JOSH BEAUCHAMP
Gritei o nome dela enquanto me esgueirava por entre pessoas para alcançá-la. Nem mesmo o meu tom de desespero a alertou, porque continuou seguindo.
Meus pés não pareciam rápidos o suficiente. O tempo parecia passar acelerado.
Quando consegui chegar perto, simplesmente a agarrei pela cintura, chegando a tirá-la do chão para afastá-la do meio da rua e a puxei. Tudo aconteceu tão rápido que alguém passou por nós – uma criança correndo, talvez? Não saberia dizer –, esbarrando em mim quando eu ainda estava instável, e eu senti que ia ao chão. Esforcei-me para protegê-la, tentando girar para ser eu o atingido, mas quando caímos não consegui evitar que Any batesse com a cabeça em um hidrante.
Um corte em seu supercílio começou a sangrar, e eu fiquei completamente em pânico, principalmente quando percebi que estava desacordada.
Foi impossível não associar com a imagem de Taylor, como a encontrei antes de correr com ela para o hospital. Morta.
Não era o caso de Any, pois ela só só se encontrava desmaiada, eu sabia disso, porque estava praticamente em cima dela e sentia sua respiração, mas insisti tanto que nunca queria machucá-la, e lá estava ela, ferida por minha causa.
As pessoas começavam a se amontoar ao nosso redor, e eu ouvia vozes, mas não as distinguia. Não sabia o que era real e o que era imaginário. A única coisa palpável era o rosto machucado de Any à minha frente.
Eu só queria que ela abrisse aquele sorriso e...
— Josh? — Ouvi meu nome em meio à pequena multidão e vinha de uma voz familiar.
Era... Noah?
Isso pareceu me devolver à realidade, porque ergui os olhos e vi meu irmão se aproximando, assustado e agachando-se ao nosso lado, meio que sem saber o que fazer.
— Eu vi o tumulto, mas nunca imaginei que pudessem ser vocês. O que aconteceu?
Não consegui responder de imediato. Minha respiração parecia presa no peito, assim como a minha voz.
Tentei organizar meus pensamentos, falar algo coerente... qualquer coisa.
Porra! Por que eu não conseguia falar, não conseguia reagir?
Senti a mão de Noah no meu ombro, praticamente me sacudindo. Eu nem sabia quanto tempo tinha passado desde sua pergunta. Provavelmente segundos ou poucos minutos, mas pareciam horas.
— Josh! Precisamos levar a Any para o hospital. A Sina foi pegar o carro, vamos no dela, ok?
Quem era Sina? Carro? Que carro?
— Porra, irmão! Reage!
Não sei o que Noah entendeu da minha inércia, mas ele mesmo pegou Any do chão, ajeitando-a no colo, e começou a levá-la para algum lugar. Para longe de mim.
Isso foi o que me fez agir, finalmente, e eu me levantei, cambaleante.
Alguém me entregou a bolsa de Any, e eu fui andando como um bêbado, pegando a direção para onde Noah tinha ido. Ele ainda estava com ela nos braços, esperando pela tal Sina, e eu estendi os meus, pedindo que a entregasse para mim.
— Não. Você não está em condições — ele resmungou.
— Estou sim, por favor — supliquei, e meu irmão me olhou, analisando-me.
Não parecia muito seguro, mas me entregou Any, ainda completamente desfalecida, e eu a endireitei nos braços quase no mesmo momento em que um carro prateado parou à nossa frente.
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O Último Desejo ¡! BEAUANY
RandomBEAUANY ¡! Fazia um ano que eu tinha Josh Beauchamp como vizinho, mas não sabia nada sobre ele, apenas que era um homem calado, frio, sisudo e meio rabugento. Mas bonito como o pecado, rico, CEO de uma empresa milionária e pai do bebezinho mais fof...