•A queda•

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Eita meus cactos, só digo uma coisa, vem aí...

Boa leitura!

                      POV SARAH

     A semana passou voando, eu pisquei e já era sexta-feira, eu estava bem ansiosa para a viagem, na verdade eu sempre fico nervosa com viagens, principalmente se for de avião. Eu andei de avião duas vezes, uma foi quando fomos visitar alguns parentes que moravam longe, e outra foi quando nós viemos para São Paulo.

      Quando viemos morar aqui eu tinha dez anos, minha família e a família da Thais na época eram bem unidas, então viemos todos juntos.

       Bom, voltando, agora estávamos eu, Juliette, Thais e Bia assistindo um filme no sofá da minha casa. Como já era tarde estava bem frio, pegamos vários cobertores e fizemos um chocolate quente, que a Juliette alegou que estava com desejo de tomar.

       Na verdade nós nem estávamos assistindo o filme direito, pois eu e Juliette ficávamos toda hora conversando uma com a outra e trocando beijos e Thais estava dormindo enquanto Bia fazia carinho em seus cabelos, ou seja, só a Beatriz olhava o filme.

      Quando Juliette chegou aqui eu já expliquei pra ela o motivo da viagem, ela perguntou por quantos dias ficaríamos por lá, mas isso eu não poderia responder. Como meu pai falou, não tinha um dia definido para voltarmos, mas era no máximo uma semana.

      Enquanto eu recebia os seus carinhos, tive uma sensação estranha, quase ruim. Aquilo parecia um carinho de despedida, era tão intenso, mas era tão bom.

        - Vida, eu te amo. - disse enquanto ainda recebia seus carinhos. - mas tipo, te amo muito mesmo, acho que mais que tudo nessa vida.

         - Também te amo meu amor, mas você ama mais os seus pais, eles são seu porto seguro que eu sei. - ela falou isso e deixou um beijo no meu nariz. - acho que agora a pessoa que eu mais amo é o nosso filho, sei que você e meus pais são importantes, mas eu sinto que estou conectada com ele.

         - É, talvez quem eu mais ame seja ele também, acho que vocês tem uma conexão maior pois ele ta dentro de você. - falei acariciando a sua barriga, que já estava bem grande, se nos sete meses já estava assim imagina nos nove.

          - É muito louco pensar que tem uma vida dentro de mim, tipo, tem uma pessoa aqui dentro, que come o que eu como, bebê o que eu bebo, sente o que eu sinto, suga minhas energias. - nessa parte ela deu uma risadinha - é quase um parasita, e foi você que colocou esse parasita do bem em mim. - eu fiz uma cara de ofendida.

          - Uau, essa magoou, mas você não reclamou quando eu coloquei ele em você, aliás, lembro muito bem de você pedindo mais. - disse isso e puxei ela pra ficar de lado no meu colo, logo estávamos nos beijando.

         - Ei gente, eu ainda estou aqui! - a Bia que estava calada no outro sofá se manifestou. - por mais que eu ache vocês duas lindas juntas, não quero presenciar uma cena de sexo aqui, então melhor irem pro quarto. - ela falou isso bem rápido, tadinha da bichinha, estava vermelha de vergonha.

        - Ahhh, conta outra Bia, você e a Thais ficam quase se comendo quando eu estou sem a Juliette. - eu disse em Tom de divertimento e Juliette me deu um tapa no braço.

          - Peço desculpas pelos modos da minha namorada, e vamos pro quarto sim, pois eu já estou com sono e dor nas costas de ficar aqui. - disse a Juliette se levantando. Logo fomos pro quarto e já dormimos.
...

      Já era sábado, eu e Juliette  acordamos, tomamos banhos juntinhas, tomamos um café, ela me ajudou a terminar de fazer minha mala, eu coloquei minha roupa para ir para o aeroporto e depois ficamos mais um tempinho juntas de chameguinho.

      Iríamos ir para o aeroporto logo depois do almoço, eu e meu pai vamos sair daqui e ainda passar na casa de Arthur. Seu Evandro estava nervoso, mas muito feliz, ele falava toda hora que estava animado, ele andava pra lá e pra cá pela casa, afinal, não é todo dia que ganha praticamente uma empresa.

      Eu estava muito feliz por ele, meu pai era merecedor de tudo isso, é um homem batalhador, honesto e tinha um coração gigante.

        - Sarah, desce nós já vamos! - ouvi meu pai falar do andar de baixo.

        - Bom, acho que esse é o momento que eu digo que te amo muito e você fala que me ama e vai sentir saudades. - eu falei e Juliette riu. - mas agora falando sério, eu te amo, fica bem e se cuida e cuida do nosso homenzinho.

        - Vou nos cuidar, eu também te amo muito, aproveita muito essa viagem, espero que de tudo certo lá vejo que seu pai está bem ansioso.

        - Ele está, mais vai ficar tudo bem. - eu abaixei e dei um beijo na sua barriga. - cuida bem dela minha vidinha. - sussurrei.

     Quando eu levantei fui pega por um beijo apaixonado, aquele beijo era a minha perdição, era o que eu mais gostava. Era um beijo calmo, os lábios se movendo lentamente.

       Mas tudo que é bom dura pouco. Fomos interrompidas por uma buzina, meu pai deve estar desesperado, dei um último selinho nela e fui.

...

      Um tempinho depois e já estávamos entrando no avião, na verdade era um jatinho particular, que meu tio mandou para nos buscar.

       Sentamos todos separados, eu coloquei meus fones de ouvido, Arthur mal chegou e já estava dormindo e meu pai estava lendo um livro. Hoje o dia não estava tão bom para voar, o tempo estava meio chuvoso aqui em São Paulo, e dizia na previsão do tempo que no Rio Grande do Sul estava pior ainda, estava chovendo e estávamos indo para uma praia, que devia estar ventando muito.

       Um tempo depois voando eu fiquei com vontade de ir ao banheiro, levantei e fui, quando eu estava voltando para a minha poltrona o avião deu uma caída para o lado, com isso Arthur acordou.

         - Sarah, o que está fazendo de pé? É perigoso. - ele disse com a voz ainda rouca.

         - Eu tinha ido ao banheiro, você viu isso? Parece que o avião foi puxado pro lado.

         - Senti sim, agora senta aí.

       Passaram-se alguns minutos e o jato pegou uma turbulência forte, e como já tenho muito medo me agarrei mais forte no acento.

       Logo ouvimos uma voz nos alto-falantes.

          - Atenção Senhores passageiros, peço que mantenham a calma e coloquem seus cintos, estamos pegando uma turbulência por conta do temporal mas já irá ficar tudo bem.

        PUTA QUE PARIU! Seria melhor se ele tivesse ficado quieto.

         Não demorou muito o avião começou a ir para baixo, eu acho que não era pra isso acontecer, levantei a cortina da janela e vi que o avião estava caindo, droga, droga.

          - Atenção Senhores... - começou a chiar o áudio. - o avião vai cair. - dessa vez ele falou com uma voz desesperada.

       Em questão de segundos meu corpo foi jogado pra frente e eu bati minha cabeça no acento da frente. Vi o meu pai sendo arremessado pra frente com força e ouvi Arthur gritando.

         - Paaii... - e foi aí que tudo apagou.

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Tava quase chorando cara, eu não queria fazer isso, mas foi necessário.
Estou ouvindo as músicas da minha rainha Marília Mendonça :(

Bom, é isso beijos e abraços, amo vocês.

          

       

    

   

  

        
     

Uma vida de lembranças •interssexual•Onde histórias criam vida. Descubra agora