Uma vida de lembranças •interssexual•

•Nosso filho•

Oi genteee, cá estou eu para a felicidade de vocês, esse capítulo vai ser bem calmo.

Boa leitura!

                     POV JULIETTE

      Quando me dei conta das coisas que eu estava falando logo tratei de inventar uma desculpa por essa minha fala, Sarah deveria saber que vai ser mãe, mas não desse jeito.

       Mas não deu nem tempo de falar com ela, pois em questão de segundos ela já havia desmaiado no lado da cama. Mais do que depressa eu comecei a apertar o botão vermelho do lado da cama que eu sabia que era para chamar um médico.

         Em poucos segundos duas enfermeiras apareceram para ver o que havia acontecido, e eu contei pra elas, Sarah foi colocada em uma poltrona mais confortável ao lado da cama e as enfermeiras ficaram abanando ela por um tempo, uma das enfermeiras virou pra mim e disse:

          - Ela vai acordar daqui uns minutos, foi só um pico de emoção mesmo, e também daqui a uma hora um médico vai vir aqui para ver como está sua situação e dizer quando vai poder lhe dar alta.

          Eu apenas assenti com a cabeça e elas saíram do quarto.

          Fiquei mais uns minutos ali sentada na cama e olhando para Sarah, valia a pena mentir pra ela? Ela merece saber que vai ter um filho. Em meio esses pensamentos senti uma mão fazendo carinho na minha, era ela, com todo carinho ela pegou minha mão e começou a alisar ela, eu estava sentindo um amor inexplicável por ela e não sabia como descrever.

          - Amor por favor, fala a verdade pra mim. - ela disse quase em um sussurro, tinha certeza que ela estava muito nervosa, os seus olhos não estavam em mim, estavam em um ponto qualquer do quarto, menos em mim - eu não vou ficar brava com você, prometo que vou fazer o possível pra te fazer feliz.

           - Eu, eu tô...tô grávida Sarah, eu sei que somos novas, que irresponsabilidade a minha, podemos tirar se você quiser, mas... - não pude terminar de falar, pois foi interrompida por abraço forte e logo em seguida um beijo molhado, com gosto de lágrimas.

           - Nem pense em abortar o nosso filho, ele não fez nada de errado, e quem fez fomos nós não foi irresponsabilidade sua, isso é nossa responsabilidade a partir de agora, não vou dizer que não estou com medo disso, pois eu tô me cagando, mas vamos passar por isso juntas.

          Nessa hora eu me senti uma idiota, como eu estava pensando em esconder isso da minha namorada? Ela é a pessoa que eu mais confio, como pude duvidar do amor dela?

           - Me desculpa por não ter contado antes, eu fiquei com medo da sua reação. - falei pra ela, mas olhando pro chão pois estava morrendo de vergonha de olhar em seus olhos.

        Para a minha sorte ou azar, o silêncio foi quebrado uma médica que veio falar sobre a minha situação.

           - Bom dia tudo bem com vocês?, vamos começar, eu sou a Dr. Marcela e sou eu que estou responsável por sua recuperação. - ela disse muito simpática, parecia uma boa pessoa - agora nesse primeiro momento eu vou medir sua pressão, temperatura, ver seus sentidos, enfim, uns exames gerais. - ela começou a fazer todo o que havia dito, agora estava medindo minha pressão, no final de tudo ela fez algumas anotações no seu tablet.

            - Agora eu preciso de uma ajudinha sua Juliette, só quero que responda umas perguntas que eu vou lhe fazer. Me falaram aqui que você quase teve uma overdose estando grávida, o motivo foram diversos remédios, pode me falar que remédios foram esses?

          Puts, não estava me sentindo nada confortável em ter essa conversa com ela, não pela doutora, ela me passou uma segurança, mas por causa de Sarah, ela estava sentada no canto da sala em completo silêncio, eu não sabia o que se passava em sua cabeça.

           - Olha Juliette, eu entendo que esteja nervosa, mas é pro seu bem e eu preciso que você me responda com muita sinceridade, pra que eram os remédios?

             - Eles eram pra dores nas costas, de cabeça e enjoos. - disse com medo mais com sinceridade, não ia mentir para uma médica, poderia estar arriscando a própria vida se fizesse isso. Ela anotou em seu caderno e continuou com perguntas simples, como eu estava me sentindo, como descobri a gravidez, de quantos meses eu estava, que foi uma pergunta que me pegou de surpresa. Eu não sabia dessa informação, com o tempo foi me perdendo nas contas, ela me ajudou com isso e chegamos a conclusão que eu estava com dois meses de gravidez, a Sarah que até agora não havia falado nada resolveu se manifestar.

          - Nossa, tudo isso já? E eu fui descobrir isso só hoje. - ela deu um sorriso amarelo, e isso me cortou o coração.

           - Bom Juliette, eu também queria saber como foi sua última consulta?

           - consulta? Do que? - eu perguntei confusa, eu sinceramente não entendo nada sobre o assunto.

           - Sua consulta na ginecologista ou obstetra, você foi alguma vez depois da gravidez? - meu Deus, nesse tempo todo eu não fui nenhuma vez ao médico, olhei para a Dr. Marcela com os olhos arregalados - você não foi em nenhuma consulta?

            - Não, eu nem me lembrava que tinha médico pra gente grávida.

            - Mas pelo menos no ginecologista você foi né? Diz que sim Juliette. - ela falou com um certo medo na voz. - você já foi alguma vez ao ginecologista?

              - Olha eu nunca fui em nenhum desses, sempre tinha muita vergonha, não gosto da ideia de ter uma pessoa mechendo na minha periquita. - eu falei com toda a sinceridade, a doutora até deu um sorrisinho por enquanto que anotava mais coisas no seu tablet, mas logo adotou uma postura seria de novo.

            - Olha Juliette, eu sei como é difícil as vezes fazer coisas novas, mas algumas coisas tem que ser feitas, ainda mais quando essas coisas são a nossa saúde. Eu vou marcar uma consulta para você hoje mesmo no ginecologista obstetra, por sua sorte eu que vou fazer essa consulta também, prometo cuidar muito bem do seu filho ou filha.

           - Muito obrigado doutora, eu sinceramente estou muito perdida, você já deve saber mas eu tenho só dezessete anos, estou ainda no ensino médio, não tenho muitas experiências de vida, você está me ajudando muito.

            - Te entendo, eu também sou nova tenho 22 anos, acabei de terminar minha faculdade, ainda tenho bastante tempo pra aprender, e vou te falar uma coisa, e errando que se aprende. Mas vou indo lá, ainda preciso atender mais algumas pessoas até o horário de almoço. - ela disse dando um sorriso cansado e foi em direção a porta, mas antes de sair ela voltou e foi até o canto da sala onde Sarah estava sentada, se abaixou um pouco e pegou em suas mãos - não se preocupe, vai dar tudo certo, o mais importante disso tu e estar junto e dar muito amor.

          Ela se levantou a foi embora, aquelas palavras dela para Sarah também serviram pra mim.

         Logo Sarah veio até mim e me deu um abraço, agora eu estava com meu Porto seguro, minha família, eu, ela e nosso filho.

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Foi esse o capítulo gurizada, postei durante o dia hoje pq ontem eu tava só o pó.

Se gostaram deixem a estrelinha aí e um comentário falando que gostou, beijos e abraços bem quentinhos pra vocês :)