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— Não parece que o senhor quer conversar, delegado

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— Não parece que o senhor quer conversar, delegado.

Eles continuavam a revirar tudo no meu quarto, qualquer coisa que vissem pela frente. O policial loiro já estava me dando nos nervos jogando minha roupas pelo chão — Pera aí eu levei horas passando essas camisas!

— Eu ouvi alguns depoimentos essa semana e estranhamente uma delas mencionou você.

— Me mencionou? Quem?

— Não posso dar detalhes. — A senhora atrás dele cruzou os braços após fechar a porta atrás de si, foquei novamente ao homem tentando entender. — Professor, o senhor não tem bem uma postura correta como pedagogo... Diria até que soa antiético.

Começava a ter uma noção do que dizia, só não conseguia ainda fazer uma ligação com essa invasão toda.

— Não tem nada delegado.— O loiro constatou por fim. Vi minhas coisas jogadas como lixo pelo chão.

— É claro que não tem nada, o que achou que encontraria aqui? Seu descolorante? Ou acha que eu caio nessa que é loiro natural?

O policial não gostou nada do meu comentário e eu estava pouco me fodendo.

Se impôs aumentando o tom de voz e segurando aquela pistola no cinto preso ao quadril — Mais um comentário desse e eu te prendo por desacato.

— O que querem aqui afinal? Vamos eu não entendi ainda.

— O senhor esteve com Beatriz dias antes da morte dela, uma testemunha nos contou que foi até seu quarto mesmo sabendo que é proibido.

— Eu não fui até quarto dela, não tinha contato com essa garota até tudo isso acontecer.

— Tem como provar?

Passei a mão no rosto rindo com impaciência. Claro que não tinha como provar nada, havia sido pego de surpresa e nem sabia por onde começar.

As linhas de expressão daquela velha se curvaram enquanto encarava o chão... Porquê ela sorria?

— Não, ainda não. Mas vocês também não tem pelo visto.

— Não acabamos ainda, espero que realmente esteja dizendo a verdade professor Ian... — Tirando do bolso o celular, ele estendeu mostrando uma foto de Beatriz. Loira como o policial irritante e tão sorridente quanto a diretora por dentro, seus dedos grossos fizeram um movimento de pinça na tela dando um zoom em seu pescoço. — Reconhece esse colar?

Era uma correntinha dourada com um B.— Existem vários em qualquer loja barata do centro.

— Tomas. — Pronunciou após uma rápida observação ao policial. Um soco foi desferido em meu rosto e fui empurrado na cama com o impulso.

Ahr! Mas que...— Se não sentisse tanta dor terminaria de xingar aquele imbecil. Vi lentamente o delegado se abaixar.

— Quando eu perguntar qualquer coisa a você, quero que responda direito, fui claro?

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