Capítulo 26

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ANY GABRIELLY

Lancei meus braços sobre a mesa e deitei a cabeça neles, contando até dez de trás para frente.

Dez... nove... oito... sete...

Ok. No seis eu já me sentia mais calma.

Por mais que estivesse adorando trabalhar com Noah, mais do que pensei que ia gostar, algumas pessoas eram difíceis de lidar. Eu estava em contato, há uma semana, com o designer que estava trabalhando na confecção de alguns outdoors, mas o cara era mais enrolado do que eficiente e não cobrava barato. Então precisei ser mais enérgica, mas odiava isso. Odiava bancar a cliente chata e rude, mas era a minha função. Naquele caso eu estava representando o Noah, e ele precisava de mim.

Aliás, ele começou a precisar cada vez mais, nos últimos três meses, desde que iniciamos nosso trabalho juntos. A cervejaria estava crescendo, e muito disso se dava pelo fato de Noah ser muito simpático, amigável e ótimo nas sociais. Além, é claro. de extremamente charmoso, o que ajudava e muito, principalmente quando a pessoa com quem precisava lidar era uma mulher.

Sina já virara passado, e eu nem sabia quem era a da vez.

Falando no meu cunhado, lá estava ele tocando a campainha do meu apartamento.

Ele fazia muito isso quando precisava falar comigo, porque durante o horário comercial, eu preferia trabalhar na minha própria casa. Josh passava o dia na empresa, e por mais que eu amasse ficar com Henry, ele sempre queria brincar e fazer bagunça – o que era uma delícia –, mas eu vivia em ligações, precisando preencher planilhas, redigir e-mails, então não podia dar atenção ao meu bebê.

Sim, meu. Porque eu tinha tomado posse daquela coisinha fofa.

Queria muito que ele me considerasse sua mãe e que me chamasse assim um dia.

Abri a porta para um Noah animado, com um sorriso de canto muito malicioso.

— Que bom que você não está de pijama — ele foi falando e se colocando atrás de mim, usando um pano preto para vendar meus olhos.

— Noah... o que é isso? — eu praticamente guinchei e mais ainda quando ele me tirou do chão, começando a me carregar.

— Fui enviado com uma missão de sequestro.

— Sequestro? — Agarrei-me aos seus ombros quando o senti descendo escadas. — Você não vai de elevador?

— Não. Vamos até o subsolo de escadas, porque sei que você tem medo.
Eu acharia fofo se não estivesse tão intrigada.

— Mas... você vai me deixar cair! — exclamei, já começando a rir.

— Nunca. Prometi que a encomenda chegaria intacta, e eu sou profissional qualificado.

— Para sequestrar moças indefesas? Se me disser que já fez isso antes, vou ficar preocupada — entrei na brincadeira.

— Não, mas já carreguei algumas no colo — ele respondeu com uma risadinha que me fez sorrir. — Você acha que eu malho pra quê?

Não contive uma risadinha.

— Tudo bem, vou confiar.

Fui carregada pelos treze andares que nos levavam ao subsolo do condomínio, e Noah me colocou de pé aparentemente ao lado de seu carro.

Abriu a porta para mim e me ajudou a entrar sem que eu me machucasse.

Durante todo o caminho conversamos animadamente, como se eu simplesmente não estivesse vendada sem saber o que iria acontecer.

O Último Desejo ¡! BEAUANY Onde histórias criam vida. Descubra agora