Extremamente realizada com a vaga na universidade de Oxford, Laura vê sua oportunidade de ouro escorrer pelos seus dedos quando sem querer, se envolve num assassinato em seu primeiro dia de aula.
Para provar sua inocência, ela conta com a ajuda de...
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As paredes pareciam não conter a raiva dela sob os lustres, parte das pernas queria ceder de tanto nervosismo, a outra nunca achou ter corrido tão devagar.
Pulou degraus, tropeçou no corredor e quase não pediu desculpas por ter derrubado os livros de uma garota. Não era por mal, mas tinha coisas mais urgentes pra fazer.
Quando se viu diante da porta cor vinho, bateu tanto e com tanta força que os nós dos dedos doeram. Mal havia dado tempo a recusa do professor e ela já estava lá dentro, revirando tudo como um furacão.
- O que pensa que está fazendo?!
- Belo teatrinho Ian, eu caí feito um pato.- Tirava uma após outra as camisas dobradas da gaveta jogando pelo chão - Cadê? Aonde você escondeu?!
- Ei, Ei, Ei! - Atordoado com a cena e intrusão de Laura, Ian a puxou pelo braço, deixando numa distância considerável de tudo que pudesse quebrar ou revirar. Ela se debatia pra se soltar em vão dos braços firmes - Enlouqueceu de vez! Acha que pode ir entrando assim nos quartos dos outros e deixando tudo de cabeça pra baixo?!- O tom de voz elevado surtiu efeito por alguns segundos, o suficiente pra que a garota prestasse atenção no rosto indignado e confuso do homem a sua frente.
- Devolve o meu diário ou eu não respondo por mim.
- Quê? Que diário garota?
- Não se faça de sonso! - Com força se desvencilhou continuando sua busca incansável, desta vez na cama dele - Você escutou minha conversa com minha irmã no telefone, desconfiou das minhas intenções em Christ Church e foi me investigar não é?!- Um travesseiro foi arremessado contra o rosto do professor.- Você poderia ter feito tudo! Me interrogado, xingado, o que fosse mas não tinha o direito de roubar meu diário!
- Eu não peguei o seu maldito diário!- Gritou, sem ouvir ela abriu as gavetas da pequena cômoda- Laura?!- Chamou, sem obter resposta resolver intervir mais uma vez, percebeu então que sua aluna parecia estar num surto de ódio e medo sem fim. As mãos jogavam qualquer coisa que pegasse na esperança de encontrar o tal diário enquanto a boca murmurava algo com nexo apenas para ela.- Laura, Laura?!
- ME DEVOLVE! - Numa manifestação intensa de desespero, Laura sentou-se na cama com os cotovelos apoiados nos joelhos e mãos tapando o rosto inconstante. Um turbilhão de coisas se passavam na mente dela sem que pudesse filtrar o que era um risco real ou uma paranóia, ergueu a cabeça mirando no professor em pé tão desconcertado quanto ela naquele momento.
Ao redor deles, o chão era tomado por travesseiros, camisetas, lençóis e até alguns cabides mas nem sinal do tal diário.- Queria entender como confiou tão rápido nas mentiras do Peter - Pegou uma de sua roupas colocando de volta ao guarda roupa, - e porquê se recusa a acreditar quando digo a verdade.
- Não é como se você confiasse em mim. - As pernas já estavam caminhando novamente em sua direção, notou somente alí que estava sem camisa.- Como sabe que estive com Peter?
