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— Quem era?— Questionou Clara enquanto encaixava a mecha loira atrás da orelha, algo em seu rosto dizia a Laura que ela esperava ser Jenny

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— Quem era?— Questionou Clara enquanto encaixava a mecha loira atrás da orelha, algo em seu rosto dizia a Laura que ela esperava ser Jenny.

— Ninguém, algum idiota me passando trote. — Os dedos finos guardaram o bilhete no bolso do sobretudo e prenderam os fios de cabelo no topo da cabeça.— Vou tomar um banho, se alguém me procurar diga que morri.

E finalmente foi se lavar. Era definitivamente seu dia de azar, nada estava dando certo e isso a irritava profundamente.

Poderia faltar a aula com Ian, mas não saberia quando teria a oportunidade de enfim se livrar da acusação. Não, não perderia a aula, decidiu sob a água morna que caía na pele, — Que se dane, não fará nada tão perturbador que eu não dê conta.— iria correr o risco da exposição.

Com o veredito final, restava então pensar nas perguntas que faria pra tal aluna. Se sentiu confusa nesta parte, havia tanto pra perguntar que não sabia por onde começaria. Resolveu partir das óbvias; tinha inimigos? Algum atrito com alguém recentemente? Se não, Beatriz teria alguma chance de cometer suicídio? Não, essa ela sabia ser errada.

— Talvez ela desconfie de alguém... Mas e se nem fossem tão próximas quanto estou pensando?— Precisaria ser mais precisa em suas questões se quisesse respostas concretas. — Então, a quanto tempo se conhecem? Sabe de mais alguém que andava sempre com ela? Como Beatriz estava nos últimos dias?— Conversava sozinha, o rosto ardeu com a corrente de água e Laura tratou de terminar logo sua ducha, não tinha muito tempo.

                           ... ... ...

Universitários entravam na sala e seguiam ao seus assentos. Em pé com folhas sulfite nas mãos, professor Ian observava a movimentação de todos eles procurando por uma em específico, Laura.

Não sabia ao certo a que ponto tinha irritado a aluna, mas teve receio de que ela não viesse mais uma vez e tudo fosse por água abaixo. Na verdade, tinha outra coisa que pairava sobre sua cabeça além de seus cabelos pretos e lisos parcialmente bagunçados, mas ele negou, negou veementemente a si mesmo e se recusou a ter pena dela.

Uma outra garota, ruiva de natureza ele pode notar, passava pela porta em direção as janelas apressada com os fios soltos sobre os ombros. A peça principal do dia havia chegado.

Mas nada de Laura.

O lugar foi enchendo cada vez mais e chegou ao ponto de Ian não poder mais esperar, — Ela não vem...— Disse a si mesmo num suspiro pesado, a saliva na boca derrepente pareceu mais amarga, teria que começar a aula.

— Bom, boa tarde.

— Boa tarde. — Responderam em uníssono.

— Boa tarde, professor.— Uma voz se destacou pelo atraso, vinda diretamente da porta com seus cabelos ondulados tão familiares a ele quanto a palma das mãos, Laura havia chegado.

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