ryan diz, mudando totalmente o assunto que falávamos anteriormente.
-- do que está falando? -- Emily pergunta, colocando seu marshmallow sobre o fogo.
-- histórias de terror. -- diz s/n, sem desviar o olhar do céu estrelado.
-- olha, eu não gostei disso. -- digo, ouvindo Ryan rir diabolicamente.
-- quem começa? -- ela pergunta, me ignorando.
-- eu começo! -- Sam se senta adequadamente sobre o tronco que usávamos como banco e limpa a garganta.
-- não podemos simplesmente ficarmos calados? -- concordo com Jasmim, que parecia não gostar da ideia tanto quanto eu.
-- medrosas! -- Ted diz, recebendo um dedo do meio de Jasmim.
-- vamos, começa! -- MacCabe diz para Sam, que assente.
-- essa história se chama "o telefonema de Mary" -- ele força a voz para que pareça assustadora -- A história conta que uma jovem japonesa ganhou de presente uma boneca ocidental e deu a ela o nome de Mary. -- ele me olha atravéz da fogueira -- Ela amava demais a boneca e brincava muito com ela. Mas a jovem foi crescendo e passou a deixar a boneca de lado. Um dia a família mudou-se para uma nova casa, pois o pai da menina havia arrumado um novo emprego. Uns dizem que a menina perdeu a boneca na mudança, outros contam que ela a abandonou de propósito. O vizinho achou a boneca e a colocou no lixo. Naquela mesma noite o telefone toca na casa nova da jovem. -- ele faz uma pausa dramática, olhando no rosto de cada um de nós.
-- e depois? Conta logo! -- Ted diz, interessado.
-- depois? -- Sam ri -- ela atende!
-- não diga! -- s/n debocha, ainda olhando o céu.
-- ao atender o telefone, ela ouve alguém dizer -- Sam continua -- "Oi, é a Mary. Eu estou na lixeira agora.”A jovem desliga, achando que era um trote. Mas o telefone toca novamente. “Oi, é a Mary. Eu estou na esquina agora.” -- um arrepio percorreu por todo o meu corpo e me encolhi no lugar. Eu odiava essa tradição. -- O telefone toca pela terceira vez e uma voz diz: “Oi, é a Mary. Eu estou na frente da sua casa agora.”Apavorada, a jovem cria coragem e abre a porta da frente, mas não encontra ninguém. Ela se convence então de que era um trote. Mas o telefone toca pela última vez: “Oi, é a Mary. Eu estou atrás de você.” BUM!
Me assusto com seu grito e ele começa a rir.
-- idiota! -- digo revirando os olhos.
-- sou eu agora! -- McCabe se anima.
Me levanto dando meu marshmallow para Ryan que se divertia muito naquele momento, vendo Jasmim encolhida de medo nos braços de Ted.
-- eu preciso de ar. -- digo e saio quando McCabe iria começar a contar a história.
Não, eu não estava com medo.
Me sento sobre uma grande rocha na frente do lago, vendo a água cristalina brilhar com a luz da lua.
-- posso ficar aqui com você? -- olho para trás ao ouvir a voz de S/n.
Sorrio para ela e dou leve batidinhas na rocha ao meu lado. Ela sorri e se senta ao meu lado.
-- não deixou Sam te assustar, deixou? --
-- claro que não! -- digo -- eu não tenho medo dessas coisas, ok?
Ela sorri fraco e assente com a cabeça.
-- por que não me disse nada? -- ela me olha confusa -- sobre sua doença.
Ela abaixa a cabeça, mas não demora a levantar novamente, desta vez, olhando para a lua.
-- já sentiu que se contasse algo para alguém, isso poderia mudar totalmente a visão que ela tem sobre você? -- pergunta.
-- não. -- sou sincera -- mas entendo.
-- é assim que me sentia antes de você descobrir. -- ela me olha -- sentia que se você soubesse que eu não sou como as outras pessoas, você simplesmente poderia se cansar. Quando você é diferente, as vezes, se sente um fracasso.
-- eu jamais me cansaria de você. -- digo, pegando sua mão e apertando.
Ela olha para nossas mãos juntas e sorri.
-- eu nasci com isso comigo. -- diz -- não tem muito o que eu possa fazer, tirando o tratamento. Algumas vezes, eu posso piorar, mas garanto que melhoro em todas elas.
-- sua irmã disse que você tinha aceitado... -- não termino minha fala. Não conseguia.
-- o que? Que eu poderia morrer a qualquer momento? -- assinto com a cabeça -- aceitei por um tempo.
-- não aceita mais? --
-- algumas coisas simplesmente mudam o seu jeito de pensar. Ou pessoas -- ela volta a sorrir para mim -- eu só queria morrer logo e parar de passar por todo esse inferno. Mas então, eu te conheci. Gostaria de não morrer agora. Gostaria de aproveitar bem mais com você. Gostaria de simplesmente viver.
Coro ao ouvi-la e sorrio.
-- por que eu? --
Ela sorri mais uma vez e aperta minha mão.
-- é muito bom a sensação de estar apaixonada. --
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Voltei, né
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SECRET ADMIRATION? (SADIE SINK)
Fanfictions/n Griffin no auge de sua carreira de atriz é chamada para atuar em fear street 1978. O que a surpreende é o fato de começar a se apaixonar pela garota que faz par romântico com sua personagem.