Extremamente realizada com a vaga na universidade de Oxford, Laura vê sua oportunidade de ouro escorrer pelos seus dedos quando sem querer, se envolve num assassinato em seu primeiro dia de aula.
Para provar sua inocência, ela conta com a ajuda de...
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— O que eu disse sobre nem um minuto a menos ou a mais?— Sua visão me seguiu até que sentasse numa das cadeiras, estiquei minhas pernas em cima da mesa e cruzei os braços como ele fazia logo a frente.
A camisa social escura contrastava com a pele clara apesar de estar sob o sobretudo cinza, acentuando o azul dos olhos.— Adoro te ver contrariado, fica tão charmoso.— Sorri.
— Queria poder dizer o mesmo da sua petulância.
— Qual a necessidade dos óculos escuros?— Só agora percebia a presença de Billy do outro lado da sala perto as janelas. Sentava na carteira com seu blazer impecável e cabelos perfeitamente alinhados para trás, me analisava sério e pra que não notasse muita coisa mantive o sorriso irônico prestando atenção em Ian.
— Ah você não vai querer saber, Billy...— Ainda estava sonolenta mas não sabia ao certo se era pela pancada ou pela noite em claro, além da dor, agora que o sangue esfriava ela parecia aumentar.— Então, qual o motivo dessa reunião?
Pegou sobre a mesa uma folha e entregou para o amigo, observando em silêncio ele levantou o olhar — O que são esses nomes?
— São todos os alunos de arquitetura, o mesmo curso de Matthew. — Ian respondeu. — Consegui esse papel com o pessoal na direção.
— Porquê não pegou alguma ficha relacionada a Beatriz ou especificamente ao garoto? Não seria mais fácil?— Franzi a sombrancelha e aquele mínimo movimento doeu como nunca, meus braços abaixo do peito se apertaram mais.
— Claro, se não estivessem todos com o delegado.— Respondeu como se fosse óbvio, no segundo seguinte, algo em mim o chamou atenção. O professor inclinou a cabeça levemente pra frente.— O que aconteceu com a sua sobrancelha?
Não era só ele que me olhava desconfiado, Billy também, derrepente o papel com os nomes pareceu inútil a ele. Me afundei ainda mais na cadeira.— Era só isso? Posso ir?
— Não.— Ian respondeu após uma pausa incerta.— Tem mais uma coisa, uma aluna que tem aula comigo, aliás a mesma que você comparece quase nunca,— Mesmo com as lentes escuras desviei do contato visual, precisava fazer algo sobre aquilo.— ela era amiga de Beatriz e talvez consiga alguma informação com ela.
— Duvido muito que ela queira falar, com a garota suspeita de matar a coleguinha dela, professor.
— É por isso que passarei uma atividade em dupla, eu escolherei os pares propositalmente pra que sente com ela e o resto será com você. Acha que dá conta?
Ele tinha pensado em tudo, desde Matthew até como faria contato com a amiga de Beatriz, não sei se por falta de presença em suas aulas ou por sentir que retribuía o crédito da noite passada me ajudando apesar da raiva, mas pela primeira vez percebia que era mais que um rostinho bonito de maxilar marcado.
