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Saí daquele lugar antes mesmo de Peter voltar, não tinha tempo e muito menos saco pra ficar segurando gelo no tornozelo nesse frio sem necessidade, talvez ele me procure por alguns minutos naquele jardim

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Saí daquele lugar antes mesmo de Peter voltar, não tinha tempo e muito menos saco pra ficar segurando gelo no tornozelo nesse frio sem necessidade, talvez ele me procure por alguns minutos naquele jardim.

Cassei por todo canto Clara, precisava encontrar Billy e não sabia onde ficava sua sala ou qualquer lugar onde costumava ficar, mas pra onde vai a tagarela quando finalmente preciso que solte a língua? Não estava no campus nem no quarto, muito menos no refeitório.

Bom, ainda restava a biblioteca de Christ Church se não estivesse lá então teria que procurar Ian, o que na verdade nem era tão má ideia assim... Seria melhor vê-lo a noite, ainda tem muitos policiais pela universidade.

Atravessei a porta dando de cara com o grande salão de prateleiras cheias, o único barulho que se podia ouvir eram meus passos de coturnos que provavelmente irritavam a bibliotecária profundamente, mas aquilo não importava, num armário ao fundo ao lado de um rapaz reconheci os cabelos loiros e a bolsa de lado, Clara era sempre tão... Humm... Ela.

- Finalmente te achei, não sei porquê ainda não tenho seu número!

- Shiii! - Me repreendeu pondo aquele dedinho nos lábios rosados dela, ao seu lado o rapaz de cabelos encaracolados observava a cena - Não sei se sabe, mas está numa biblioteca! - Sua voz saía num sussurro nervoso, ignorei o que disse e me dirigi ao garoto.

- Oi meu bem, eu tô precisando dela agora então...- Cochichei com um sorriso falso ainda tentando ser educada - Será que dá pra dar licença?

- Laura pelo amor de Deus... Estamos no meio de uma conversa.

- Não tudo bem, ela precisa de você. - Enfim havia aberto a boca pra alguma coisa, ficou alí por mais dois segundos quando resolvi o fazer acordar.

- Ótimo então xô, - Estalei o dedo a sua frente - tchau, beijinhos lindo.

Sem mais ele saiu de perto, restou apenas eu e a cara amarrada da anjinha- Qual é o seu problema?- Me perguntou cruzando os braços, nas mesas com livros e notebooks as pessoas começavam a nos olhar torto, não as julgo.

- Ainda bem que perguntou, vem comigo. - Entrelacei seu braço no meu a levando até a saída da biblioteca, sua mão ajeitava a bolsa de tecido claro no ombro numa tentativa de não deixá-lo escorregando.

- Eu não perguntei nesse sentido!

...

Minha cabeça martelava debaixo do chuveiro quente, vapor subia pelas paredes do banheiro junto ao aroma do sabão embaçando o espelho. Foi por um triz que não perdemos esse emprego, bom, ainda corríamos o risco até que fossem apresentadas provas concretas, mas ao menos tínhamos algum tempo para apresentá-las.

Ao desligar o chuveiro ouvi alguém bater a porta do quarto, estranhei, ninguém nunca aparecia aqui a não ser Bill mas geralmente entrava sem avisar. Coloquei uma toalha na cintura e fui ver quem era, ao abrir uma fresta dei de cara com a jovem loira, visivelmente constrangida a julgar pelo rosto vermelho e os olhos azuis que desviavam pelos cantos. - Clara? O que faz aqui?

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