Fevereiro, 1996
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Se passaram duas semanas desde o incidente. Fevereiro estava acabando e a esbelta primavera de março cada vez mais próxima. E Sadie não saiu de casa durante todos esses dias.
As únicas pessoas que via, era sua tia, que lhe trazia pontinhos com sopa de legumes por achar que ela estava com gripe e Eric e Jonathan que apareciam três vezes na semana para lhe ver ou dar os trabalhos das aulas que tinham em comum.
Apesar dos pesadelos constantes, das lembranças dolorosas e das lágrimas que insistiam em descer, foram dias bons. Ficar sozinha foi bom para sua alma. Não queria voltar a viver em sociedade, não queria ver pessoas. Nunca mais.
Porém, não dava mais para ficar em casa. O diretor ligou e disse que ela precisava voltar a escola, porque as provas finais começariam em breve.
Foi como um soco em seu estômago, estava com medo e insegura. Mas não podia perder seu último ano por uma coisa da qual não era culpada. A culpa era toda deles.
Desceu as escadas devagar, colocando na cabeça o boné que Jonathan havia lhe dado, e foi recebida por olhares de surpresa na cozinha.
— O que foi? — Encolheu os ombros. Terry estava sentando na mesa com Julie no colo e Marie no fogão, mexendo numa panela.
— Você tá tão diferente, querida. — Marie enrugou a testa. — Eu nunca imaginaria você indo para a escola assim. Esse casaco é tão velho!
Sadie forçou um sorrisinho. Estava vestida com uma calça jeans folgada, botas e o casaco amarelo de sua mãe. Antes só o usava para dormir, porque ele não combinava com roupa nenhuma. Mas isso nem importava mais.
— Achei ele no fundo do guarda-roupa. — Disse. — Ainda estou com muito frio e ele é bem aconchegante.
— Ela tá parecendo um garoto. — Terry murmurou. — Cortou o cabelo, está usando essas roupas, esse boné...só anda com aqueles meninos. Daqui a pouco todos os vizinhos vão estar falando, Marie.
— Calma, amor. Não é nada demais. — Marie fez biquinho. — É só uma fase. Adolescentes são cheios de fase, não é querida?
— Sim, tia. — Respondeu. Os adultos realmente não sabem de praticamente porra nenhuma.
Foi com Jonathan e Eric de carro para a escola, eles tentaram deixa-la o mais relaxada possível. Mas sua cabeça não parava de pensar no incidente.
— Vai ficar tudo bem. — Jonathan disse, tocando levemente em sua mão, quando estavam prestes a entrar. Ela sorriu, olhando-o. Somente ele para conseguir aliviar um pouco toda a sua tensão.
Evitou olhar nos olhos das pessoas enquanto andava pelo corredor ou entrava nas salas. Tudo ocorreu bem entre as três primeiras aulas e isso lhe deixou um pouco melhor.
Megan, Jill, Naomi e outros populares que falaram com ela na festa, fingiram que nem a conheciam. E não se sentiu chateada com isso, mas sim aliviada
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Quando finalmente terminou a última aula, correu para o armário e guardou alguns livros dentro. Dormiria na casa de Jonathan hoje, pois Marie visitaria uma amiga e provavelmente dormiria lá, e a última coisa que ela queria era ficar sozinha com Terry.
Se virou, e deu de cara com uma cena que lhe deixou chocada. Connor e Jill estavam de mãos dadas, aos beijos na entrada. Seu coração se apertou. Não estava com raiva, mas sim triste por ele ter seguido em frente tão rápido.
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Beyond Broken Hearts
Teen FictionEm meados dos anos 90, numa pequena cidadezinha do sul da Califórnia, um grupo de adolescentes alvos de bullying por seus colegas, decidem após um incidente planejar um massacre para por fim nas humilhações constantes que sofriam. Chocando os morado...