ANY GABRIELLY
UM ANO E MEIO DEPOIS
Saltei do carro primeiro, e Josh concordou em ficar com as crianças.
Por mais que meu marido também tivesse muito a agradecer, era um momento meu. Ele já tinha feito sua parte.Fui caminhando devagar, segurando as rosas e o papel na mão. Não era a minha primeira vez ali, então eu sabia para onde deveria seguir.
Apesar de tudo, o local era bonito, arborizado, cheio de flores, mas não combinava com ela. D. Márcia combinava com vida e não com morte, mas esta era inevitável, mesmo para uma alma como a dela.
Cheguei ao local demarcado, aproximando-me da lápide e me agachando.
Ela estava enterrada próxima à minha mãe adotiva e ao resto da família, então assim eu poderia prestar homenagens a todos. Coloquei cuidadosamente uma flor em cada sepultura – minha mãe, minha avó, meu avô, que eu nem conheci –, mas parei na dela.
Desde que minha bebezinha, Liz, nascera, não consegui visitá-la, então eu precisava atualizá-la de tudo o que tinha acontecido. Poderia falar, falar e falar sem parar, contar o quanto minha garotinha era perfeita, saudável, como estava aprendendo coisas novas todos os dias. Como era parecida com o pai, com seus lindos olhos azuis, e como seu irmão era louco por ela, protetor e muito cuidadoso.
Poderia dizer o quanto eu adorava assistir e re-assistir Casablanca, ao menos uma vez por ano, desde que ela se foi, só para manter a tradição. Josh me acompanhava, e eu sempre acabava chorando em seu colo, lembrando-me da minha companhia preferida. Então eu ouvia a música e cantava, como ela fazia, comendo pizza de calabresa.
Eram tradições de sempre, que eu não queria perder.
Também poderia contar do meu emprego com Noah, que agora eu era gerente de marketing de sua marca de cerveja, que estava indo de vento em popa, que iria se casar com uma ótima garota – por mais incrível que pudesse parecer – e que ele tinha se tornado meu melhor amigo.
Ou falar que Josh tinha publicado sua graphic novel – como ele gostava de chamar – e que ela fora um sucesso, sendo lançada até fora do Brasil. Claro que meu marido engravatado ainda curtia a vibe CEO poderoso e continuava com sua empresa sem graça, mas pegava bem mais leve, delegando funções, porque tinha muito trabalho com o que antes era um hobby esquecido.
Só que um nó se formou na minha garganta e só houve uma coisa que eu consegui dizer:
— Obrigada.
Se não fosse por ela, nada daquilo estaria acontecendo.
E eu acreditava fielmente que olhava por nós, de onde quer que estivesse.
Depositei a última flor que tinha em mãos sobre sua sepultura, mas na dela, eu prendi na lápide, com um pedaço de durex, um papel. Um desenho feito por Josh de nós: eu, ele, Henry e Liz, abraçados, unidos como deveria ser. Ela precisava conhecer nossa família. A família dela também.
Levei uma mão aos lábios, beijando meus dedos e tocando a lápide uma última vez.
Então voltei para o carro, pelo mesmo caminho, entrando e sorrindo para os amores da minha vida.
— Vamos?
— Sim... — respondi, certa de que com eles eu iria para qualquer lugar.
A qualquer momento.
FIM
Nem acredito que finalmente chegamos ao epílogo, muito muito obrigada amores por me acompanharem até aqui, espero que fiquem nas próximas fanfics, amo amo vcs moranguinhos.
Em breve trago uma novidade pra vcs.
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O Último Desejo ¡! BEAUANY
RandomBEAUANY ¡! Fazia um ano que eu tinha Josh Beauchamp como vizinho, mas não sabia nada sobre ele, apenas que era um homem calado, frio, sisudo e meio rabugento. Mas bonito como o pecado, rico, CEO de uma empresa milionária e pai do bebezinho mais fof...