Dezembro, 1995
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O mês de dezembro estava acabando e o inverno chegou a pequena cidade. Mas na Califórnia o clima era ameno: de manhã um sol fraco surgia entre as nuvens e só de noite aparecia o frio de congelar os dedos dos pés.
Jonathan ficou bastante surpreso, pois estava acostumado com o impiedoso e cheio de nevasca inverno da cidade de Manhattan. Para ser sincero ele nunca foi muito fã do frio. Seus dias preferidos eram aqueles cinzentos, completamente sem cor. Esses dias costumavam passar a ideia de que ele não era o único infeliz naquele mundo.
— Eu odeio o inverno com todas as minhas forças. — Eric reclamava ao lado dele, enrolando um cachecol em torno do pescoço. — É a pior estação de todas. Não se pode fazer nada por causa do maldito frio.
— O inverno daqui é tranquilo. — Ele deu de ombros, desviando de algumas meninas vestidas com casacos grossos e botas felpudas. — Lá em Manhattan, a gente costumava ficar dias sem ir ao colégio porque a neve cobria tudo.
— Aqui só neva nos dias vinte e cinco e vinte e sete. É bem pouca neve. Mas o suficiente para fazer bonecos. — Um sorrisinho surgiu no canto dos lábios de Eric. Jonathan revirou os olhos.
— Não.
— Sim. — Ele riu. — Eu, você e a Sadie vamos montar um boneco de neve no dia vinte e seis. Na minha casa.
— Isso é tão infantil! Temos dezessete anos, pelo amor de deus.
— E o que tem haver? — Eric deu um empurrão no amigo. — Pense no lado bom, você vai poder ficar a noite toda com a Sadie. Vamos dormir na casa da arvore do meu irmão. O que significa que você vai ficar bem pertinho dela, abraça-la pela cintura e...
— Não.
— Eu não preciso estar junto se isso te deixa envergonhado. Eu finjo que vou ao banheiro e você ataca.
— Você não entendeu. — Ele balançou a cabeça. — Eu não quero forçar nada.
— Você é estranho. — Eric revirou os olhos.
Os dois entraram na sala de inglês do Sr. Smith, sentaram-se um ao lado do outro e ficaram conversando sobre HQs, enquanto esperavam o professor chegar. Flash ria sentado no fundo da sala, achando engraçado seus amigos importunando Troy Greene.
Jonathan trincou os dentes, sentindo raiva por todos ficarem indiferentes diante daquela situação. Ninguém se importava. Mesmo se ele fosse lá para defender Troy e acabasse apanhando por estar ajudando, aquelas pessoas continuariam sem fazer nada. Afinal, não eram com eles.
O senhor Smith chegou acompanhado de Sadie, ele parecia aconselha-la com algo. O sentimento ruim desapareceu rapidamente do corpo de Jonathan, fazendo-o sorrir ao vê-la.
Ela usava calça jeans, sobretudo azul e botas de cano alto; sua franja escura estava presa com as habituais presilhas e seus lábios estavam pintados de batom rosa, que parecia bastante atrativo de longe.
Num gesto quase desapercebido, ela olhou rapidamente para alguém que estava sentado no fundo da sala e deu um sorrisinho fraco. Jonathan franziu a testa e se lembrou. O garoto que ela falou que estava gostando. Entao ele era daquela turma também?
O sentimento de raiva voltou ao seu corpo novamente, e ele tentou seguir o olhar dela para descobrir quem era o filho da puta, mas foi tarde demais. Ela desviou os olhos, caminhou pela fila de cadeiras e sentou-se atrás de Eric.
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Beyond Broken Hearts
Подростковая литератураEm meados dos anos 90, numa pequena cidadezinha do sul da Califórnia, um grupo de adolescentes alvos de bullying por seus colegas, decidem após um incidente planejar um massacre para por fim nas humilhações constantes que sofriam. Chocando os morado...