_Chapter Fifty-Five_

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Preparem os lenços e o coração.

Ah e eu não pago terapias.

Sabina Hidalgo

Havia se passado um dia mas já parecia um ano sem a Any, ela não falava comigo e a única mensagem que recebi sua depois de passar horas querendo saber como ela estava foi um: Estou bem.

Mas ela não está bem. Se eu estou péssima não tem como ela estar bem. E isso está acabando comigo, eu preciso ver ela, preciso ficar com ela, preciso cuidar dela e tudo mais. Por isso estava decidida a ir lá agora, ela me disse para não passar lá ontem e eu respeitei mas ela não falou nada sobre hoje. E mesmo se falasse eu teria que ignora-la e ir lá de qualquer jeito, preciso saber da minha mulher e cuidar dela pra me sentir melhor e recarregar as minhas forças que estão esgotadas no momento.

- Tem certeza que vai ir lá agora e sem avisar a Any? - Minha mãe me perguntou enquanto eu pegava a chave de seu carro. - Fora que você está sem condições de dirigir.

- Se eu avisar ela vai pedir para Priscila não me deixar vê-la, então sim, eu vou agora e sem avisar. E eu estou em ótimas condições para dirigir. - Falei já indo para porta mas ela segurou meu braço.

- Sabina você mal dormiu ontem, passou boa parte da madrugada chorando e mal tem se alimentado, você está em péssimas condições. Não quero que você acabe passando mal enquanto dirige. - Disse com um tom de preocupação.

- Eu não vou, fica tranquila. - Me soltei de seu braço e beijei o topo de sua cabeça. - Agora eu preciso mesmo ver minha namorada. - Falei e antes de ouvir mais alguma coisa sai de casa e corri até seu carro.

Eu entendia a preocupação dela mas a Any precisa de mim e eu dela, também iria dirigir devagar e com cuidado para evitar algum acidente. Não quero ter que pisar em um hospital de novo nem tão cedo.

-x-

Demorei cerca de 10 minutos e logo estava tocando a campainha da casa de Any. Eram por volta das cinco da tarde e a minha vontade era estar aqui assim que o sol nasceu mas resolvi esperar mais um pouco pra ver se a Any falaria comigo. Vendo que ela não falou desisti de esperar e vim.

- Sabina? - Priscila falou assim que abriu a porta parecendo estranhar minha visita.

Pela sua aparência ela também não deve ter tido uma boa noite de sono. Na verdade acho que nenhuma de nós deve ter tido.

- Oi...posso entrar? - Perguntei olhando pelos lados para ver se via Any mas nenhum sinal dela, deve estar no quarto.

- Claro, entra. - Me deu passagem e em seguida fechou a porta antes de focar sua atenção em mim. - Como você está? - Perguntou e eu soltei um suspiro triste antes de responder.

- Pra ser sincera eu estou péssima. O dia ontem foi muito cansativo e mesmo assim eu não consegui descançar por muito tempo com tanta preocupação com a Any e pela dor que eu estou sentindo. - Falei e ela me olhou triste em seguida me puxando para um abraço.

- Eu sei que está sendo muito difícil pra vocês duas, se pra mim já está doendo eu não consigo imaginar como tá sendo pra vocês. Mas vai passar, a vida continua e, como eu disse pra Any, daqui a alguns anos vocês vão estar mais maduras e vão poder planejar direitinho para me dar o neto mais lindo do mundo. - Se afastou do abraço enquanto segurava minha mão e abriu um pequeno sorriso para mim, eu tentei retribuir mas não conseguia sorrir nesse momento.

- Eu espero que sim... - Minha voz saiu baixa. - Posso ir ver ela? - Perguntei quase implorando, eu estava necessitando ver como ela estava.

- Pode, ela estava tomando banho mas já deve ter terminado. Vai lá ficar com ela enquanto eu termino a janta. - Falou novamente abrindo um pequeno sorriso e eu agradeci ela por ter deixado antes de subir praticamente correndo para o quarto de Any.

Minha colega de quarto (Intersexual)Onde histórias criam vida. Descubra agora