_Chapter Fifty-Seven_

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Nem demorei tanto pra voltar.

Só deu tempo do Lula virar presidente, Any, Noah e Josh irem solo, NU fazer um show no Alianz Parque, a Any assumir o namoro dela de 6 meses, o Zane entrar no grupo, o twitter quase acabar...

Viram, foi rápidinho.

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Any Gabrielly

Muitos devem me odiar agora. E eu não tiro a razão de ninguém por sentir ódio de mim. Até eu me odeio agora.

Eu consegui foder com a minha vida inteira em um mês, começando por me esquecer de tomar remédio e acabar engravidando, depois fui covarde e medrosa o suficente para esconder isso das pessoas mais importantes da minha vida incluindo a mãe do meu filho, depois de fazer essa merda toda ainda terminei o namoro com a pessoa que eu mais amo na minha vida.

Mas o término eu tive a chance de pensar e decidir se iria querer mesmo, e acho que tomei a decisão certa por mais que doa pra caralho ficar sem a Sabina. Mas eu não podia ficar em um relacionamento que só machucaria nós duas já que eu não tenho nem coragem de olhar para Sabina, eu realmente me sinto um ser humano horrível por tudo que fiz e por mais que me doa eu quero que Sabina encontre outra pessoa, alguém que não seja tão idiota quanto eu, que não faça tanta merda e que acima de tudo não tenha medo de contar coisas importantes pra ela.

Agora que eu não tinha praticamente ninguém além de Sofya na minha vida já que eu não conseguiria ficar sem minha melhor amiga para me aconselhar nos piores momentos. Eu também estava realmente focada no teatro, já havia decidido que é isso que quero fazer. Atuar se tornou uma das melhores coisas do meu dia a dia. E depois que eu percebi que poderia perder a oportunidade de focar no meu futuro por conta da gravidez estava com cem por cento de foco nisso, esquecendo de garotas e garotos e focando realmente na minha vida profissional. Algo que eu não levava muito a sério até um tempinho atrás.

Sobre Sabina, o melhor caminho que eu achei para lidar com ela foi a ignorando. Eu não conseguia falar com ela ou manter uma aproximidade, apenas olhar para ela me fazia lembrar de tudo que passamos e do quanto eu fui uma babaca medrosa com ela então achava melhor deixa-la no seu canto e eu ficava no meu, por mais que ela sempre ficasse no meu canto também.

Ela estava presente em todos os meus ensaios e peças e eu não poderia negar que ter ela ali me dava muito mais confiança, eu sempre dava uma pequena olhada rápida para plateia sempre que estava no palco só para saber se ela estava ali e ela sempre estava então eu conseguia mandar super bem. Mesmo depois do término e de tudo que passamos eu ainda me sinto totalmente confiante só em saber que ela estava ali me assistindo. Um pouco maluquice da minha parte talvez mas a confiança que ela me transmite vem desde o começo então não importa que eu mal consiga olha-la, ela ainda é minha sorte no palco.

E assim, ignorando boa parte das pessoas em minha vida e tentando superar a cada dia que se passava a dor e a culpa que eu sentia, os meses foram passando. Depois de quatro meses eu já me sentia melhor mas em algumas noites era impossível não cair no choro por saudades dela, eu sabia que não dava para voltarmos nosso namoro de antes depois do que passamos mas sentir saudade era inevitável. Até minha mãe sentia saudades dela e quando eu terminei ela também chorou junto comigo por mais que falasse que não gostava de Sabina.

- Não Sofya! Eu já falei três vezes, para de insistir! - Reclamei com ela enquanto a mesma tentava a todo custo me convencer de passar o ano novo com nosso grupo de amigos em Santa Mônica.

Não tinha nenhum clima para eu ir com eles, fazia meses que não trocava mais de dez palavras com eles então seria muito estranho eu ir passar o Reveillon com eles como se nada tivesse acontecido. Como se estivesse tudo bem. Fora que ainda tinha a Hidalgo, eu não tenho mais psicológico para ficar perto dela, ainda mais em Santa Mônica que foi onde ela me pediu em namoro. Acabaria ainda mais comigo.

Minha colega de quarto (Intersexual)Onde histórias criam vida. Descubra agora