- Um desaforo! Uma afronta sem tamanho! - Elisabeth surtava em frente a pichação da noite passada, ao meu lado Peter ouvia junto a mim as reclamações da senhora de um metro e sessenta.
- Eu sei, mas nada que uma tinta não resolva.
- Uma tinta?- O rosto raivoso da diretora me fazia acreditar que a qualquer momento, num piscar de olhos, ela me atacaria como um Pincher furioso. Não bastasse isso, sua voz estridente fazia com que meu cérebro pedisse socorro, nunca mais beberia junto a Ian e Billy.- Laura isso é um patrimônio histórico! Precisa ser mantido e preservado como tal!
- Okay e o que quer que eu faça?!- Me exaltei com todo aquela tempestade em copo d'água, tudo bem tinha ficado horrível as paredes mas, senhor é só uma palavra imbecil.
- Quero que prove logo quem matou aquela garota, pra que essa história acabe de uma vez por todas! Hoje a tarde o delegado estará aqui, e a menos que me dê um motivo muito bom, não farei questão de deixá-la na universidade se precisar.
Respirei fundo engolindo cada xingamento que tive vontade de dizer.
- Eu pinto as paredes, hoje mesmo posso comprar a lata de tinta e pintar.
- Ótimo, até o fim do dia quero essa...- Os braços curtos gesticularam procurando a palavra certa.- Atrocidade longe daqui, está dado o recado.- E saiu com seu salto médio e nariz arrebitado.
Peter ainda estava alí observando a diretora se afastar cada vez mais, aproveitei a oportunidade pra continuar o teatro de outro dia e ver se conseguia arrancar alguma coisa a mais dele.
Tirei uma das mãos do bolso do sobretudo preto no intuito de livrar meu rosto dos cabelos.- Será que poderia me ajudar com a cor?- Seu dedo indicador empurrou o óculos quadrado pra perto dos olhos, eles viram uma última vez a palavra escrita em preto.- Sabe, deve ter uma cor certa e eu não posso correr o risco.
- Está fazendo alguma coisa importante agora?- Questionou, neguei balançando a cabeça, mocinhas indefesas não criavam muita intimidade com homens, era indecente.- Tenho um tempo até o almoço.
- Obrigada Peter, só vou pegar minha carteira. - Meus lábios se curvaram num sorriso tímido sem mostrar os dentes, antes de ir buscar o que precisava ele me chamou.
- Sabe meu nome?
Droga, me esqueci de que não fomos apresentados formalmente.
- Claro, é uma das pessoas mais importantes daqui... - Pisquei algumas vezes vendo o quanto me olhou de cima a baixo.- E depois que me ajudou outro dia, era minha obrigação saber.
Inflar o ego de um homem é a forma mais fácil de prendê-lo sem esforço, não disse mais nada e saí dalí com um sorriso triunfal junto ao vento gelado que batia no rosto, em pouco tempo Peter estaria na palma da minha mão.
... ... ...
- Bom, hoje falaremos sobre expressão, nosso corpo pode expressar várias coisas de várias formas, - Os braços de Ian se cruzavam ao peito enquanto sua visão analisava a sala cheia de alunos. Do lado direito grandes cortinas brancas seguiam do teto até o rodapé, abertas, era possível ver o dia nublado e frio típico de Oxford naquela estação.- Alguém pode dar um exemplo?
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| A ÚLTIMA AULA |
أدب الهواةExtremamente realizada com a vaga na universidade de Oxford, Laura vê sua oportunidade de ouro escorrer pelos seus dedos quando sem querer, se envolve num assassinato em seu primeiro dia de aula. Para provar sua inocência, ela conta com a ajuda de...