Uma vida de lembranças •interssexual•

•Nascimento•

Oii gente, olha quem está aqui depois de décadas sumida, consegui um tempinho livre nessa semana para escrever um pouco para vocês, mas sem mais delongas, bora lá.

Boa leitura!
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No capítulo anterior...

  Juliette conta como foi a sua ida para Paraíba, conta também onde e como estão vivendo. E por último lembra como foi o nascimento de Kayan.
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                         POV JULIETTE

                         Flashback on.

      Por enquanto que Sônia ia ha fazenda ao lado buscar por ajuda, eu ia fazendo alguns exercícios para conseguir regular minha respiração, que estava completamente acelerada.

       Nesses últimos meses eu não estava indo a nenhum médico obstetra fazer as minhas consultas, como a casa era muito longe do centro da cidade, nós não íamos lá com muita frequência.

       Passou-se alguns minutos, que pra mim pareceram horas, e Sônia chegou junto com um peão da fazenda vizinha em uma caminhonete vermelha e caindo aos pedaços. Eu até pensei em reclamar, mas no estado que eu estava nem tinha condições pra isso.

         - Oh Sônia, finalmente vocês chegaram, eu já estava pensando que meu filho iria nascer nesse quartinho com mais de quarenta graus. - falei dando uma risada nervosa, mas logo pus a mão na barriga ao sentir mais uma contração.

        - Bom, vamos logo menina, eu consegui com que o Jorge saisse lá da fazenda só por alguns minutos. - disse Sônia já me ajudando a levantar e ir em direção ao carro.

         - Pois é dona, eu tinha que fazer o parto de uma porca ainda essa tarde, pelo visto é época das muié fica prenha. - Jorge falou ajeitando seu boné desbotado em sua cabeça.

          - Olha Jorge, eu vou ignorar que você me comparou com uma porca prenha. - falei com os olhos semi serrados. - mas vamos logo, pisa fundo nessa acelerador, que eu não quero que meu filho nasça dentro de um carro.

      Em alguns minutos nós já estávamos estacionando em frente ao hospital mais próximo.

      Jorge me ajudou a sair do carro, e Sônia ficar ou ao meu lado segurando a minha mãe e falando palavras de encorajamento, como: "você consegue" "Vai dar tudo certo", " Não fica nervosa ". Tadinha, se ela soubesse que isso está me deixando mais nervosa ainda.

      Entramos na sala de espera minúscula do hospital, que eu estava começando a acreditar que era um posto de saúde, pois eu sinceramente nem prestei a atenção na entrada dele.

      Se eu achava que lá em casa estava quente, aqui estava cinco vezes pior. Eu sentia que a qualquer momento teria uma queda de pressão.

      Enquanto que a Sônia foi até o balcão da recepção falar com uma enfermeira, eu fiquei alí sentadinha tentando controlar minha dor e minha respiração, as contrações estavam vindo cada vez mais fortes, e agora a dor não estava somente localizada na parte de baixo da barriga, ela estava se espalhando por toda parte das minhas costas.

         - Juliette, já peguei uma ficha e falei com a balconista, eles já vão nos atender. - Sônia falou enquanto sentava ao meu lado e segurava a minha mão. - Está sentindo muita dor menina?