JOSH BEAUCHAMP
O choro era constante. Há umas duas horas, ele não parava. Chequei a temperatura, a fralda, ofereci mamadeira, papinha, tentei niná-lo, e eu já estava andando com ele pelo apartamento há um bom tempo, mas nada.
Henry sempre foi uma criança muito boa, muito calma. Dormia à noite sem problemas, acordando apenas de vez em quando, e raramente ficava doente. Por isso eu não fazia ideia do que estava acontecendo.
E me sentia um péssimo pai por isso.
— Calma, filho. Calma. O que houve? Papai está aqui — sussurrei para ele, encostando-o no meu ombro e afagando suas costas. O rostinho já estava ficando vermelho e havia lágrimas por toda parte.
Continuei andando de um lado para o outro, sem rumo.
Minha cabeça explodia por causa do som de seu lamento, mas mais do que isso, eu não queria ver o meu garotinho sofrendo, fosse pelo que fosse.
Foi então que a ideia mais estúpida surgiu na minha mente. Uma da qual eu iria me arrepender, mas estar sozinho com meu filho daquele jeito era angustiante. Noah tinha saído – para variar –, e eu precisava de uma segunda opinião.
Bater na porta da minha vizinha foi quase uma reação automática.
Eu nem sabia se gostava dela. Não fazia ideia se iria poder me ajudar, se realmente entendia de bebês como me disse, mas em um momento de desespero, teria que servir. Nem que fosse para que eu não ficasse sozinho...
E eu costumava sempre preferir a solidão. Mas quando tinha a ver com o meu filho, meus conceitos mudavam.
Ela atendeu à porta rápido, o que me fez acreditar que estava desperta.
Apesar disso, vestia um baby doll. Algo simples, de algodão, nada sensual, mas foi difícil não reparar o quão bonito era seu corpo.— Desculpa aparecer assim, mas o Henry... ele... ele não para de chorar. Tem umas duas horas já.
Ela poderia muito bem bater a porta na minha cara. E teria direito a isso pela falta de simpatia que tive por ela todos aqueles últimos dias. Na verdade, era muito confuso, para mim, entender os motivos que aquela moça jovem e bonita poderia ter para continuar tentando uma amizade comigo. Cheguei a cogitar que estivesse interessada em algo mais, mas não parecia ser o caso.
Até porque, não seria muito melhor tentar algo com Noah, que era muito mais acessível?Sinceramente, eu não conseguia entender.
E entendi menos ainda quando ela assentiu e saiu do apartamento, apontando para o meu, para que entrássemos lá.
— Acho melhor eu tentar acalmá-lo mantendo-o na casa que ele conhece.
Sim, claro. Era uma boa estratégia.Só que eu não disse nada, apenas balancei a cabeça, e nós dois nos enfiamos na minha cobertura.
Assim que entramos, eu fechei a porta, e Any rapidamente estendeu os braços, pedindo para pegar o bebê. Entreguei-o a ela, sem nem pensar no que fazia, e ela o acomodou com carinho nos braços.
— Ele estava dormindo e acordou do nada, chorando. Não conseguiu mais se acalmar — expliquei.
— Oh, querido, eu sei. Vamos deixar você calminho, ok? — Any se voltou a mim: — Onde você costuma dar banho nele?
— Banho? É quase meia-noite.
Any não respondeu, apenas ergueu uma sobrancelha, aguardando a minha resposta. Dando-me por vencido, conduzi-a até o segundo andar da minha cobertura, mais precisamente ao meu quarto, porque era na minha suíte que Henry tomava seus banhos – na banheira.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Último Desejo ¡! BEAUANY
RandomBEAUANY ¡! Fazia um ano que eu tinha Josh Beauchamp como vizinho, mas não sabia nada sobre ele, apenas que era um homem calado, frio, sisudo e meio rabugento. Mas bonito como o pecado, rico, CEO de uma empresa milionária e pai do bebezinho mais fof...