JOSH BEAUCHAMP
Eu não poderia dizer que estava surpreso. Era muito óbvio o quão inexperiente Any era em basicamente tudo. O beijo era incrível, porque ela era extremamente receptiva, e nós combinávamos perfeitamente, mas eu a sentia um pouco hesitante quando a tocava com mais intimidade, embora também demonstrasse que gostava de cada uma das coisas que eu fazia.
Cada toque. Cada um deles. Any não deixava nenhuma sensação passar sem que a aproveitasse ao máximo. Ela se agarrava em cada detalhe e extraía o melhor de suas próprias emoções.
Em quatro meses eu aprendi tanto com ela que nem parecia que havia uma diferença razoável de idades entre nós.
Ela tinha se tornado tão preciosa que a ideia de machucá-la era insuportável para mim. E se eu continuasse o que estávamos fazendo, isso seria inevitável.
Por esse motivo, eu me afastei, colocando-me de pé. O que era péssimo, porque Any poderia pensar que tinha a ver com sua confissão, mas de uma forma errada.
— O que houve? — ela perguntou, endireitando-se na cama. Ergueu o tronco, apoiando-se nos cotovelos, para me olhar.
Pronto, lá estava o que eu temia – Any acuada, com uma expressão triste no rosto, como se tivesse dito algo de errado.
Mal consegui responder. Não de primeira. O que iria dizer a ela? Como iria explicar minha reação?
— Josh, o que foi? Está decepcionado? — Seus olhos exalavam uma dor que era exatamente a que eu não queria lhe causar.
— Não! — foi tudo o que consegui dizer. — Claro que não... eu só... — A verdade era que estava atordoado.
Eu não saberia dizer a respeito de outros homens, mas ser escolhido para ser o primeiro de alguém deveria ser considerado um prêmio. Ou seja, eu era o filho da mãe sortudo que alguém escolheu para protagonizar um momento especial. Ela se guardou até aquele instante para se entregar pela primeira vez a mim.
Any se levantou da cama e apressou-se em sair do quarto. Em um primeiro momento, o meu atordoamento me fez demorar a ir atrás dela, e quando o fiz, ela já tinha colocado sua blusa rapidamente por cima da cabeça e estava saindo porta afora.
— O que está fazendo? É o seu apartamento — alertei, como se fosse possível que tivesse esquecido.
— Eu sei. O fato de eu ser virgem não me torna uma burra. Só quero espairecer — falou com raiva e saiu.
— Any! — chamei-a e fui atrás dela, pelo corredor. Ainda bem que só morávamos nós dois no andar. Mas Noah estava em casa com Henry e, provavelmente, se ouvisse uma discussão, iria se divertir muito. — Por favor, precisamos conversar.
— Não, obrigada. — Começou a seguir em direção às escadas. Eu sabia que desde o episódio do elevador, ela não entrava mais nele, a não ser que estivesse comigo.
— Pare de ser teimosa, eu preciso me explicar.
Só que ela não respondeu mais. Então eu apressei os passos e a alcancei, no primeiro vão entre os degraus. Segurei seu braço, impedindo-a de continuar. Com a raiva e a pressa que estava descendo, não duvidava que pudesse acabar caindo. E eu não queria que fosse para a rua, à noite, com todos aqueles sentimentos negativos, a cabeça cheia de raiva, porque poderia cometer alguma imprudência. Não poderia deixá-la sair daquele jeito, então, o que me restou foi pegá-la no colo e começar a levá-la de volta.
— O que você está fazendo? — perguntou assustada, enquanto eu subia o lance de escadas com ela nos braços. — Você não pode se aproveitar do fato de que é maior do que eu para vencer uma discussão.
— Não venci discussão nenhuma, porque ela ainda nem começou. Você não me deixou falar. Ou seja, você também não pode querer ganhar nada fugindo.
Ela cruzou os braços, como uma garotinha pirracenta, e até mesmo isso me pareceu uma gracinha.
Eu estava mesmo perdido.
Levei-a de volta para o apartamento, cruzando a porta e fechando-a com o pé. Então segui ao sofá, mas ao invés de colocá-la nele, eu me sentei, deixando-a sentada sobre minhas pernas.
Any tentou se desvencilhar, mas não deixei.
— Me ouça, por favor — pedi com ternura.
— Vou te ouvir, mas você não é o primeiro que eu afugento por causa da minha virgindade. E eu nem queria transar com o outro, mas parece que vocês têm pavor dessa palavra. O idiota achou que porque eu era virgem iria grudar nele — ela começou a falar sem parar. Já sabia que era uma mania que tinha de quando ficava nervosa com algo. — Se esse é o seu medo, pode ficar tranquilo. Eu estava com vontade, mas não quer dizer que vá esperar um pedido de casamento, ok?
Não consegui conter um sorriso e levei a mão ao rosto dela.
— O meu medo é te machucar — falei de uma vez, porque algo me dizia que se tentasse qualquer cerimônia ali, ela iria continuar irritada e não me deixando falar.
Any ficou calada, olhando para mim.
— Eu não sou uma pessoa fácil de lidar, Any. Tenho meus demônios, e você sabe bem disso. Não sou divertido, não sou uma boa companhia... — Ela ia falar alguma coisa, mas levei um dedo aos seus lábios para calá-la. — Eu certamente não sou metade do homem que você merecia ter ao seu lado, mas de alguma forma você me escolheu. E isso me faz lutar todos os dias para ser alguém melhor, porque não quero que você perceba que não sou quem você gostaria de ter ao lado.
— Josh — ela quase choramingou meu nome. Não queria despertar pena em seu coração, estava apenas falando a verdade, por isso, prossegui:
— Você tem mudado a minha vida. Dia após dia. De pouquinho em pouquinho. Você é um presente, Any. E eu não quero machucar algo que é tão importante para mim. Por isso me esforço para nunca te magoar, só que neste caso vai ser impossível não te causar, ao menos, algum desconforto.
Daquela vez foi ela quem levou a mão ao meu rosto.— A escolha foi minha. Sei como é. Não na prática, é claro. Sei que não será fácil na primeira vez, mas teremos outras – muitas, eu espero – para que você me mostre como é realmente.
Como era possível que ela conseguisse me deixar ainda mais admirado?
— Ainda assim, não começamos da forma certa. Eu estava sendo bruto.
O sorriso cheio de covinhas iluminou seu rosto, ainda corado do rompante de raiva.
— Eu não estava achando nada ruim. — Mesmo em meio ao caos daquela situação, ela me fazia sorrir. Era um dom, certamente. O homem que nunca sorria estava reaprendendo a ser feliz por causa daquela garota tão inocente.
Mordendo o lábio inferior, de um jeito adorável e muito sexy, Any agarrou a gola da minha camisa.
— Por que não começamos de novo, então?
Novamente sentindo como se a sorte tivesse sorrido para mim, enganchei os braços sob o corpo de Any e a levei escadas acima para o seu quarto, esperando fazer tudo certo daquela vez.
Continua....
Rezar pra que tudo dei certo dessa vez (Postei hoje, por causa das eleições amanhã)
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O Último Desejo ¡! BEAUANY
RandomBEAUANY ¡! Fazia um ano que eu tinha Josh Beauchamp como vizinho, mas não sabia nada sobre ele, apenas que era um homem calado, frio, sisudo e meio rabugento. Mas bonito como o pecado, rico, CEO de uma empresa milionária e pai do bebezinho mais fof...