•Dificuldades•

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Oii, olha eu aqui!!! Bom, cheguei aqui para acabar com o sofrimento de vocês.

Boa leitura!
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No capítulo anterior...

   3 anos se passaram desde que Juliette desapareceu sem deixar pistas, Sarah está agora trabalhando e divide um apartamento com suas amigas. Mas elas agora tem outro problema...
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                       POV SARAH

       Ok, ok... Eu não estava nem um pouco preparada para está informação, eu até suspeitei esses dias que Beatriz estivesse doente, talvez algum tipo de virose. Mas não um câncer.

       Eu acabei notando que nessa semana ela faltou alguns dias, e sempre falava que era dor de cabeça, cólica ou até mesmo que estava de ressaca. Mas como ela estaria de ressaca se não estava nem bebendo?

      E outra, eu achei que ela pisou na bola em não ter contado para a Thais que estava com esse tipo de doença, mas também à entendo, ela não queria preocupar a namorada, mas com essa mentira acabou preocupando mais ainda.

       O que íamos fazer agora? Eu quero muito ajudar minha amiga amiga nisso, deve ser muito difícil aceitar que está com uma doença tão delicada. Mas só de pensar que eu trabalho muito e ganho pouco para conseguir pagar somente uma parte do aluguel, isso me deixa desesperada.

       Como eu havia falado, Thais e Bia trabalham em uma loja no shopping, mas não ganham muito também, elas ainda tem pegar as suas faculdades, e fazer as compras do mês. Essa doença requer um tratamento, remédios, idas e vindas do hospital... E isso custa bastante dinheiro, uma coisa que nos falta. Sei que essa caminhada do câncer é cansativa, pois minha vózinha morreu disso a um tempo atrás.

      Fui tirada de meus devaneios com os braços de Bia me envolvendo em um abraço apertado e com muitas lágrimas. Ela falava baixinho que não queria morrer e que essa não era a sua hora, dizia que estava com medo... E isso me cortou o coração.

         - Eu, eu... Não quero Sarah, não quero morrer agora. - ela falava com desespero e chorava baixinho. - Não me deixem sozinha, eu juro que não foi por mal.

         - Ei minha pequena, ta tudo bem, você não vai morrer. Você vai ficar bem, vamos tratar essa doença chata, vamos te dar muito amor, muito carinho, e nada vai acontecer com você. - Falei acariciando os cabelos dela. - E depois, quando tudo isso acabar, vamos ir na melhor sorveteria da cidade e comer muito, mas muito sorvete, que eu sei que você adora.

         - É Bia, nós vamos comer muito sorvete, vamos fazer uma festa também  quando tudo isso passar, podemos ir naquele restaurante japonês que você ama, eu sei que esta cedo pra isso mas...   Eu quero ter filhos com você, várias criançinhas correndo pela casa, crianças que vão ter os olhos iguais aos seus, vão ter uma boca linda igual a sua, vão ser lindas. E me desculpa se eu fui grossa com você antes, eu estava muito estressada, e preocupada com a notícia. Eu te amo tanto, você não tem noção o quão grande é o meu amor por ti. - Thais falou e veio abraçar a sua namorada também.

        A essa hora eu já estava chorando muito, as palavras dela foram tão bonitas, isso me lembrou dela de tantas formas... Eu queria tanto ter dito palavras bonitas assim para a Juliette se eu soubesse que ela desapareceria sem falar nada.

      Depois de todo o choro passar, nós três fomos juntas ao mercado e compramos coisas para fazermos uma lasanha, como eu disse antes, nossas condições financeiras não estavam das melhores.

      Voltamos pra casa, fizemos a lasanha, comemos, vimos uns filmes, tudo isso tentando nos distrair do que viria pela frente.

...

                        POV JULIETTE

          - Filho vem tomar o seu banho, depois você brinca as tintas. - Falei pela terceira vez. - Kayan Freire, venha agora.

       Logo eu vi um menino de olhos verdes, cabelos castanhos bagunçados, somente de cueca do incrível Hulk e com o corpo todo coberto de tinta rosa entrando pela porta do quarto.

           - Meu Deus meu filho, o que você fez garoto? Olha só isso, tem tinta até no seu cabelo. - falei enquanto analisava o menino cheio de tinta na minha frente. - o que eu vou fazer agora em? Tenho que te dar um banho bem reforçado, e não posso me atrasar mais uma vez nesse emprego.

       O menino apenas olhou para baixo e fez um biquinho pré choro, eu sabia que ele havia ficado triste por eu ter lhe chamado a atenção, eu quase nunca faço isso.

          - Ok, não precisa fazer esse beicinho aí, não estou brigando com você. - falei e logo peguei ele no colo e fui em direção ao banheiro.

       Dei um banho bem demorado até conseguir tirar toda aquela tinta de seu corpinho, deixei seus cabelos um pouco umidos e com seus cachinhos naturais, pus um conjunto de moletom nele e peguei sua mochila para irmos para a escolinha.

       Não querendo me gabar mas o meu filho era uma criança linda, tem os olhos verde claro, o cabelo castanho, a pele bem clarinha, um corpo gordinho que dá vontade de apertar toda hora, e os cabelos cacheados, que foi uma coisa que me surpreendeu. Uma vez Sarah havia me falado que seus cabelos eram escuros e cacheados quando era menor, mas desde sua adolescência ela o transformou em loiro e liso, deve ter sido daí que vem os cachinhos do meu filho.

         Agora estávamos indo em direção a parada para pegar um ônibus, o dia em Campina Grande estava mais frio que o comum. Fui o trajeto inteiro conversando com meu filho, falando de como iria ser o seu dia na escola, como o dia estava bonito e outras coisas, falava com ele mesmo sabendo que ele não me responderia.

        Quando Kayan estava completando seus dois anos de idade descobrimos que ele tinha autismo, é um grau leve, mas de início foi um baque bem grande, fiquei muito preocupada pois na época eu estava desempregada e não tinha ajuda de ninguém. Sempre vía nos filmes ou séries pessoas autistas que eram médicos, super gênios, advogados... Essas coisas importantes, que eu sabia que seria difícil para o meu filho ser, coisas que precisam de dinheiro para fazer, uma coisa que eu não tinha muito.

        Hoje em dia Kayan vai a consultas com uma terapeuta uma vez por mês e faz aulas de pinturas, essas são as únicas coisas que eu consigo pagar à ele.

        Ele teria que ir em um fonodiólogo, psicólogo, eu gostaria de ir a um encontro com mães de autistas que tem na cidade, e muito mais coisas, mas isso é fora do que eu consiga pagar.

        Meu filho tem um atraso muito grande na fala, as únicas coisas que ele fala são "mãe", "vó" E "água". O resto eu entendia o que ele queria pois ele fazia gestos com as mãos. Em compensação a antes ele já tem evoluído muito, ontem ele até me pediu para ir no banheiro sozinho, sem eu ter que perguntar se ele queria, e a cada pequeno passo é uma grande comemoração.

       E assim vamos, com dificuldades, mais indo.

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Nesse capítulo falei tudo mas não falei nada.

Mas prometo que no próximo eu esclareço tudo.

É isso, não esqueçam de comentar e deixarem a estrelinha. beijos e abraços :)

        
       
      

 

     

Uma vida de lembranças •interssexual•Onde histórias criam vida. Descubra agora