capítulo 21

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S/N GRIFFIN POV

Tudo era escuro. Sombrio como se o sol nunca mais fosse nascer de novo. A sensação era horrível. Os meus olhos procuravam por algo que pudesse me situar, mas não havia nada. Exceto... calma! Havia uma luz. Como o farol de um trem, ou a luz no fim do túnel. Oh, sim! Havia algo ali. Tento me mover, mas não havia nada sólido abaixo de meus pés. Era como se eu estivesse flutuando. Minha cabeça dói. Ainda olhava para o ponto de luz, tentando sair do lugar. Era como se eu estivesse voando. Não! Eu estava voando! Voando na escuridão. Por que não consigo me mover? O desespero se apossa de mim quando o ponto de luz parecia estar mais distante e distante e distante... Estava indo embora! Oh, não!

-- VOLTE AQUI! -- grito, mas tudo o que obtive foi que tudo voltasse a ser escuridão.

Era tarde.

-- ah, droga! -- o praguejar escapou de meus lábios.

-- acorde! -- a voz distante disse, como um sussurro ao longe. -- acorde!

Olho em volta. Escuridão.

-- acorde! -- meu corpo treme -- ACORDE, PORRA!

-- aí meus olhos! -- digo, voltando a fechar meus olhos assim que eles se abrem.

Era um sonho. A luz do dia já havia aparecido fora da barraca e Sadie, preocupada e descabelada, me olhava sentada ao meu lado.

-- o que foi isso? -- pergunto, abrindo meus olhos com dificuldade.

-- o que? Eu que te pergunto. -- diz -- você só começou a gritar. Achei que fosse algo relacionado com a sua doença. Nunca mais me assuste assim, me ouviu?

Ela estava com o rosto corado pela irritação, mas ainda mais pela preocupação.

-- estou bem. -- sento-me -- me desculpe, eu tive um pesadelo confuso.

Sadie me abraça forte, respirando fundo. Sorrio com a sensação de estar em casa. Ela me fazia sentir isso.

-- meu amor, estou bem. -- abraço seu corpo, colando ao meu -- estou bem e respirando.

Sadie se separa, olhando nos meus olhos.

-- veja! -- encho meus pulmões de ar e solto lentamente, arrancando um pequeno sorriso dela.

-- vamos, os meninos fizeram café da manhã. -- diz, me dando um beijo na testa e saindo da barraca.

Me levanto, saindo e acompanhando Sadie até onde nossos amigos estavam. No caminho, vou arrumando meu cabelo que estava um pouco bagunçado.

[...]

Conversas. O som das risadas ecoam em minha cabeça, mas era distante. A mão gelada de Sadie paira sobre a minha encima da mesa. Era estranho. Eu não me sentia ali. Meu corpo não respondia aos meus comandos.

-- amor? -- a doce voz. -- está me ouvindo?

Silêncio.

-- S/n? --

-- estou bem. -- respondo, automaticamente.

-- o que está acontecendo? --

-- nada. --

-- tem certeza? -- insiste.

Não havia mais risadas. Olhares preocupados de todos os lados estavam sobre mim.

-- estou bem. -- forço o sorriso que saiu de meus lábios e como uma uva.

As vozes. Todas elas ecoam distante. Sadie estava ao meu lado, mas sua voz parecia apenas um eco. Minha visão perdeu o foco, como se eu houvesse perdido meus óculos. Era preocupante, eu sei.

SECRET ADMIRATION? (SADIE SINK)Onde histórias criam vida. Descubra agora