III

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A sala da diretora era com toda certeza o último lugar em que queria estar, pelo menos não no primeiro dia letivo

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A sala da diretora era com toda certeza o último lugar em que queria estar, pelo menos não no primeiro dia letivo. Os dedos ainda ensanguentados se cruzavam sobre minha perna cruzada, frente a frente com a diretora Elisabeth e os policiais ao seu lado, em outras circunstâncias iria querer conhecê-los melhor, os homens fardados não eram nem um pouco de se jogar fora, mas aquilo foi só um pensamento- Está dizendo que não foi você quem disparou?.

Diretora Elisabeth beirava os cinquenta e cinco anos de idade, algumas leves linhas podiam ser vistas no canto dos olhos claros, lembrava muito as madames de filmes americanos e a julgar pelo cabelo, apostava cinquenta libras que se atentava ao estilo da rainha de Londres apenas pra manter a semelhança além do nome - Sim, ouvi os disparos, voltei pelo corredor pra ver o que tinha acontecido e Bum!- Gesticulei simulando uma bomba - ela estava lá caída.

- Porquê então segurava a arma?

- Estava na mão dela, sei lá, no impulso eu peguei e perguntei se ela tinha atirado- Me debrucei na mesa cheia de papéis organizados de forma metódica, a senhora se afastou incomodada com minhas mãos sujas de sangue - olha, eu não matei aquela garota, precisa acreditar em mim.

- Queria muito poder acreditar em você Laura- Disse - mas todas as evidências te apontam, amanhã estaremos em todos os tablóides e isso é péssimo para a universidade.

- Eu sei, é péssimo - Arregalei os olhos- mas não posso pagar por uma coisa que não fiz.

- As investigações vão continuar até acharem ou...- o policial loiro me encarou- confirmarem o criminoso, até lá, está proibida de sair da cidade e só não está na delegacia agora a pedido da diretora - Meus lábios se abriram levemente enquanto o cenho se franziu, no mínimo aquela situação estava estranha, talvez então Elisabeth era muito influente na cidade pra que a lei abrisse uma exceção pra mim, que até o momento era considerada culpada.

Bem essa seria a uma opção convincente, mas não pra mim, os policiais se entre-olharam e as mãos de um deles foi de encontro ao bolso com um sorriso quase imperceptível, então estava explicado, Senhora Elisabeth havia pagado propina.

- Entendi...- Meu rosto confuso se desfez - Muito obrigada diretora, tenho certeza de que vão encontrar o verdadeiro assassino.

- Sim nós vamos, mas...- Me encarou séria com seu blazer cor creme - se mais ninguém for encontrado e você tiver alguma coisa haver com isso, sua bolsa será cortada Laura.

- Mas, - Me levantei da cadeira indignada- se não encontrarem o verdadeiro criminoso não é justo que eu pague! Passei três anos tentando entrar em Oxford, não posso simplesmente perder tudo por um mal entendido de vocês! Eu não matei ninguém!

- Se acalme!- O tom de voz se elevou e me contive - Então nos prove a sua inocência Laura, Christ Church não pode ter a imagem manchada dessa forma e não deixarei que isso ocorra.

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