Capítulo 19

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JOSH BEAUCHAMP

Banana! Fala, bebê. Banana!— Ouvi a voz de Any, em um tom gentil enquanto descia as escadas. O aspirador de pó fazia barulho no segundo andar da cobertura, então Jenny estava limpando o quarto de Henry.

Ajeitando a gravata, avistei a mulher mais linda do mundo, segurando meu bebê com um braço e apoiando-o no quadril, em um jeitinho maternal que me comovia. Com a outra mão ela amassava uma banana para dar a ele.

Henry adorava Any. Desde a primeira noite em que ela cuidou dele com tanto carinho, dando-lhe um banho quente para que se acalmasse, meu filho ficou viciado nela. Não que eu pudesse dizer algo diferente. Aquela mulher incrível tinha deixado pai e filho apaixonados.

Nanana — Henry falou e bateu palminhas, todo feliz. Era um comilão mesmo.

— Isso, meu amor! Muito bem.

Aproximei-me deles, apressando-me em pegar o neném para que Any pudesse terminar a tarefa. Já com Henry no colo, inclinei-me para beijá-la.

— Bom dia — falei depois do beijo.

— Bom dia, senhor engravatado.

Era uma manhã como muitas outras que vínhamos vivendo desde que eu e Any fizemos amor pela primeira vez. Ela passava noites na minha casa, na minha cama, e acordava ao meu lado, o que já tornava minhas manhãs muito melhores.

Desde que Any passara a dormir comigo, eu não tinha mais pesadelos.

E isso já fazia mais de uma semana.

Coloquei Henry sentado em sua cadeirinha, pronto para receber sua “nanana” e fui me servir de café, enquanto Any se ocupava do meu filho. Jenny e eu sempre dizíamos que podíamos cuidar dele, mas ela o adorava também. E tinha um jeitinho todo especial de fazer cada coisa com meu filho. Às vezes eu ia trabalhar, e ela ficava na minha casa, fazendo companhia à minha funcionária. Levava seu notebook, espalhava seus currículos e se ocupava.

Nem sempre quando eu chegava em casa ela estava no meu apartamento, mas eu sempre torcia para que estivesse. Ela iluminava absolutamente tudo.

A cena era linda e me fazia sorrir. As duas pessoas mais importantes da minha vida naquele momento – minha namorada e meu bebê – riam juntos e faziam bagunça na cozinha, enquanto bagunçavam também o meu coração.

— Sabe o que eu acho? — falei subitamente, fazendo Any olhar na minha direção. Em seu rosto ainda estava o sorriso com o qual lidara com meu filho, e ele me desmontava.

Sem nem pensar no que fazia, arranquei a gravata do meu colarinho. Pousei a caneca ainda cheia sobre o balcão, percebendo Any muito surpresa.

— Acho que a empresa pode sobreviver um dia sem mim.

Any ficou boquiaberta, e eu entendia o motivo. Eu sabia que vinha melhorando e muito meu jeito e minhas manias conforme começava a me sentir mais leve. Não era de um dia para o outro que me tornaria um homem brincalhão ou divertido como meu irmão, mas conseguia me sentir um pouco melhor na minha própria pele. Com certeza, melhoraria ainda mais quando me desse conta de que realmente precisava de terapia e medicação – coisa que Any vinha incentivando –, mas um passo de cada vez. Só que quando se tratava do meu negócio, ser menos metódico ainda era difícil.

Mas nunca era tarde para tentar mudar.

— O quê? — Claro que eu seria sacaneado por ninguém mais, ninguém menos, do que meu irmão, que tinha um timing perfeito para aparecer nos momentos em que não era convidado. — Any, liga para a emergência agora. Josh está com febre, só pode!

O Último Desejo ¡! BEAUANY Onde histórias criam vida. Descubra agora