2.9| os três mosqueteiros

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Março, 1996

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— Puta que pariu, cara. — Eric gritou, passando as mãos pelo rosto. — O que vamos fazer agora?

— Eu não sei. — Jonathan soltou a fumaça do cigarro e ergueu a cabeça para encarar o céu.

Eric revirou os olhos, bufando. Eles estavam sentados numa rocha na pedreira, com os pés pendendo no ar. Se caíssem dali, a morte seria certa. Pensou nessa possibilidade.

Sadie era emocionada, poderia estar contando a Savannah agora mesmo sobre o plano por pensar não ser nada demais. Jonathan foi um idiota.

Eric não queria que Savannah e David os olhasse como se eles fossem doidos. Eles não entenderiam que o massacre era o único caminho para a paz.

— Mas...ela sabe de tudo? — Efatizou a palavra tudo, que significava o nosso suicídio.

— Não. — Jonathan apertou a mandíbula. — Ela pensa que vamos nos entregar para a polícia. Ela disse que...poderíamos nos formar e fugir daqui. Nós três.

Eric observou a expressão de tristeza que ele fez ao dizer aquilo. Mordeu os lábios e se aproximou dele, passando o braço ao redor de seus ombros.

— Você não mudaria mesmo de ideia? Você acha que essa vingança é maior do que o que sente por ela?

— A questão não é essa. — Ele abaixou a cabeça. — Eu preciso fazer isso. Todo esse ódio que sinto não me faz bem. Se eu não acabar com eles, não serei feliz por completo. Entende? Eu nunca serei eu.

Eric compreendia ele em certo ponto. Conviver com a raiva não era fácil, e nem o amor as vezes é o suficiente para despistá-la. Se inclinou e pegou duas latinhas de cerveja, entregou uma ao amigo e tomou a outra em três goles.

— Que tal fazermos o que fazemos de melhor?

Jonathan concordou e o seguiu pela ribanceira, descendo em direção ao rio que era cercado por árvores. Eric ajeitou algumas latas vazias encima de uma tora de madeira, sacou a pistola e apertou o gatilho, acertando o alvo.

— Sua mira está cada vez melhor. — Jonathan elogiou.

Eric se sentiu mais motivado. Se concentrou em mirar nas latas para acertar novamente, mas um barulho de tiro que não era seu foi disparado, e isso gelou seu coração.

Os dois se olharam, assustados. Quem poderia ser? Caçadores? Policiais? Flash e o time dele? Eram tantas possibilidades.

— Quem tá ai...?

Ele se calou e observou espantado, Sadie descendo a ribanceira calmamente. Ela estava vestida com um casaco azul de tricô, saia longa e botas. Eric ficou ainda mais chocado ao ver que ela segurava uma arma também.

— E ai, perdedores. Tem espaço para mais um?

— O-o que você está fazendo aqui? — Jonathan gaguejou, observando-a. — Ontem você ficou tão chateada que eu pensei que não iria querer mais olhar na minha cara. E...onde arrumou essa arma?

— É do marido da minha tia. — Ela deu de ombros, respirando fundo. — Bom, a questão é que pensei bastante sobre o que você me falou, sobre tudo que vivemos nas mãos deles. E decidi que quero participar. Faremos juntos isso. Nós três!

— O que? — Jonathan disse alto demais. — Não. Não.  — Ele reforçou, como se ela fosse uma criança.

— Por que não se você deixou até o Eric? — Ela ergueu uma sobrancelha. — Eu também sofri nas mãos deles e quero vingança. Eu quero fazer parte disso, Jonathan! E se você não deixar, eu vou fazer sozinha. Eu não tenho medo de ir pra cadeia...

Beyond Broken HeartsOnde histórias criam vida. Descubra agora